Trinta e três.

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Isso foi rápido demais, ele e sua personalidade impulsiva. Sento na cama ainda sem falar nada, observo minhas coisas ocupando os espaços que sobravam no seu quarto.

"Isso é rápido demais Harry!" Solto um suspiro pesado.

"Rápido demais? Acho que demorei o bastante" ele fala do jeito mais simples e calmo desse mundo.

"Levando em conta que a gente namora  o que? Um dia?" Falo inóspita.

"Você quer ficar naquele quarto de baixo? Isso é loucura" ele levanta um pouco em agonia.

"Sim!" Disparo impacientemente.

Eu não sei ser assim, as coisas na minha vida devem ser extremamente planejadas. É uma mudança e tanto. Eu sequer imagino como vou contar isso a todos, ou como vou encarar a Anne pelo corredores da casa.
Não que eu tenha ficado triste, eu apenas fiquei assustada. Não quero as coisas nessa velocidade toda. Quero que tudo seja incrível, quero algo planejado para não ter um erro que nos decepcionem.

"Alice, eu só quero dormir com você todas as noites" ele rodopia meus lábios com seus dois polegares "Eu só quero sentir seu cheiro, e ter você nos meus braços" seus olhos se fecham a medida que solto um suspiro baixo.

"Harry..." solto uma voz rouca, estou embargada nessa chama que se acende entre nós dois.

Por mais que eu tenha mil e um motivos para que essa loucura não se concretize. Eu acabo envolta naquele beijo. Nem se eu fosse a melhor das escritoras eu poderia descrever como era aquele beijo. Era tão calmo, parecia que por um momento estamos em uma sintonia avassaladora. Estamos em um ritmo só nosso. Eu sinto suas mãos descenso todo o meu corpo. O fecho da minha calça não é algo que o assuste, ele abre com destreza. Em um segundo já estou em seu colo. Minha costa encontra a cama e sinto um impacto desajeitado do meu corpo. Eu sou quase refém disso, é como se de alguma maneira ele tivesse um antídoto que me captura de toda maneira. Eu aposto que estou sorrindo, com as bochechas levemente rosadas. Minha calça é tirada do corpo, esfrego meus sapatos uns nos outros fazendo com que os mesmos saiam dos meus pés.
Eu malmente pude notar que seu corpo estava úmido, talvez por acabará de sair de um banho quente. O que contrasta com o gelado das minhas pernas cada vez que ele roça de uma forma tão graciosa suas mãos nelas. Por um lapso ponho minhas mãos no rosto, ocultando parcialmente a sua imagem com seus cabelos embaralhados no meio das minhas pernas. Eu não sei bem o que eu estou sentindo. O calor da sua boca na minha maior intimidade. Me umidificando e me fazer soltar suspiros cada vez mais altos. Tento me livrar do meu moletom, me deixando apenas na companhia da minha peça de sutiã. Acho que a minha voz falha, no máximo de 10 vezes. Nessa altura, eu juro, não sei se estou chorando ou estou sem voz. Não sei quanto tempo isso dura. Sinto vontade de gritar, estou tremendo por inteira. As alças do meu sutiã já não estão no lugar, faço com que ele saia do meu corpo, dessa vez me deixando totalmente exposta. Eu nunca na vida pensei que alguém me deixaria tão vulnerável assim.

"Eu quero que você goze para mim" sua voz sai num misto de sussurro com ordem. A coisa mais sexy que eu já ouvi.

Minhas mãos vão ao seu cabelo. Puxando-o um pouco mais para cima. Dessa vez o acomodando no lugar que mais me faz bem. E ele continua. Não demora muito para que eu esteja ali. Vendo relances de flashs na minha vista com um tremor interno que começou dos pés a cabeça. É a primeira vez que sinto isso. Mesmo depois de ter transando com ele outras vezes. Isso é a primeira vez. Tento controlar a minha respiração quando abro os olhos e encontro os seus. Talvez ele esteja um pouco suado. Não importa, pois com toda a certeza eu também estou. Seus sorriso abre-se em um tom sínico e perspicaz.

"Ainda não quer ficar aqui todas as noites?" Ele fala misturando-se a minha respiração pesadíssima.

Tudo bem Harry...
Você ganhou.
Foi golpe baixo, mas realmente me pegou em cheio. Como eu não vou querer isso todas as noites? Eu seria a pessoa mais louca e burra se dissesse que não. Solto um sorriso de derrota e o beijo. Seu celular começa a tocar em uma forma frenética, interrompendo todo o avanço que faríamos a essa noite. Peço para que ele atenda. Por isso ele odeia tanto tecnologia. Seus olhos rolam de um lado para o outro, enquanto ele franze o cenho.
Procuro minha roupa pelo quarto enquanto o vejo apenas soltar um "sim" em cada fim de frase.

"Tudo bem..." ele concorda e desliga.

"Algum problema?" Me enrolo ao aglomerado de roupas.

"Não... quer dizer, sim" ele suspira e olho apreensivo "O problema é que não vou conseguir ter você toda hoje, preciso terminar um música no estúdio agora"

"Estarei aqui a noite toda" falo o abraçando.

"Certo" ele morde o lóbulo da minha orelha.

"Certo" repito e o afasto.

Começo a procurar o resto das minhas roupas que estão dentro do seu closet enquanto ele arruma-se. Como pode? Em dois minutos ele está mais arrumado que eu, isso se eu tentasse em duas horas. Dou um beijo e o vejo sair do quarto. O barulho da porta batendo me faz voltar a realidade. O que eu faço agora?
Opto por tomar um banho. Eu não tinha entrando em seu banheiro ainda. Juro que o quarto de Catarina da todo aqui dentro e ainda sobra um espaço. A água quente por fim caí em meu corpo. Céus! Por que aquele bendito celular foi tocar...
Sem perceber o que estou fazendo, me assusto com meu próprio gemido alto. Eu realmente estava fazendo isso! Estava me satisfazendo lembrando dele, que raiva.

(...)

Já são quase meia noite. Meu estômago não aguenta mais. Preciso comer. Talvez essa não seja a melhor das ideias. Caminho lentamente para fora do quarto enquanto as luzes vão acendendo a cada passo que eu dou. Desço as escadas de três em três degraus, pelo medo de esbarrar em alguém. Passo pelas grandes salas do andar de baixo. Pelo corredor passo pelo meu quarto. Ou melhor... antigo quarto. Muita informação para apenas dois dias.
Na cozinha faço um sanduíche e pego algum suco qualquer. Não consegui nem pensar em acender a luz. Ponho tudo em um prato e faço o caminho de volta. Ninguém me viu...
Conto vantagem antes do tempo.

"Precisamos conversar não?" Anne fala descendo as escadas.

Faço que "Certo" e acompanho-a com o olhar. Estou bem ferrada!

A garota do intercâmbio H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora