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... e pretendia chegar? Seria o suficiente para dobrar minha mesada?
— Não tenho intenção de lhe dar nada além da quantia que combinamos. Já lhe disse antes. nosso casamento não será consumado.
— Por mim, tudo bem. Mas sugiro que explique isso ao seu corpo primeiro. — Olhou de forma contundente para a pélvis dele. — Acho que ele ainda não entendeu o recado.
Os olhares de ambos se encontraram, o ar vibrava de tensão.
— Estou avisando, Nina, não me provoque. Não gostará das conseqüências.
Ela ergueu o queixo em desafio.
— Terá que se esforçar mais se quiser me assustar. Não esqueça que estou acostumada a lidar com homens brutos.
— Eu poderia arruiná-la. Uma exclusiva minha e nem uma cidade tão grande como está será suficiente para esconder sua vergonha.
Nina arrepiou-se de medo diante da ameaça. Se ao menos soubesse o que sua irmã tinha feito, poderia dizer que tudo não passava de um blefe. Mas não ousaria arriscar, precisava considerar o bem-estar de Geórgia.
— Não vejo que benefícios você teria ao manchar o nome da mulher com quem acabou de casar.
— Só cumprirei minha ameaça se seu comportamento não for o esperado.
— Que gentil de sua parte — ela zombou. — E o seu comportamento? Também não merece ficar sob avaliação? — Ela tocou a boca com o dedo, dando uma piscada exagerada.
— Tem minha palavra de que isso não acontecerá novamente — Marc respondeu, desviando o olhar dos lábios dela. — A não ser que me peça, claro.
Nina arregalou os olhos.
— Típico! Não consegue controlar seus impulsos, então me culpa por incitá-los!
— Você estava me provocando.
— Ah, é? Bem, você se comportou como um perfeito bárbaro! Não é surpresa que as mulheres corressem atrás de seu irmão. Diferente de você, ele tinha certo grau de delicadeza.
Nina rumou para a porta, mas antes que pudesse abri-la, a mão de Marc prendeu a porta completamente. Ela manteve os olhos fixos na porta, pois não queria que ele visse suas lágrimas de raiva.
— Deixe-me ir, Marc. Preciso ver Geórgia. — Para seu desalento, a voz soava vencida.
A mão deixou a porta e tocou seu ombro, a pressão firme e gentil fazendo com que ela se virasse para ele.
Nina ergueu os olhos, lutando para manter as emoções sob controle.
— Não me faça te odiar ainda mais — ela disse, a voz não mais do que um murmúrio.
Marc lhe sustentou o olhar por tanto tempo que Nina pensou que ele estava vendo através de sua alma, descobrindo quem ela realmente era.
O que ela realmente sentia.
Quando sua compostura ameaçava fraquejar, Marc se afastou. Observou-o pegar novamente o drinque e, inclinando a cabeça para trás, tomá-lo num só gole.
Nina respirou fundo e apoiou-se na porta.
— Marc?
Ele tirou do bolso do jeans um pedaço de papel e o entregou a ela.
Nina desdobrou o papel e descobriu que era um recibo do banco documentando que milhares de dólares tinham sido depositados em sua conta naquele dia.
Sua mesada.
Ficou vários minutos olhando o papel sem falar nada, nem mesmo quando Marc saiu da sala e fechou a porta.

CAPÍTULO DEZ

Nina mal entrara no quarto quando ouviu o celular tocando na bolsa largada no chão. Pegou o aparelho e ficou tensa ao ver o nome da irmã piscando na tela. Baixando a voz, fechou a mão em concha ao redor da boca.
— É você? — perguntou.
— Claro que sou eu — Nadia retrucou. — Quando pode me mandar o dinheiro? Estou atolada com algumas contas.
Nina rangeu os dentes.
— E o seu namorado? Não é o mão-aberta que você esperava?
— Deixe de ironia, Nina. Temos um acordo, lembra? Se não me obedecer, eu apareço para pegar Geórgia e começo a procurar quem a adote. Você nunca a verá novamente. A escolha é sua. Pode me transferir o dinheiro agora, senão. Sabe o que acontecerá. Não esqueça, basta um telefonema para seu marido e seu segredo estará revelado.
Nina sabia que não havia escapatória. Já era tarde para explicar a Marc quem ela realmente era.
— A propósito, como foi o casamento? — Nadia zombou. — Foi tudo o que sempre sonhou?
— Você sabe que não — Nina retrucou. — Senti-me uma fraude o tempo inteiro.
Nadia riu.
— Mas não por usar branco, querida. Você é uma das poucas noivas com o direito de vesti-lo. Pena que seu marido não goste de você. Aposto que eu o traria para minha cama se estivesse no seu lugar. Algo no tom da irmã fez Nina irritar-se.
— Na verdade, ele gosta de mim.
A risadinha zombeteira irritou Nina ainda mais.
— Só porque acha que você sou eu. Se estivesse agindo com você mesma, ele nem a olharia duas vezes. Você é tediosa.
Nina conteve-se com esforço.
— Acho que não é uma boa idéia ficar me ligando. Outra pessoa pode atender.
— Continuarei ligando enquanto o dinheiro não estiver na minha conta — Nadia ameaçou. — E se não conseguir falar com você pelo celular, ligo para o telefone da casa.
Nina suspirou resignada.
— Está bem, está bem. Vou transferir o dinheiro.
— Boa menina! Sabia que você agiria com bom senso no final.
Nina esperou os dedos pararem de tremer antes de fazer a transferência. Então foi para a cama, mas era impossível dormir. Estranhamente, não era o dinheiro que a deixava acordada. Por mais que tentasse, não conseguia tirar o beijo da cabeça, a urgência com que a língua invadira sua boca, zombando de todos os outros beijos que já tinha recebido.
Não podia acreditar na própria tolice. Estava apaixonada por um homem que simplesmente a odiava. Mesmo que Marc descobrisse quem ela realmente era, Nina sabia que ele nunca a perdoaria por ter sido enganado.
Frustrada, deu um soco no travesseiro antes de se jogar na cama. Era inútil tentar dormir. Precisava de uma boa dose de exercício. Olhou para o relógio ao lado da cama e fez uma careta ao ver que já passava de meia-noite. Tarde demais para andar pelo quarteirão. Então lembrou da piscina aquecida ...

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