O plano 《 15 》

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Júlia

1 semana depois...

Já havia me acostumado com a idéia de ter um pai por perto mas ainda assim me assusta as vezes lembrar de quanto tempo eu passei sem ter ele por perto, Christopher e eu estamos indo bem ainda não tivemos tempo pra fazer nada junto mas mesmo assim ele tenta me dar o máximo de atenção possível, mesmo estando na maior parte do tempo com meu pai bolar um plano pra pegar El Sally.

- Bom dia! - Christopher me tira dos meus devaneios.

- Bom dia - responde olhando pros papéis em sua mão.

Ele seguiu meu olhar e sorriu dando de ombros e veio sentar ao meu lado na cama.

- O que é isso? - apontei pra pilha de papel encima da cama.

- São relatórios de assassinatos, invasões de propriedade entre outras coisas envolvendo o El Sally! - falou abrindo a primeira pasta.

- Mas pra que precisamos disso? - perguntei me levantando pra tomar um banho.

- Bom segundo seu pai toda máfia segue um padrão pra matar as pessoas, quero dizer não são casos aleatórios... queremos encontrar esse padrão e assim saber onde ele vai atacar agora. - falou me fitando.

- Mas... você sabe que nem todos os casos estão aí não é ? - cruzei os braços achando tolice esse plano deles.

- Na verdade todos os casos deles estão aqui até os que eles colocaram a culpa nos outros, os que a polícia ainda não resolveu, os que a mídia não ficou sabendo e etc... - ele voltou sua atenção pros papéis.

- Vou tomar um banho! - falei saindo do quarto.

Realmente eles me surpreenderam com esse "profissionalismo" todo, entrei no banheiro e meu percebi que meu corpo estava pesado como se eu tivesse carregado chumbo na última noite ou como se não tivesse dormido a dias. Tomei um banho rápido vesti um vestido azul marinho soltinho e voltei pro quarto, Christopher ainda lia os papéis fazendo sons de compreensão a cada parágrafo que lia.

- Já encontrou alguma coisa? - perguntei depois que penteei o cabelo.

- Acho que sim... vem aqui ver! - fui até ele depois que passei meu perfume.

Olhei pras várias fotos e matérias espalhadas pela cama, e me surpreende ao perceber que eu conhecia a maioria desses casos ou das pessoas mortas e torturadas que tinham ali.

- Veja, segundo o que eu encontrei aqui todos os casos tem ligação entre si!

- Como assim?

- Bom, Sol Sabino foi morta no final de 2015 mas três meses antes seu namorado americano Ben Glenn foi assassinado e um ano antes foi a vez dos tios de Ben que tinha uma dívida com El Sally - falou me encarando.

- Mas isso não quer dizer nada! - apontei.

- Quer sim. Em 2001 Juan Carlos Gomes dono de um sorveteria em Cuba foi fez um dívida com a máfia El Sally, resultado ele não pagou e foi morto! - ele pausou e eu aproveitei.

- Mas isso é o que acontece se não pagar suas dívidas com qualquer máfia! - falei presunçosa.

- Espere... dois meses depois sua esposa foi morta, três semanas depois seu dois filhos e a esposa de um deles foram cruelmente assassinados na volta de uma festa, dois meses depois a mãe e o pai da nora de Juan Carlos foram mortos terminando assim com duas famílias! - ele falou e a compreensão me assustou.

- Eles matam famílias inteiras estando ou não envolvidos com a dívida! - falei olhando os casos.

- Exatamente, agora vem a pior parte. - ele pausou e eu incentivei - Sua mãe fez dívida com El Sally e eles a mataram, mataram seus avós e a família de Deby, e agora eles querem matar você e Deby! - ofeguei com a última parte.

- Preciso ligar pra Deby agora! - falei me levantando mas ele me parou.

- Calma... Ela está segura, tem quatro seguranças meus e três do seu pai a vigiando noite e dia, um deles tá morando com ela! - falou e eu fiquei confusa.

- Como assim?

- Bom ela estava se envolvendo com um de meus seguranças, namorar na verdade, eu só aproveitei e pedi pra ele tomar conta dela! - não sabia exatamente o que seria feito mas sabia que podia confiar nele.

- Promete? - perguntei o encarando.

- Prometo! - ele falou e me beijou.

- Ta!

- Agora eu preciso levar isso pro seu pai! - ele falou e eu assenti.

Christopher saiu do quarto com os papéis e eu deitei na cama, tudo isso era louco demais pra está acontecendo comigo, minha cabeça doía e eu não sabia mas o que era real e o que era um filme de mafioso.

Deve ter se passado uns dez minutos quando meu celular tocou, era uma mensagem de um número desconcido, o medo me invadiu e eu fui até Christopher antes de abri-la. Os seguranças não me impediram quando cheguei a sala do meu pai.

- Christopher! - chamei com a voz trêmula.

- O que houve? - ele perguntou preocupado.

- Uma mensagem! - falei e ele compreendeu.

Ele pegou o celular da minha mão e começou a ler, ele olhou pra mim e leu mas uma vez só que agora em voz alta.

Minha pequena Júlia! Esperamos que você compreenda que não estamos fazendo isso pro seu mal, mas fizemos uma visita a sua amiga Deby e bom... Ela precisa de você agora, sabemos onde você está e acho que você vai querer encontrar sua amiga. Nos encontre no restaurante do Tony Romano amanhã a noite e não se esqueça que não queremos ninguém além de você ou sua amiga não vai gostar muito do que vai acontecer e nem você!

El Sally.

Meu sangue estava fervendo com uma mistura de ódio e pânico, senti meus olhos marejarem e sabia que ia chorar mas mesmo assim continuei parada, até senti o toque de Christopher aí eu desmoronei.

- Se acalma! Já temos um plano e vamos precisar da sua ajuda, mas você tem que se acalma. - Christopher falou e aos poucos eu fui me acalmando.

Depois de uns cinco minutos eu estava bem mas calma e preparada pra ouvir o tal plano deles.

- Vamos fazer assim! - Christopher falou - Vamos aproveitar esse encontro deles e vamos o pegar.

- Exatamente! - meu pai concordou.

- Primeiro, eles não pegaram Deby porque nesse momento ela esta fazendo compras e segundo... precisamos de você como isca! - falou cuidadosamente mas a essa altura do campeonato eu estava aceitando qualquer plano.

- Tudo pra acabar de vez com esse pesadelo - falei com toda a raiva que eu sentia naquele momento.

- Tudo bem! Você vai nesse tal encontro só que não sozinha, quando chegarmos lá você faz tudo que ele pedir, e quanto eles tiverem saindo vai estar tudo cercado, ai pegamos ele. - Eu concordei com o plano.

- Eu aceito!

Eu estava disposta a acabar com todo esse pesadelo pra sempre não me importava com o que poderia acontecer comigo, mas eu e Deby não precisaríamos mas fugir e isso era tudo o que eu mas queria. Eu confiava que Christopher ia tomar conta de mim, e boa parte da minha coragem pra aceitar isso foi pra que ele fique de fora desse assunto, ele não precisaria mas se preocupar com isso, era o ele que eu ia fazer isso, por amor a ele .

Meu Querido ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora