SAVANNAH
Não é que ele tinha razão? O gosto daquela bebida era horrível, mas de fato ela me ajudou com minha insuportável dor de cabeça. E foi tão rápido que quando Justin estacionou seu carro na frente do meu dormitório a dor já havia diminuído consideravelmente.
Tenho que pegar a receita com ele. Não que eu vá beber daquele jeito novamente, de qualquer forma.
Quando entro em meu apartamento a primeira coisa que eu vejo, infelizmente, é Aletta parada em frente à janela com as mãos na cintura e um sorriso prepotente nos lábios.
Só de olha-la já me sinto doente. Durante essa última semana tenho feito meu melhor para evita-la, nem sempre é possível, mas tenho feito um bom trabalho.
E pensar que vou ter que dividir o apartamento com ela até me formar. Eu cheguei a marcar um horário com a Sra. Crosby, a orientadora do dormitório feminino, para pedir-lhe que me colocasse com outra menina. Qualquer outra. Mas o pensamento de que se eu fizesse isso estaria dando a impressão que ela me intimidou, me fez desistir.
Cancelei meu compromisso com a Sra. Crosby.
Eu posso não estar lidando com isso muito bem, mas tenho que pelo menos fingir.
- Ora, ora. Resolveu aparecer?- Ela diz e eu apenas ignoro. Como tenho feito quando as minhas tentativas de evita-la não funcionaram.
Sem olha-la ou falar qualquer coisa sigo em direção ao meu quarto.
- Rapidinha você, hein?
Seu comentário me faz parar. Lentamente viro-me para encara-la.
- Faz uma semana que você terminou seu namoro de um ano e já está em outra? Acho que Vince não era tão importante, afinal.- Ela diz com um sorriso que me faz ter vontade ir até ela, pegar seus cabelos e esfregar sua cara no asfalto até arranca-lo de lá.
- Você não tem nada mais interessante para fazer do que ficar grudada na janela cuidando do horário que eu chego em casa?- Digo com desprezo.
- Não sei por que me tratar com tanta hostilidade. Afinal, depois de hoje ficou muito claro que os seus sentimentos por Vince não são tão fortes quanto ele pensava. Coitado, e pensar que ele se sentiu culpado.
Dou um passo ameaçador em sua direção e ela recua. Tento me controlar. Agredi-la só iria me prejudicar, é isso que ela quer.
- Você não ouse falar sobre meus sentimentos por Vince.- Digo com os dentes cerrados.
- Estou falando alguma mentira? Se você o amasse não estaria dormindo com o cara que te trouxe agora a pouco.
- Eu não estou...- Começo a dizer mas me interrompo. Não devo nenhuma explicação para essa vaca.
Olho-a com nojo e me retiro para meu quarto. Uma vez lá dentro tranco a porta, fecho as cortinas e me jogo em minha cama.
Cubro-me e puxo o edredom até meu queixo, sentindo um frio que arrepia meu corpo.
Fecho os olhos e o rosto de Vince me vêm à mente, como todas as noites dessa semana infernal. A única vez que eu fui capaz de fechar meus olhos e não enxerga-lo foi ontem à noite.
Apesar de que pode ter acontecido, afinal não me lembro de nada depois que entrei no Eros. Mas se eu pensei nele antes de dormir não me lembro, o que já é alguma coisa.
Quem me dera poder esquecer as outras noites.
***

VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão Inesperada (Livro 3)
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro três da Série da Paixão.