18

246 14 8
                                    

Já faz três semanas que eu estou aqui e as coisas não têm sido tão ruins. Eu estou lidando melhor com a minha nova família e fiz bons amigos no colégio. Eu tenho falado com os meus amigos da Califórnia e com a minha  mãe por telefone e vídeo chamada, eu sinto tanta falta deles.

Sobre o que eu vi no dia do baile, bom, acho que ninguém descobriu que eu vi. Já que até agora não aconteceu nada. Mas apesar de eu tentar não me lembrar disso e ignorar, eu não paro de pensar no que vi. Eu tenho pena do Noah por estar sendo feito de idiota mas ao mesmo tempo eu não sei o que realmente aconteceu lá. E eu posso ter interpretado errado. O pior de tudo é saber que a Manu vem para o jantar hoje.

Já eram cinco horas da tarde quando eu resolvi andar de skate um pouco. A Manuela já havia chegado em casa e sinceramente, eu não tô preparada para lidar com ela. Estou em cima do meu skate a toda velocidade no meio da rua, aproveitando o ar puro inundar meus pulmões. E têm o pôr do sol magnífico, o céu alaranjado com raios vermelhos. Assim que viro a esquina com o skate sinto um grande impacto sob o meu corpo e eu vou de cara no chão. Meus braços protegem o meu rosto do asfalto mas as minhas pernas apesar da calça de moletom, sinto elas raladas e ardendo.

— Meu Deus, desculpa! Você tá bem? Deixa eu te ajudar. —Diz o garoto alto de olhos azuis como o mar e cabelos castanhos revirados pelo vento.

Ele estende a mão pra mim e me puxa para cima. Gemi pela dor no tornozelo.

— O que foi? Você tá machucada? —Ele pergunta preocupado.

— Eu tô bem apesar dos ralados mas acho que torci o tornozelo na queda.

— Ah, me desculpe por isso. Eu não estava esperando alguém andando de skate à essa hora por aqui. —Ele sorri de lábios fechados.

— Me desculpe também. Sabe, eu não estava esperando alguém andando por aqui à essa hora. —Sorrio divertida.

— Justo. —Ele ri. — Você consegue andar?

— No momento não muito.

— Oh, tudo bem, eu te ajudo a voltar pra casa.

— Obrigada mas não precisa.

— Precisa sim, a não ser que consiga caminhar essa distância toda.

— É, você tem razão. —Sorrio nervosa.

O garoto me ajuda a andar de volta para casa, ainda bem que só tenho que andar até a rua de cima. No meio do caminho paramos porque meu tornozelo está doendo demais.

— Falta pouco agora.

— Eu sei. Só preciso de dois minutos. —Digo apoiada em seu ombro.

— Aproveitando o momento, qual é o seu nome? —Ele encara meu rosto.

— Camilla. E o seu?

— Zack. Legal conhece-la.  —Ele sorri.

— Digamos que a ocasião poderia ser melhor. —Sorrio.

— Tem razão. Mais e aí, vamos continuar? Seu tornozelo tá bem inchado ein.

— É, tá doendo um pouco. — Faço uma careta. — Não sei se consigo.

— Vamos conseguir, sim.

Zack me pega no colo e eu solto um grito com o susto. Rimos. Ele me carrega até em casa. Assim que abrimos a porta Margaret vem até nós com um ar de preocupação.

— Cami! O que aconteceu? Você está bem? Oh céus, eu estava preocupada.—Ela fala vasculhando meu corpo por possíveis ferimentos.

— Tá tudo bem Margaret. Foi só um tombo. —Sorrio.

Camilla no Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora