... rto amanhã.
Nina percebeu que fora vencida.
Passou por Marc sem deixar que ele visse o quanto estava abalada. Assumiu uma expressão indiferente, os ombros eretos e a cabeça erguida.
Quando chegou ao quarto, já não podia mais conter as lágrimas. Jogou-se na cama e chorou até ficar de olhos inchados. Após alguns minutos, levantou-se e guardou algumas coisas dentro da bolsa. Entrou de mansinho no quarto de Geórgia e tocou o rostinho da menina.
— Adeus, querida. Nunca me esquecerei de você. Faria qualquer coisa para continuar ao seu lado, mas Marc. — Ela mordeu o lábio. — Marc não me quer. — Conteve um soluço. — Mas ele te ama, querida. Ama muito. Sei que será um pai maravilhoso. Sinto isso no fundo do coração.
Nina fechou a porta bem devagar e desceu a escada silenciosamente, saindo da casa e da vida de Marc.
Marc voltou ao salon, onde Nadia se servia um copo de seu melhor brandy. Ela exibiu um sorriso sedutor e ergueu o copo num brinde.
— Esclareceu as coisas, Marc? Ela confessou? Marc apertou os lábios, passando distraidamente a mão pelos cabelos.
— Ela sempre teve inveja de mim — Nadia continuou. — Sempre tive namorados, mas ninguém olhava duas vezes para ela. É tímida demais. Patético, não acha? E ainda é virgem, caso você não tenha cuidado disso. E com 24 anos! Pode acreditar?
Marc congelou.
Nadia sentou-se e cruzou as pernas, observando Marc especulativamente.
— Então quer ficar com Geórgia? Ele finalmente recuperou a voz.
— Sim.
Ela o fitou através dos olhos semicerrados, produzindo um ruído característico ao deslizar o dedo pela borda do copo.
— Não posso oferecer a ela o mesmo que você. — Nadia fez beicinho. — Mas se quer adotá-la. bem. — Ela sorriu. — Fico fora do caminho pelo preço certo, por assim dizer.
— Diga seu preço. Nadia pediu um valor que teria deixado Marc chocado caso as circunstâncias fossem diferentes.
— A papelada será preparada pela manhã. Nadia descruzou e cruzou novamente as pernas, um sorrisinho no rosto.
— Por que não me dá um adiantamento? Preciso encontrar um lugar para ficar. A não ser que tenha uma cama para me oferecer.
Marc forçou um sorriso educado.
— Quanto? — perguntou, pegando a carteira. Ela se levantou do sofá e tomou o maço de notas que ele oferecia. Então deslizou os dedos pela camisa dele.
— Sabia que você é mais bonzinho que seu irmão? Ele não queria me dar mais nada nos últimos tempos.
Marc afastou a mão dela.
— Ele lhe deu uma filha. Nadia fez beicinho novamente.
— Eu nunca a quis. Só a tive por insistência de Nina.
Marc queria atirá-la porta afora. Mal acreditava que duas irmãs gêmeas pudessem ser tão diferentes.
— Chamarei um táxi — ele disse, aproximando-se do telefone.
— Tem certeza de que não quer companhia? — Ela deu uma piscadela enquanto deslizava a mão sedutoramente pelo quadril.
— Não. — Ele abriu a porta para ela. — Quero vê-la fora daqui.
Assim que Nadia partiu, Marc foi procurar Nina, ensaiando um pedido de desculpas na cabeça. Como fora capaz de julgá-la tão mal? Claro que Nina faria qualquer coisa para proteger Geórgia de uma mãe daquelas.
Como não adivinhara? Ela era completamente diferente de Nadia. Era leal, devotada, abnegada, tímida e — Marc engoliu em seco — fora virgem.
— Nina? — Bateu na porta, mas não houve resposta. Entrou no quarto e viu algumas peças de roupa espalhadas sobre a cama. — Nina! — chamou ainda mais alto ao entrar no quarto de bebê, fazendo com que a porta batesse na parede.
Geórgia acordou assustada e começou a chorar, os soluços arrancando Marc daquele torpor momentâneo.
— Ei, calma, pequenina — murmurou ao pegá-la no colo, afagando-lhe as costas enquanto saía para procurar Nina pelo resto da casa.
Geórgia parecia inconsolável, chorava cada vez mais alto, como se também sentisse o pânico que ele estava sentindo.
— Não chore — Marc implorou enquanto vasculhava o andar de baixo. — Vamos encontrá-la, não se preocupe. Precisamos encontrá-la.
Depois de vinte minutos, deu-se por vencido. Nina tinha desaparecido. E agora ele estava com um bebê nos braços — um bebê muito descontente — que chorava por aquela que considerava sua mãe.CAPÍTULO QUINZE
Nina já estava na casa de Elizabeth há uma semana. Mal saía do quarto, os olhos vermelhos de tanto chorar, tornando-se visivelmente mais magra a cada dia.
Elizabeth se sentou na beirada da cama, parecendo preocupada.
— Vamos, Nina. Não pode continuar assim. Procure por ele e diga o que sente. Vi no jornal de ontem que ele está na cidade.
— Não posso — Nina soluçou.
— Pode sim — a amiga insistiu. — Você o ama. Ele precisa saber.
— Ele me odeia.
— Como pode saber? As coisas podem ter mudado. Talvez uma boa dose de Nadia o tenha recolocado nos eixos. Quem sabe?
Nina esfregou os olhos.
— A culpa é minha por não ter contado a verdade desde o começo. Ele tinha todo o direito de ficar zangado. Casou-se com a mulher errada.
— Que tolice! Ele casou com a mulher certa, se quer saber. Você é leal, fiel, prefere sofrer a magoar alguém. O que mais um homem poderia pedir?
O queixo de Nina tremia.
— Eu só queria me desculpar. Elizabeth se levantou.
— Então faça isso. — Estendeu o telefone da mesinha de cabeceira para Nina. — Ligue para ele.
Nina encarou o telefone por um bom tempo.
— Vamos! — Elizabeth insistiu. — Diga o número e eu disco para você.
Nina pegou o telefone.
— Não. não. Eu ligo.
— Boa menina. — Elizabeth exibiu um sorriso encorajador. — Vou deixá-la sozinha. Boa sorte.
Embora só tivesse dito que ligaria para que a amiga parasse de insistir, Nina ficou surpresa ao notar que já tinha discado quase todos os números. Respirou fundo e discou os três últimos.
— Nina? — Lúcia atendeu no segundo toque. — Diol Onde você está? Ficamos preocupados! Geórgia ...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Romance Proibido
RomanceA irmã gêmea de Nina Selbourne desapareceu. e deixou sua filha, Grace, aos cuidados da tia! Mas o que realmente surpreende Nina é o aparecimento do irmão do pai de Grace, o milionário Marc Marcello, exigindo que ela se case com ele para não ser forç...