Prólogo

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Dez anos atrás

Eu amo morar em Riomaggiore, aqui é uma pequena cidade com bem poucos habitantes. Muitos consideram aqui como um pequeno paraíso e eu não posso deixar de afirmar o que essas pessoas falam. Tudo aqui é lindo e familiar, sendo assim posso te garantir que amo, amo de verdade o meu pequeno e pitoresco lar. Acabei de sair do mar com Papa, desde pequeno eu amo ir pescar com ele, para mim isso sempre foi uma grande aventura.

- Vamos lá filho, não fique parado e venha ajudar seu pai aqui. - Papa gritou chamando minha atenção.

-Desculpe Papa, eu estava distraído. - Respondi imediatamente sentindo meu rosto aquecer.

- Sempre vivendo no mundo da lua, Capitano (Capitão). - Disse ele me fazendo soltar um som frustrado.

- Não me chame assim papai. - Falei e corri para ajudá-lo a carregar os caixotes com peixes frescos e acabamos de pegar.

- Quando você era criança adorava esse apelido, não seja um chato e o aceite. - Papai disse cutucando de modo brincalhão.

- Isso papai! Quando eu era pequeno eu gostava, agora não. - Resmunguei arrancando uma gargalhada dele.

- Quem disse que você cresceu? Você continua pequeno meu filho. - Papai disse me provocando e se eu não o amasse tanto o jogaria nessas águas geladas.

- Eu vou ser grande! Você vai ver só, vou ser tão alto quanto você. - Falei firmemente e ele me olhou com carinho.

- Não importa se você é grande ou pequeno, meu filho. O que importa é a grandeza que você tem no seu coração, sendo assim você será um homem incrível. - Falou papai fazendo meu coração bater forte no peito.

- Quero ser um homem tão grandioso quando o senhor é. - Falei abaixando minha cabeça me sentindo envergonhado.

- Você será um homem melhor que eu Capitano. - Disse papai me fazendo soltar um som sofrido e envergonhado.

- Pare com isso. - Pedir em um tom de lamento.

- Deixe de reclamar e vamos logo com isso, sua mãe disse que se você se atrasar novamente para a escola ela vai arrancar minhas bolas. - Estremeci e papai fez o mesmo, pois mamma pode ser doce, mas muitas das vezes ela dar medo.

- Não queremos irritar a mamma, não é? - Perguntei sorrindo e ele assentiu.

- Definitivamente eu não quero isso. - Papai falou fazendo uma careta que me fez cair na gargalhada.

Meus pais são os melhores pais que um filho poderia querer, eu sou um cara de sorte, pois os tenho na minha vida. Vicenzo e Sílvia Giardino são simples e fascinante. Meu pai é pescador, ele disse que é uma profissão que o seu pai ensinou a ele e que tem muito orgulho do que faz, eu sempre achei incrível. Minha mãe é dona de casa, ela diz que prefere cuidar de nós e que foi uma opção dela e é feliz assim. Eu os amo demais e tenho muito medo de que um dia eu falhei com eles, na verdade eu tenho um segredo que não sei se sou capaz de compartilhar com eles.

Depois de ajudar papai a descarregar todos os peixes do barco ele me dá alguns para que eu leve para mamãe, e assim faço. Saiu correndo para não me atrasar para ir à escola, estou no meu segundo ano do colegial e não vejo a hora de acabar logo. Ao chegar em casa guardei os peixes e como não avistei minha mãe fui direto tomar banho. Me arrumei, desci na cozinha para pegar uma maçã e quando estava saindo porta fora mamãe me parou.

- Ei mocinho, por que não come direito? Uma maçã não vai te dar um sustento. - Reclamou mamãe e fiz de tudo para não revirar os olhos.

- Não posso me atrasar Mamma. Não se preocupe com isso. - Falei avançando para lhe atender um beijo na bochecha.

ITALIANO PROTETOR - Série Irmãos Aandreozzi - Livro 03 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora