Cap. 26 - A fragilidade da vida.

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SAVANNAH

Um mês depois...

Sinto um aperto no peito ao observar Justin sentando em sua mesa encarando fixamente um ponto invisível. Como eu gostaria de poder fazer algo para anima-lo um pouco, tirar essa carga de raiva e desânimo de cima dele, mesmo ele tendo todo o direito de se sentir dessa forma, odeio ver o olhar derrotado em seu rosto.

Mesmo que Charlie tenha conseguido tirar o vídeo de Justin de circulação rapidamente, o pouco tempo em que ele ficou no ar, foi o suficiente para fazer alguns estragos.

Justin perdeu o emprego na Townsend. Eles disseram que não poderiam manter um funcionário, especialmente um que ocupa um alto cargo dentro da empresa, depois de um escândalo desse gênero, eles não queriam a figura de Justin ligada a marca deles. Justin acha que o fato dele ter perdido o contrato com Carlson Thompson, também ajudou seus superiores a tomarem a decisão de o mandarem para o olho da rua.

Justin ficou extremamente infeliz, porque além dele amar seu emprego, nós estamos planejando um casamento e vamos ter um bebê.

“Pior hora para se perder o emprego” ele disse. Tentei tranquiliza-lo e lhe dizer que não precisamos fazer nada de extraordinário para o casamento, que poderíamos cancelar várias das coisas que planejamos fazer e que são, de fato, descartáveis. Faríamos uma cerimônia simples e familiar.

Ele não gostou nada disso, disse que eu não deveria me preocupar porque tinha uma boa quantia guardada e que ele queria que eu tivesse o casamento dos meus sonhos. Ele parecia tão transtornado, que não me incomodei em lhe dizer que as fantasias do casamento dos meus sonhos nunca envolveram um vestido caro, uma comida fina ou uma decoração luxuosa. Minhas expectativas sempre estiveram voltadas ao noivo, o homem que estaria me esperando no final do corredor.

Justin atingiu todas as expectativas e com certeza as ultrapassou. Ele é tudo o que eu poderia querer.

Aproximo-me dele e quando Justin me vê, ergue o olhar e me dá um sorriso fraco.

— Minha linda. — Ele estende a mão para mim e eu me sento em seu colo. Seus braços fortes aquecem meu corpo e eu descanso minha cabeça em seu peito.

— Como está nossa pequena Winifred?

— Urgh...De todos os nomes que você tem usado, esse é o pior. — Ele ri e eu fico feliz ao ouvir esse som, fico mais feliz ainda por ter sido eu quem provocou essa reação nele.

— É um belo nome.

— É horrível, Justin. Nossa filha sofrerá bulling na escola.

— Sofrerá? Então você desistiu e vai assumir que eu estou certo?

— Nunca, ainda acho que é um menino. — Digo encarando-o nos olhos e sorrindo com um misto de confiança e zombaria.

Ele me abraça e ficamos algum tempo em silêncio, apenas escutando nossas respirações. Apoiada em seu peito, escuto o reconfortante bater do seu coração, que junto com o meu, se ajustaram para baterem em sincronia, como se fossemos um só.

— Acho melhor você ir para a cama, precisa descansar.

— Só se você for comigo. — Digo.

— Acho que vou ficar aqui mais um pouco. — Levanto a cabeça e encaro-o seriamente nos olhos.

— Odeio ver você assim, meu amor. Sei que essa situação toda envolvendo o...Bem, eu sei como você deve estar se sentindo, mas não desanime. Tudo vai dar certo no final, você vai ver.

— Queria ter o seu otimismo...Eu perdi meu emprego, milhões de pessoas por todo o pais me viram fazendo coisas das quais eu me arrependo, incluindo seus colegas...

Paixão Inesperada (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora