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Quando eu fecho os olhos ainda consigo ver a Alice com seu sorriso insano e seus olhos sombrios tentando me matar. Parece que revivo aquilo toda vez. Eu estou tentando superar isso com todas as minhas forças mas ela ainda me assombra toda vez que deito para dormir.


Eu estou lá na ponta do navio com a metade do corpo pra fora da barra de proteção. O ar está se esvaindo do meu pulmão como uma bexiga, o desespero já tomou conta do meu corpo. Ela está ali, apertando meu pescoço com tanta força, ela está me matando sufocada quando me empurra e eu caio na água. E quando me dou conta já estou me afogando. Dou um pulo da cama acordando assustada e com fadiga.


— Cami? Você tá bem? — A voz do Noah me traz de volta à realidade.


Encaro ele por um momento com meus olhos estalados e a respiração pesada.


— Foi só um pesadelo. Tá tudo bem agora. Fica tranquila, eu tô aqui. — Ele fala fitando meu rosto.


Pulo no seu pescoço o abraçando. Ele me aperta forte em seus braços e eu consigo me acalmar.


— Foi só um pesadelo princesa. — Noah beija o topo da minha cabeça antes de me soltar.

— Obrigada...Por estar aqui esses dias.  — Fito seus olhos verdes oliva.

— Não precisa agradecer. — Ele sorri de lábios fechados. — Agora vamos nos arrumar porque temos que ir.

— Tá bom. — Sorrio e ele logo deixa o quarto.


Desde o acidente no navio com a Alice, eu tenho tido pesadelos então pedi ao Noah para dormir no meu quarto, assim eu me sinto mais segura e tranquila. A presença dele me ajuda a pegar no sono mais ainda sim tenho pesadelos. E desde então Noah têm dormido no colchão no chão ao lado da minha cama. Quando eu pedi isso a  ele, ele nem pensou duas vezes e aceitou numa boa. Eu acho que ele ainda se sente culpado pelo que aconteceu e tá tentando se redimir. Mais eu não o culpo e já falei isso pra ele, mais ele se sente assim e só ele mesmo pode ajuda-lo quanto à isso.


Depois de me arrumar desci para o café da manhã. Hoje é o nosso último dia de aula antes da formatura e o meu aniversário de dezoito anos. Estou bem empolgada apesar de tudo. Assim que entro na sala de estar a família está toda reunida em volta da mesa com sorrisos estampados no rosto. Há dois balões pratas com os números um e oito, formando dezoito.


— Surpresa! — Eles falam em coro enquanto me olham alegres.


A mesa está repleta de comidas gostosas, é um banquete. Têm panquecas decoradas com chocolate e morangos, a minha preferida! Sorrio olhando eles e tudo aquilo pra mim.


— Obrigada gente, pela surpresa. Eu amei!

— Parabéns tata! — Nathaniel vêm correndo até mim e me abraça. Eu o puxo para o colo e ele deposita um beijo na minha bochecha.

— Obrigada meu anjinho. — Dou um beijo no topo da sua cabeça.

— Parabéns filha. Eu te amo! — Minha mãe me abraça e me dá um beijo na testa.

— Obrigada mãe. Eu também te amo.

— Parabéns Cami! — Meu pai e a Margaret falam em uníssono e me dão um abraço.

Camilla no Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora