Iris.
- PAI! - Grito assustada quando vejo o corpo enorme do meu pai voar para cima de Henrique.
- Seu desgraçado. - Papai ruge e soca o rosto de Henrique e o olha em choque.
- Matt Turner! - O grito estridente de mamãe faz o punho de papai fechado parar no ar e ele a olha com cautela. - Saia de cima do menino agora! - Seu rosto esta vermelho e suas mãos estão fechadas em punhos.
- Mas amor...
- Sem mais, Matt! Estou mandando sair de cima do menino.
Papai abaixa o punho, mas antes de sair de cima de Henrique o olha com odio.
- Não toque na minha menina!
O olho em choque.
Eu jurava que ele tinha escutado a conversa. Reviro os olhos ao constatar que é so ciumes. Mas me sinto cautelosa ao imaginar a cena quando ele descobrir tudo.
- Que forma mais ridicula e imatura de se comportar, Matt! - Mamae ladra.
Papai fecha a cara, emburrado e caminha ate mim, me pega no colo e se senta no sofa, me ninando.
- Oi pequena. - Ele beija minha testa e lança um olhar assustador para Henrique, que ainda esta no chão segurando o nariz em choque.
- Venha, criança. - Mamãe o ajuda a levantar.
- Obrigado senhora. - Sussurra.
- Fraco. - Papai sussurra com a boca enfiada nos meus cabelos, mas mamae parece ter ouvido e lança um olhar para papai. - Eu te amo minha dama. - Ele diz todo sorridente.
Mamae revira os olhos, mas segura um sorriso bobo.
- Napoleão! - Papai chama sorridente. O gato pula no sofa e vem para cima de papai.
O homem pode ser uma muralha de musculos, pode colocar medo em homens enormes e de caras ferozes, mas quando se trata de sua familia e gatos, o homem se transforma em um babão.
- Que saudade de voce peludo. Cade Thor? THOR? - Ele grita com a voz potente e o gato aparece preguiçoso para logo pular em cima de papai e se aconchegar contra seu corpo.
Saio do colo de meu pai e corro para abraçar mamãe.
- Minha menina. - Ela sussurra enquanto me esmaga num abraço carinhoso e materno. - Que saudade de voce meu amor.
- Mamãe. - Me afundo contra seu corpo magro e esculpido. - Que saudade. - Não consigo me controlar e soluços saem da minha boca.
- Boneca. - Papai larga os gatos, que reclamam, e vem envolver eu e mamãe num abraço apertado. - Não chore, vai fazer seu grande pai aqui querer chorar tambem.
- Seu pai é como um enorme e assustador urso de pelúcia.
- Assim voce me ofende, mulher!
Sorrio em meio as lagrimas.
Uma tosse falsa e forçada nos chama atenção.
- O que o modelo sem massa cefálica esta fazendo aqui ainda?
- Matt!
- Desculpa, delícia. - Ele nao parece nenhum pouco arrependido com esse sorriso malandro.
Mamae revira os olhos.
- Não vai nos apresentar seu namorado, filha?
- Namorado? - Papai vai morrer de ataque cardiaco.
- Ele não é meu namorado. - Sussurro envergonhada.
- Viu. Nada de namorado mulher. - Papai cruza os braços.
- Ainda. - Henrique resmunga.
- Cala a boca menino. - Papai rosna.
- Chega! - Mamãe acaba com a briga nem começada. - Vamos todos nos sentar e conversar, porque essas lagrimas nao são so de saudade.
- Claro que são! Ela quase morre sem o papai aqui.
Mamae revira os olhos e se volta para o sofa. Eu sorrio e abraço papai.
- Saudade.
- Tambem pequena. Mas onde esta aquele individuo do Aquiles?
- Academia.
- Aquele la so pensa nisso. - Ele diz como se nao fosse igual.
Me sento longe de Henrique e ele me olha carente, mas logo se senta na poltrona atras dele.
- Quem é voce? E o que estava fazendo tão perto da minha menina?
- Cala a boca homem. - Papai a olha indignado. - Como se chama querido?
- Henrique, senhora. - Nunca vi Henrique tao sem graça e tímido assim.
- Apenas Agnes, querido.
- Voce tem que parar de ficar chamando ele de querido, mulher!
Mamãe revira os olhos.
- Quem vai começar? - Sua pergunta faz com que eu e Henrique nos entreolhamos.
- Bem...
- Antes eu prefiro subir e só descer quando tudo já estiver acabado. - Papai se levanta mas mamae o segura e o puxa de volta para o sofá. - Depois que eu quebro a cara dele, você acha ruim mulher! - Ele resmunga cruzando os braços.
- Eu realmente me sentiria mais seguro com ele longe. - Henrique sussurra com a cabeça baixa.
Bufo e cruzo os braços. O homem se transforma em uma criança na frente do meu pai.
Henrique me olha, e sinto que esta se segurando. Desvio o olhar irritada.
- O que aconteceu entre vocês? - Mamae pergunta curiosa.
- Nada. - Eu e papai dizemos juntos.
- Eu me apaixonei por ela e agi como um completo idiota.
Papai e mamãe o olham chocados.
- Voce fez minha menina chorar? - Papai rosna completamente furioso.
- Amor. - Mamãe o chama carinhosa. - Calma, meu amor.
- Calma? - Meu pai a olha apontando para Henrique. - Ele fez minha menina chorar!
- Explique. - Mamãe o olha completamente seria.
Henrique engole em seco.
- Isso é completamente ridiculo. - Resmungo mas ninguem mostra atenção em mim.
- Eu sou o vizinho da frente, a alguns meses tivemos um momento e...
- Um momento? - Meu pai rosna.
- Matt!
- Bom. - Henrique engole enquanto minha mae olha papai repreendendo. - Eu acabei sentindo coisas por ela, mas eu meio que... - Ele se cala e torce os dedos. - Eu achei que ela e Aquiles eram um casal. - Ele sussurra olhando meu pai.
Mamae segura a mão de papai.
- Compleensível. - Diz calma. - Acho que ja imagino o que houve.
- O que houve? - Meu pai pergunta meio perdido.
- Eu acabei ofendendo ela depois de passarmos a noite juntos. - Ele continua com a cabeça abaixada. - Eu ainda achava que ela e Aquiles eram um casal, um casal estranho mas mesmo assim. - Ele passa as mãos sobre o cabelo. - Eu fiquei furioso ao imaginar ela voltando para ele, dormindo abraçada com ele, dizendo palavras de amor, enquanto eu era somente um ridiculo amante com restos de carinho e atenção. Eu nao suportei a ideia dele chama-la de minha enquanto eu passava a noite sonhando com ela e desejando ser seu marido, então eu... Eu agi de uma forma horrivel e acabei magoando meu caramelo. - Seus olhos estão nos meus. Lagrimas não caidas brilharam com seus olhos carentes. - Me perdoe. - Uma lagrima cai de seu olho.
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Ao Seu Lado. Livro 2
Romance[Livro completo e sem revisão.] Ao Seu Lado é uma continuação do livro "Apenas... Você." Conta a história de Henrique e Marcos. Seus medos, seus desafios, seus obstáculos, e seus amores. Nao é necessariamente preciso ler "Apenas... Você" para entend...