A herdeira do trono de Flygiar

Capítulo 8

- Sim mãe em Mariposa – mordi o lábio – eu não sei grandes detalhes, mas diz-se que já existiam lá vampiros e até desconfiam que a causa do desaparecimento de um príncipe tenha sido por esse motivo.

- O quê? – Perguntou mais uma vez a minha mãe incrédula – eu não sabia nada disso nem nunca ouvi tal coisa.

- Pois, mas eu já – mal o disse a minha mãe fincou o seu olhar no meu.

- Como é que tu ouviste tal coisa Leonor? – Aproximou-se de mim e fixou ainda mais o olhar.

Percebi que meti a "pata" na poça, mas como não sei se é seguro contar tudo acerca de Damon, eu tenho de inventar alguma desculpa que dê como justificação. Eu não sei até que ponto a minha mãe levaria isso de um modo relaxante ou o que faria assim que soubesse, que eu e Yasmin quebrámos as regras.

- Tenho internet, falo com alguns amigos – sorri – e em conversa, contaram-me isso.

- Estranho – torceu a boca – é que nunca ouvi, mas caso seja verdade temos de pôr-te ainda mais segura.

- Como assim mais segura mãe? Eu passo o tempo todo presa no palácio, tenho imensos guardas por todos os lados, logo ninguém me fará mal.

- Mas caso seja verdade que esse príncipe de Mariposa tenha desaparecido por causa de vampirismo, também poderás estar em risco – sorri para terminar um pouco com esse drama.

- Mãe ainda não está confirmado que esse príncipe tenha desaparecido por esse motivo, pode ter sido por outro, mas é uma suspeita. Se bem que, aqui o importante é arranjar uma solução de como podemos proteger o reino e criar muralhas gigantescas não será uma solução.

- Então tens alguma ideia?

- Não mãe, mas prometo que irei fazer diversas pesquisas, nem que peça também ajuda à Yasmin e caso arranjemos uma solução, eu mesma direi.

- Que faria sem ti querida – deu-me um beijo na testa deixando-me relaxada.

- Mãe, quanto ao baile de primavera...

- Sim querida – ficou a olhar para mim enquanto segurava a maçaneta da porta do meu quarto.

- Podes contar comigo – sorriu – e acho que vou fazer algo diferente.

- Posso dizer-te uma coisa querida?

- Sim mãe – sorri.

- Esmera-te! – Deu um beijo há distância e saiu do meu quarto.

Sentei-me em cima da cama e dei um enorme suspiro. Foi por pouco que não fui apanhada. Custa-me bastante ocultar isto tudo há minha mãe, mas sei que se lhe contasse que tinha saído do palácio três vezes às escondidas, que duas foi com a Yasmin e outra com o Damon, ela iria passar-se comigo. Provavelmente passaria os próximos cinco ou dez anos presa neste maldito quarto.

Retirei os malditos saltos e fui descalça até há minha varanda e sentei-me a olhar para o horizonte.

Sinto bastante a falta de Damon, em tão pouco tempo ele conseguiu marcar-me, com ele é como se pudesse sentir-me viva e não fosse uma simples princesa trancada no palácio para não ser atacada por metades vivos, metades mortas. Não sei se o desaparecimento de Damon tem a haver por causa do nosso beijo ou se houve outro motivo, mas pelo que a Cloe disse, ninguém sabe dele e todos estão preocupados.

Agora, devido aos novos ataques de vampirismo será impossível conseguir neste momento do palácio visto que os guardas andam de um lado para o outro há procura de respostas, logo agora que não sei nada de Damon e começo a desesperar por todos os lados.

Nunca tive em contacto com algum rapaz como tive com Damon, mas há algo nele que me dá segurança, que me desperta.

Truz, truz, truz – quem é? – Perguntei enquanto saía a correr da varanda.

- Sou eu – respondeu Yasmin – preciso de falar contigo urgentemente.

- O que se passa?

- Soubeste que houve um novo ataque de vampirismo aqui no reino certo?

- Sim – revirei os olhos – infelizmente houve mais um.

- Houve um senhor que conseguiu sobreviver.

- Como assim? – Perguntei confusa.

- Parece que houve um bando de vampiros que vieram atacar a população aqui no reino, mas que houve outro bando, que veio defender a população do reino – sorri – e esse senhor era para ser servido de alimento de um vampiro, mas houve um que o salvou e ele descreveu como era esse vampiro.

Quando o disse, meu coração começou a bater dez mil há hora ou muito mais.

- Foi Damon? – Perguntei com um enorme sorriso.

- Tudo indica que sim, como só nós as duas sabemos, não pude comentar nada com ninguém mas acho que assim ficas mais descansada.

- Claro que fico – sorri – eu tenho de contar há minha mãe.

- O quê? Tu perdeste a cabeça Leonor? Se contares há tua mãe ela vai pôr-nos de castigo e mais, se souber que estás apaixonada por Damon!

- Eu sei – torci a cara e fiquei a olhar para o chão – como é que isto pode acontecer, agora nem sei nada de Damon.

- Talvez seja melhor assim, vocês não se verem. Já imaginaste o que seria? Tu és uma humana, ele um vampiro.

- Eu sei, mas ambos temos uma coisa em comum.

- O quê?

- Somos da realeza – Yasmin ficou chocada a olhar para mim –, Damon é o príncipe que desapareceu há uns anos atrás de Mariposa.