Trinta e um.

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Ruborizo no lugar, olho mais duas vezes para a tela do celular, sim, o número certo. Noto a mistura de sons no ambiente e sento na primeira cadeira do quarto que acho.

"Harry?" A minha voz falha. Repito mais duas vezes seu nome recebendo o fim da chamada em seguida.

Tento mais duas vezes, e a ligação agora fica fora de área. O jeito que aquela mulher falou de mim, me fez pensar... eu sou só mais uma? O que raios está acontecendo aqui.
Passo horas sentada naquela cadeira, odiando Harry styles mais que tudo nessa vida. Checo meus limites de conta bancária e procuro alguma solução que me tire daquele lugar agora horrendo.
Ao mesmo tempo penso, pra que todo esse drama? A mente humana é algo que nunca vamos saber entender. A poucos minutos eu estava aqui, achando que eu vivia em um conto de fadas.
Penso em Catarina, não posso suportar imaginar minha irmã doente mais uma vez.
Respiro e conto até cem varias vezes.
O que diabos está acontecendo?
A porta do quarto abre, o cheiro de álcool talvez seja a primeira coisa que eu sinto.
Harry está ali, carregado pelo que acho ser seus funcionários que me olham em olhar de reprovação. Seu corpo é jogado na cama e a única coisa que sai da minha boca é um simples obrigada sem graça para aqueles dois.
Confesso ter ficado talvez mais de 20 minutos ali. Olhando para o cara que talvez eu desconheço no momento. Seus cabelos jogados no rosto e... uma porra de tatuagem no pulso? Era isso que ele estava fazendo esse tempo todo enquanto eu o odiava?

"Star..." ruborizo ao ouvir sua voz rouca. "Alice... o que houve?"

"Quem era aquela merda de voz no seu celular?" Jogo o meu celular que mal percebi que estava na mão em direção a cama.

"O que... que voz?" Seu corpo tenta levantar mas óbvio cai.

"Eu quero ir embora" falo poupando a minha voz, vendo seu cenho se contrair.

"Que merda Alice..." ele enfim fica sentando na cama. "Estou bêbado demais pra qualquer caralho de briga com você"

"Eu não estou brigando. Quero ir embora" começo a recolher as minhas roupas.

"Eu não sei tá?" Acho que ele grita "não sei quem caralho atendeu a merda do meu celular" ele procura algo pelo seu bolso "ele nem está aqui"

"Ótimo" não ligo para o que ele diz e acabo de arrumar minhas roupas.

"O que está havendo?" Ao aproximar-se ele puxa minha mochila fazendo minhas roupas rodopiarem e caírem novamente pelo quarto.

"Você já fez isso né?" Meu inglês por algum motivo enrola-se. "Já trouxe outras aqui, pra servirem de sei lá o que pra você depois dos shows" recuso a chorar.

"Para de drama" ele começa a rir e logo para ao me vê seria. "Quem te falou essas merdas?"

Ignoro-o totalmente, e começo a andar em círculos pelo quarto. Tento manter a minha mente sã. Que grande erro! Estupido erro!

"Da pra parar Alice?" Ele fala a me observar.

Sei que posso está parecendo louca no momento. Mas ninguém entenderia. Esse sentimento... essa quase sensação de posse. Eu me aposso de alguém quando amo, e eu não quero isso. Não dessa vez. Controlo minha respiração. Uma amiga!
Uma amiga!
Uma amiga!
É o que eu ouço cada fim de frase que o Harry fala naquele momento, uma amiga pegou seu celular.
Posso não ter acreditado nessa história, mas o que eu poderia fazer? Duvidar assim de cara?
Não sei muito bem, mas isso me feriu de alguma forma, me machucou.

(...)
Acordamos bem cedo no dia seguinte. Harry me perguntou 45 vezes se estamos bem, sim, contei. Em todas eu disse que sim, por mais que por dentro eu não esteja. Difícil entender. Passei o dia falando com a minha mãe, Catarina está bem doente. Mas segundo ela, tudo vai ficar bem.
Estamos em uma espécie de restaurante, digo isso pois não sei bem. Esse lugar poderia ser muito bem a extensão do palácio real.
Amigos e pessoas da equipe estão reunidas, riem de piadas internas e confesso está um pouco por fora. Estou com um casaco emprestado do Harry, um pouco maior que eu confesso. Por dentro uma calça jeans básica e pela minha burrice uma camiseta simples. Ali, apenas eu pareço está com frio.
Já o motivo dos meus maiores surtos de ontem a noite está no seu mais lindo modo casual. Camiseta branca e calça preta. Parece que ele está pronto para um desfile de moda do jeito mais simples de se vestir.

"Então... o que vocês têm?" Trevor, Drake... não sei bem o nome do rapaz barbudo a nossa frente pergunta. Fico um pouco sem jeito voltando a realidade do ambiente. Todas as mulheres da mesa me encaram. Ou melhor, eu acho isso.

"Estamos namorando" Harry fala. oi? Que?

Meu olhar fica meio perdido, encaro os olhos verdes ao meu lado. Seu sorriso ocupa todo o rosto. Namorando? Como assim?
Cutuco sua perna com meus pés e ele me olha confuso. Indago um "como assim?" Silêncioso e ele sorrir novamente.
"Quer namorar comigo?" Sai sem som da sua boca perdido meio ao burburinho que encontra-se a mesa no instante. Ponho as minhas duas mãos no rosto e sorrio contra ela.
"Sim" falo novamente sem som.
"O que?" Ele se faz de desentendido. Falo novamente sim e ele continua no seu jogo.

"SIM" grito espantando todos e os silenciando na mesa. Aposto que meu rosto a essa altura deve está vermelho.

"Ela disse sim" Harry fala entre risos e todos os acompanham enfim entendendo o que acabou de acontecer ali. Nem mesmo eu entendi.
Posso apostar que meu sorriso está posto como jamais esteve.

(...)
Já é segunda feira, Harry e tivemos um ótimo fim de semana. Nos divertimos bastante e nos amamos muito. Estamos dentro do carro indo para casa trocando beijos e recebendo olhares apreensivos de Jace pelo retrovisor. Droga! Me sinto uma vadia por até semana passada está namorando com Jeff e hoje está me pegando com o Harry no banco de trás. Me afasto um pouco quando estamos chegando em casa. Ao descer até tento falar com Jace mas o grito de Anne gritando o nome completo do Harry aos pés da escada me assustam. Obviamente ela sabe de nós. Eu não sei bem como será essa nova fase, mas pelos gritos de filho e mãe não será fácil.

A garota do intercâmbio H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora