Capítulo 3

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Algumas horas passaram após aquele reencontro. Ainda não consegui sintonizar corretamente na minha cabeça, como é que aquilo aconteceu, como é que em questão de segundos, uma vampira conseguiu chegar diante de mim e ainda conseguir me agredir, ainda por cima, por um motivo tão estúpido - O Damon é meu - como se, realmente tivesse dado algum índice de que estava interessada ou ele interessado em mim. Nem há dois dias nos conhecemos, como é que tal coisa poderia acontecer? Ainda mais, ele é um vampiro, como se, realmente fosse apaixonar-me por ele. Se tal coisa acontecesse, para além de ouvir do rei André, iria ouvir da rainha Ella, porque realmente, seria uma aberração ou um enorme problema, pela filha se ter apaixonado por um vampiro.

- Filha, não comes? - Perguntou a minha mãe, fazendo com que voltasse à Terra.

- Sim mãe como - disse e peguei no garfo, de seguida retomei novamente aos meus pensamentos.

Uma das coisas que também me deixou intrigada, foi o facto da Cloe ter-se sentido ameaçada por mim. Porquê tal coisa, quando o Damon diz que os vampiros têm uma conexão com um ser humano e que os mesmos têm de os proteger?

- Leonor! - Gritou o meu pai e voltei a tomar atenção a tudo ao meu redor - podes parar de brincar com o garfo e jantar?

- Eu não estou a brincar com o garfo - disse enquanto olhava fixamente para o meu pai - que eu saiba, tal como tu e todos os 7 biliões de humanos no planeta, tenho o direito de ficar a pensar no que eu quiser.

- Já te disse que não quero, nem aceito, que me respondas quando eu te repreendo! - Disse e eu revirei os olhos - quando eu te repreendo, é para ficares calada, tomares atenção ao que eu digo e pedires desculpa.

- Peço desculpa se eu vir que realmente cometi um erro ou fui indelicada.

- Parem os dois! - Disse a minha mãe e a mesma pousou os talheres sobre a comida - já se aperceberam do que está a acontecer? Vocês implicam um com o outro, discutem, estão quase sempre chateados - suspirou - já não dá para ter aquele ambiente familiar à refeição, porque vocês estão sempre a discutir.

- Não fui eu que comecei - disse.

- Aqui não se trata de quem começou Leonor, eu sei que a tua vida deu uma volta enorme por causa da existência de vampiros, porque não podes ir passear pelo reino livremente, mas se isso acontece é para tua proteção, porque nem eu, nem o teu pai queremos te perder! Para isso já basta... - ao dizê-lo, a minha mãe ficou em silêncio.
- Já basta o quê? - Perguntei intrigada e notei que o meu pai iria dizer uma coisa.

- Há uma coisa que tu não sabes Leonor - disse o meu pai e a minha mãe pousou a sua mão em cima da dele - tu, não eras a única filha que eu e a tua mãe iríamos ter.

- Não estou a entender - respondi bastante confusa.

- Quando eu engravidei do teu pai - disse a minha mãe enquanto ganhava coragem - eu não engravidei só de ti e sim de outro bebé, ou seja, eu não esperava um filho, esperava dois.

- O quê? - Perguntei perplexa - eu tinha um irmão ou uma irmã gémea?

- Sim - disse o meu pai.

- O que aconteceu?

- Eu perdi esse bebé devido a um acontecimento péssimo que ocorreu o qual, não quero falar disso - disse a minha mãe.

- Não mãe - disse - eu já estou quase a fazer quinze anos e nunca soube que tinha um irmão ou irmã gémea, nunca soube que tinhas perdido esse gémeo ou gémea, e não é agora que irás deixar de me explicar tudo, eu quero saber! Eu tenho o direito de saber a verdade! - Disse.

A herdeira do trono de FlygiarOnde histórias criam vida. Descubra agora