JUSTIN
Dormir a noite inteira nesse sofá acabou com as minhas costas. Bem, dormir é modo de dizer, afinal se eu consegui fechar meus olhos e perder a consciência por mais de duas horas é muito.
Demorou para que eu conseguisse desligar minha mente e finalmente conseguir dormir, e quando isso aconteceu não demorou muito para que os raios de sol atravessassem a janela e me despertassem.
Eu paguei muito caro nesse sofá, pelo menos essa porra deveria servir para dormir.
Mas tenho que ser honesto, o sofá não foi completamente culpado por eu não conseguir dormir na noite passada.
A culpada disso está dormindo nesse exato momento na minha cama.
Savannah Careton.
A irmãzinha do meu melhor amigo. Aquela que eu vi crescer. Aquela que eu segurei em meus braços pela primeira vez quando tinha pouco mais de um mês de vida.
Foi culpa dela que eu não conseguia desligar minha mente e ter uma boa noite de sono.
Estou preocupado com ela. Ontem à noite, aquela Savannah que eu vi, não era ela.
Se embebedar e se atracar com dois desconhecidos? De jeito nenhum que a Savannah que eu conheço faria isso.
Mas talvez ela não seja mais a menina que eu conhecia. Depois que me mudei para Dallas e ela foi para a universidade nós perdemos contato.
A cada dia no trabalho parecia que eu ganhava mais responsabilidades. A cada dia eu me tornava mais ocupado e para ver minha própria família demandava de muito esforço da minha parte. Mas eu nunca deixei de visita-los no final de semana, ou então, pelo menos ligar para conferir como todos tinham passado a semana.
E é claro que nessas idas até a fazenda dos meus pais eu ocasionalmente via as gêmeas, mas era sempre breve. Apenas um “Oi, como tem estado?” “Bem, e você?” “Como está a faculdade?” “Ótima” “Que bom, tenho que ir, nos falamos qualquer hora.”
Isso quando nos encontrávamos, era difícil simplesmente encontra-las por lá.
Talvez durante esse tempo distante ela tenha mudado. Talvez com a influência - muito má - de alguma colega ela tenha se transformado da água para o vinho.
Mas eu me recuso acreditar nisso. Savannah nunca foi uma menina influenciável, e das gêmeas, sempre foi a com personalidade mais forte.
Algo fez com que ela agisse daquela forma. Ou melhor dizendo, alguém.
Estou cada vez mais convencido que o Vince que ela comentou ontem durante sua falação bêbada, é o mesmo Vince seu namorado, é o mais provável.
Ele deve ter feito algo muito sério para tirar Savannah do prumo dessa forma.
Não quero força-la a nada, mas eu preciso saber se esse moleque que ela namora fez algo que obrigue eu e Seth a bater a merda fora dele.
Levando em consideração que ela estava transtornada o suficiente para se embebedar e deixar dois caras desconhecidos toca-la daquela forma, eu diria que eu terei que ter uma conversa com esse tal de Vince. Uma que ele não vai gostar nem um pouco.
A imagem da doce menininha que eu vi crescer, gemendo enquanto um cara estava com a mão dentro da sua saia, vai ficar gravada a ferro na minha mente para sempre.
O que não é o maior dos meus problemas se levado em consideração o que aconteceu depois.
Como eu pude deixar aquilo acontecer?
Como eu pude ter sido tão leviano? Faz muito tempo que eu aprendi a me controlar quando se trata de mulheres. Admito que eu ainda tenho uma vida considerada bem promiscua, mas minha vida hoje em dia comparada com a de quando eu tinha vinte anos é praticamente a de um padre.
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Paixão Inesperada (Livro 3)
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro três da Série da Paixão.