Destroços do pós-guerra

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

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Sunagakure

Kankuro estava muito entediado. Extremamente entediado. Modo recorrente de seu humor nos últimos tempos, alias.

Experimentara fortes emoções durante a guerra, presenciara e provocara conflitos contra inimigos poderosos, ações de vida ou morte que faziam a paz parecer a pior das opções. Sem a emoção, não se sentia vivo.

Mas a guerra acabou. Agora era hora de juntar os cacos e reconstruir o país. Não que Sunagakure tivesse sofrido grandes danos, pelo contrário. Sua posição privilegiada incrustada e cercada por paredões de pedra lhe valeu a melhor de todas as defesas. Era inacessível por terra, a defesa quase absoluta.

Tal proteção não se estendia aos shifters que precisavam sair dali para manter os inimigos afastados. Guerreiros que precisavam ir ao centro das batalhas garantir a soberania de Sunagakure a custo da própria vida.

O preço pelos compatriotas perdidos era alto. Custaria muito tempo recuperar, dependendo das gerações futuras garantir a perpetuação daquela vila e sua própria hegemonia.

No entanto, esse não era o assunto que reunira os membros do Conselho. Em absoluto. Aqueles homens, Alphas no geral, sentavam-se junto para discutir acordos de paz e ajuda mutua, estabelecendo alianças não apenas de cooperação, mas em busca da garantia de que uma nova guerra seria evitada a todo o custo.

Estavam a horas sentados ali, debatendo sobre quanto deveriam ceder e quanto deveriam exigir em questão de ônus e bônus, sempre visando o melhor para a nação, ainda que concessões eventuais fossem feitas.

Quem presidia a reunião era seu irmão caçula Gaara. Kazekage e único deles que não nascera Alpha. Na verdade nem mesmo Beta ou Ômega. Gaara era uma aberração, um monstro que nascia de tempos em tempos e escapava a classificação corriqueira das castas, algo a que chamavam de Anomalia. Justo como os Kazekage antecessores, como se nascer daquele jeito se tornasse requisito básico para ascender ao poder.

Graças a isso, Kankuro e Temari, única família do rapaz, gozavam de privilégios e regalias que dificilmente teriam acesso de outra maneira. E também a obrigações e deveres extremamente entediantes, como aquela em que participava.

— ... por isso Kumogakure solicitou o envio de alguns Betas para ajudarem a reforçar a reconstrução das obras — um dos Conselheiros mais velho foi falando.

Nesse ponto Kankuro prestou mais atenção na conversa.

— E o posicionamento do país? — Gaara pareceu avaliar as possibilidades. Desde o término da guerra ele andava mais focado em seu papel de Kazekage.

— Favorável. E isso encerra os termos do acordo.

— Os países estão pedindo shifters como apoio? — Kankuro franziu as sobrancelhas. A maquiagem que tingia sua face pareceu dançar.

— Sim — outro Conselheiro respondeu incomodado. A presença do irmão de Gaara não era bem quista. Mesmo que seus crimes de guerra estivessem perdoados, ninguém esqueceria todo o mal que aquele rapaz causara.

Kankuro não falou mais nada. A informação entrou em sua mente e plantou uma semente interessante. Pela primeira vez em meses o tédio desapareceu e alguma emoção embotou suas veias. Sim, informaçãozinha muito sedutora aquela.

Poucos minutos depois a reunião se encerrou. Os Conselheiros se levantaram um a um, despedindo-se do líder, que continuou sentado até que o último saísse. Por fim, Gaara lançou um olhar inquisidor na direção do irmão mais velho. Geralmente Kankuro era o primeiro a deixar a sala de conferencias...

the only noise (KankuKiba/ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora