Eiiiii ragazzos e ragazzas!
Eu disse que estaria voltando, então vamos lá!
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A minha sala é pequena, onde só tem uma mesa de madeira escura, uma cadeira um pouco mais confortável e um sofá no canto onde tem uma janela que eu posso ver tudo o que está acontecendo lá embaixo. Sento na minha cadeira e tiro meus sapatos, gosto de ter contato com o chão frio, essa sensação me faz relaxar um pouco. Ligo o notebook e vou olhar as planilhas com as contas da boate, não sou nenhum contador ou coisa parecida, Francesca tem quem faça as contas do lugar, mas eu aprendi a mexer em algumas coisas.
Após um tempo sinto uma dorzinha de cabeça chata então fecho os olhos e colo minha testa na mesa. Automaticamente minha mente voa para lugares do passado que eu gostaria muito de esquecer. Minha vida nesses 10 anos na Rússia não foi um mar de rosas, eu tive que lutar e lutar de todos os jeitos e maneiras para poder estar vivo. Não, eu não posso pensar nessas coisas, eu não posso me dar ao luxo de lembrar da dor que carrego comigo. Vou trabalhar que é melhor e assim paro de pensar.
Coloco meus tênis de volta, prendo meu cabelo em um coque alto e folgado. Descendo as escadas já dá para ouvir os gritos animados de Fanny e Amauri, esses dois quando se juntam não é possível desgrudar, e pelo som ligado tenho certeza que os meninos estão ensaiando. Romeo é um ótimo professor de dança, ainda me pergunto o que faz com que ele ainda dance em boate por que eu sei que fora daqui ele é muito bem requisitado, mas uma vez quando Fanny perguntou a ele por que ainda estava aqui ele sorriu e disse que as pessoas eram legais.
- Olha só os passos novos que Romeo está fazendo, Dea. - Fanny gritou assim que me viu.
- Não precisa gritar Fanny. - Falei em um tom que não fosse tão sério, mas não deu certo.
- Vocês deveria ser uma bicha mais sorridente. - Amauri alfinetou e Fanny riu.
- Tenho que concordar com você, ele é tão lindo. - Fanny disse e eu não pude deixar de revirar os olhos.
- Eu nunca disse que era gay, vocês estão vendo coisas demais. - Falei tentando não rir.
- Ora borboleta loira, não esconda suas asas da gente. Estou me sentindo ofendida! - Amauri disse gesticulando.
- Você tem a aura colorida do viado, não minta para nós. Está vendo isso Amauri, ele quer mentir para nós. - Fanny disse fazendo drama e Amauri começou a fingir choro.
- Estou me sentindo muito traída... Você não pode sair do vale! - Brincou esse louco e eu comecei a rir. Desde que Francesca chegou com essa onda de vale, eles não param de falar.
- Vocês são dois malucos! - Falei e fui até onde Louis estava preparando sua bancada com as coisas que vai usar para fazer os drinks.
- Vai uma bebida aí? - Perguntou Louis é eu neguei.
- Você sabe que eu não tomo bebida alcoólica. - Falei sentando na cadeira alta.
E tem todo um motivo para eu não tomar álcool, a última vez que fui forçado a fazer coisas que eu não queria e com isso eu acabei passando por algo que não desejo a ninguém. Usaram a minha bebedeira para se aproveitar do meu corpo, fizeram de tudo o que queriam comigo enquanto eu gritava e pedia para que parasse. Eu era novo e muito inocente, confiavam fielmente no homem que me levou embora. Às vezes quando sinto o odor de alguma bebida muito próxima a mim sinto ânsia de vômito e a partir do momento que comecei a trabalhar aqui eu tive que me controlar.
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ITALIANO PROTETOR - Série Irmãos Aandreozzi - Livro 03 (DEGUSTAÇÃO)
RomanceLIVRO COMPLETO E REVISADO NA AMAZON Um homem marcado pela dor e outro marcado pela descrença. Será que juntos eles podem encontrar o que tanto esperam da vida? Será que o nosso italiano protetor conseguirá não se encantar pelo doce olhar de anjo do...