Capítulo 4

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As horas passavam com a mesma velocidade de um meteorito. Cada sorriso que observava na face do Damon, deixava-me cada vez mais feliz e útil, para não falar que quando estou com ele, não me sinto aquela moça de catorze anos que é princesa e a qual tem diversas coisas a aprender para me tornar uma excelente rainha, se bem que, isso soa mal. Pelo menos a mim, soa-me bastante mal.

- A pensar no futuro? – Perguntou o Damon me deixando intrigada.

Qualquer coisa que eu pense ou sinta, o Damon também consegue sentir ou ouvir os meus pensamentos e por vezes isso é perturbador, porque não irei conseguir guardar determinadas coisas só para mim.

- Há uma maneira – respondeu-me e o meu olhar fixou no dele – tu mesma podes bloquear os teus pensamentos de forma a que eu não nos oiça.

- Mas depois, caso eu queira comunicar contigo mentalmente não irei conseguir – respondi enquanto olhava para o chão.

-  Eu vou ser mais explícito para ti como isto é tudo novo, tu podes fazer com que eu não oiça os teus pensamentos, tal como também depois podes comunicar para mim mentalmente.

- Como o faço?

- Dizes mentalmente “Damon desliga-te que eu quero privacidade” – comecei a rir-me da expressão facial que ele fez e de ter fingido que tinha um telemóvel com os dedos – gosto de te ver a sorrir Leonor – sorri.

Com o passar do tempo, o céu ficou escuro, muito escuro até, nem sequer dava para ver as estrelas e fazer desenhos com as mesmas. É como se, algo de mal tivesse para acontecer devido a esta mudança climática repentina.

- Damon! – Diz um moço que apareceu aqui de repente – tens de regressar à aldeia, vem aí uma tempestade e temos de nos preparar.

- Uma tempestade? – Perguntei com algum receio.

- Sim, vocês têm de ir embora e caso a humana não esteja em casa no momento em que a tempestade começa, ela poderá ter consequências, não te esqueças que ela não tem a nossa imortalidade e força.

- Eu a irei levar para casa Gus – respondeu o Damon.

Mesmo sem olhar para o Damon, dava para sentir a sua preocupação e o medo devido às suas mãos estarem a tremer, tal como o meu coração batia forte e feio com medo da tempestade. Desde pequena que eu tenho medo das tempestades e sobretudo, das consequências que as mesmas podem deixar. Há uns anos atrás, devido a uma tempestade que apareceu sem aviso, aconteceu diversos desastres, pessoas que morreram, casas que se destruíram. Nessa altura, o meu pai  não estava cá e sim em Mariposa numa reunião com o rei, então, tive de ir com a minha mãe à aldeia a ajudar. Lembro-me tão bem desse dia como se fosse ontem.

- Leonor – disse o Damon – eu peço desculpa por termos de interromper a nossa conversa, mas para a tua saúde eu irei ter que te levar ao palácio.

- Eu sei disso – mordi o lábio – na aldeia eles irão precisar mesmo muito de ti? – Perguntei descaradamente.

- Sim vão – suspirou – há pouco tempo começámos a construir casas maiores, mas depois apareceram ainda mais vampiros, então, o concelho, teve a excelente ideia de construir algo enorme, em vez de ser vivendas, seria um género de hotel, mas muito grande onde havia lá casas dentro em vez de simples quartos, mercado, concentração de treinos e afins. Só que a obra ainda não está acabada e como muitos dos vampiros não têm casa, temos de arranjar soluções.

A herdeira do trono de FlygiarOnde histórias criam vida. Descubra agora