catorze.

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"Como assim você não me contou que mora com Harry Styles?" é a primeira coisa que ouço de Dace.

"Bom dia" falo um pouco irritada.

"Nada disso, me explique tudo agora senhora Alice" ela segura meu braço.

"Agora não Dace" me desvencilho do seu puxão.

Por que as pessoa são assim afinal? É tão supérfluas. Perco as duas primeiras aulas, por motivos que desconheço. Pessoas me olham de lado, com toda certeza me achando um brinquedo de mídia da família Styles. Sento de baixo de uma árvore, parece de amoras. Lembro do conto de pirami e tisbe o amor seria mesmo capaz de fazer uma pessoa morrer por outra? Talvez eu devesse ter feito isso com Bernard, mas seria tão egoísta ao ponto de não querer? Não querer vê meu sangue fundi ao dele e conhecermos a tal eternidade juntos. Meu celular toca e o pego apressada.

"Oi" essa voz rouca.

"Harry... Você... Poderia sabe... Me buscar?" não sei muito bem o motivo disso.

"Desculpa Alice, estou realmente atrasado. Mas se você quiser posso mandar um mo..." o interrompo.

"Pode deixar, afinal, me ligou pra que?" minhas mãos suam.

"Eu queria saber como estava, não conversamos depois daquilo" não creio que ele realmente queira conversar sobre.

"Bem" falo rápido.

"Estou aí daqui a meia hora" ele desliga.

Que? Realmente ele é a pessoa mais confusa do mundo. Fico ali por mais tempo sem me importar pela perda de aulas. Talvez aceitar tudo isso tenha sido meu pior erro! Sinto umas gotas de água cairem no meu corpo e me levanto. Volto até a parte central da universidade dessa vez não atraindo olhares pelos corredores vazios. Meu celular alerta uma mensagem e um "estou aqui" do Harry chega. Penso mil vezes em sair por trás da universidade e não o vê. Mas... Tudo o que quero nesse momento é está perto dele. Senti seu perfume tão típico, tão dele. Largo todos os livros no armário e caminho até o lado de fora. Está tão frio, estranhamente eu já me acostumei. Nem quando vivia no Brasil gostava tanto do calor, mas não abria mão de uma boa praia. E lá está ele, quase uma estrela de Hollywood... Afinal, ele realmente é uma. Seus cabelos se mexem pelo vento forte, suas mãos estão dentro do coturno verde escuro por milagre dessa vez discreto. Sua blusa social preta e suas calças da mesma cor o deixam o cara mais lindo do mundo, e me pergunto se ele realmente não é. E eu? Não devia ter vindo com esse moletom cinza ridículo. E devia ter feito algo a mais que um rabo de cavalo tão ridículo quanto a roupa. As vezes me dá vontade de trocar com Dace ou Gemma por um momento. Saio do meu desvaneio com um assobio forte. Sério que fiquei tanto tempo parada assim? Corro tentando não cair de cara no chão e fico à sua frente.

"Ei, o que houve?" ele diz calmo.

"Você... Posso te abraçar?" falo sem jeito.

"Vem cá" seu puxão parece leve mas meu corpo quase tomba no seu.

"Desculpa eu só..." minha voz abafa contra seu corpo.

"Não esconda o que quer, quando você quiser que eu faça algo, eu simplesmente farei. Não importa, não questionarei você" minhas pernas quase não se sustentam com suas palavras.

"Então, quando eu quiser as estrelas você me trará?" falo sorrindo.

"Tenho contato com a NASA" ele me afasta um pouco e vejo seu sorriso.

"Certo, você me deve uma estrela" solto seu corpo do meu.

"Combinado" suas mãos voltam para o coturno.

"Vamos?" olho para o carro.

"Vou lhe ensinar algo hoje" seu rosto de fecha.

"O que?" me afasto um pouco.

"Dirigir, o carro é seu hoje" ele me joga a chave que obviamente bate no meu corpo e cai.

"Mas Harry eu... Tem guardas eu não..." fico nervosa.

"Saia pela rua de trás, a viela sai na porta no condomínio" ele entra no banco do carona.

"Eu não sei... Se eu..." entro no carro.

"Você consegue, você não comprou um carro para enfeite não é?" ele tira o coturno. Droga!

"A minha prova só é semana que vem" seguro o volante. Esse carro vale mais que minha vida.

"Eu sei, por isso você precisa se exercitar" ele vira a chave.

"Não. Espera!" toco sua mão.

"Alice, vai dar tudo certo" ele acaricia minha mão.

"Eu não devia ter comprado um carro" falo baixo.

"É um belo carro" ele gira a chave.

Certo... Já vi minha mãe dirigindo diversas vezes. Meu avô também me ensinou. Faça isso Alice. Vamos lá! Seguro o volante e solto o freio de mão, estranhamente estou desconfortável. O carro começa a andar e o desespero bem junto. Sinto o peso de uma das  mãos do Harry na minha. Seus olhos brilham, quando o encaro agora me sinto bem. Talvez, ele me faça bem. O carro anda a toda certeza 10 km/h. Chegamos ao meio da viela e ele simplesmente desliga.

"Eu quebrei o carro?" falo desesperada.

"Não, apenas ele perdeu força" ele sorrir.

"Que? Eu tirei as forças do carro?" ouço sua risada alta.

"Não, você só precisa o ligar novamente" ele mais rir do que fala.

"Isso é ridículo" bato no volante.

"Certo... Ligue-o" tiro sua mão do volante.

"Você pode dirigir?" o olho.

"Não, você vai" ele volta a tentar ligar o carro.

"Não" sussuro.

"Alice..." sua voz saí baixa.

"Nós não vamos conversar?" falo rápido.

"Eu achei que não quisesse isso" ele se arruma no banco.

"Eu quero" seguro o volante com força ao ponto de bloquear o fluxo sanguíneo.

"Certo" apenas isso.

"Eu não quero que isso se repita" mentira.

"Não vai" não consigo o olhar. Sua voz saí baixa.

"Certo" ótima conversa, penso.

"Na verdade... Você quer que isso se repita. Tanto quanto eu" seus olhos pousam nos meus.

"Você sabe que não" tento ligar o carro.

"Mentira" ele rir.

"Você se acha né Harry?" gruno.

Em um movimento rápido meu rosto é puxado ao seu. O toque gélido do seus lábios me surpreende. Obviamente retribuo a ele. É tão bom.

"Você mente mal" ele diz entre o beijo.

"Cala boca" o empurro.

Desço do carro e abro a porta do carona o fazendo descer, ele bloqueia minha entrada e um empurro revirando os olhos. Assim que entro abro um sorriso, ele nos guia até sua casa.

A garota do intercâmbio H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora