Capítulo 17

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Iris.

- PAI! - Grito assustada quando vejo o corpo enorme do meu pai voar para cima de Henrique.

- Seu desgraçado. - Papai ruge e soca o rosto de Henrique e o olha em choque.

- Matt Turner! - O grito estridente de mamãe faz o punho de papai fechado parar no ar e ele a olha com cautela. - Saia de cima do menino agora! - Seu rosto esta vermelho e suas mãos estão fechadas em punhos.

- Mas amor...

- Sem mais, Matt! Estou mandando sair de cima do menino.

Papai abaixa o punho, mas antes de sair de cima de Henrique o olha com odio.

- Não toque na minha menina!

O olho em choque.

Eu jurava que ele tinha escutado a conversa. Reviro os olhos ao constatar que é so ciumes. Mas me sinto cautelosa ao imaginar a cena quando ele descobrir tudo.

- Que forma mais ridicula e imatura de se comportar, Matt! - Mamae ladra.

Papai fecha a cara, emburrado e caminha ate mim, me pega no colo e se senta no sofa, me ninando.

- Oi pequena. - Ele beija minha testa e lança um olhar assustador para Henrique, que ainda esta no chão segurando o nariz em choque.

- Venha, criança. - Mamãe o ajuda a levantar.

- Obrigado senhora. - Sussurra.

- Fraco. - Papai sussurra com a boca enfiada nos meus cabelos, mas mamae parece ter ouvido e lança um olhar para papai. - Eu te amo minha dama. - Ele diz todo sorridente.

Mamae revira os olhos, mas segura um sorriso bobo.

- Napoleão! - Papai chama sorridente. O gato pula no sofa e vem para cima de papai.

O homem pode ser uma muralha de musculos, pode colocar medo em homens enormes e de caras ferozes, mas quando se trata de sua familia e gatos, o homem se transforma em um babão.

- Que saudade de voce peludo. Cade Thor? THOR? - Ele grita com a voz potente e o gato aparece preguiçoso para logo pular em cima de papai e se aconchegar contra seu corpo.

Saio do colo de meu pai e corro para abraçar mamãe.

- Minha menina. - Ela sussurra enquanto me esmaga num abraço carinhoso e materno. - Que saudade de voce meu amor.

- Mamãe. - Me afundo contra seu corpo magro e esculpido. - Que saudade. - Não consigo me controlar e soluços saem da minha boca.

- Boneca. - Papai larga os gatos, que reclamam, e vem envolver eu e mamãe num abraço apertado. - Não chore, vai fazer seu grande pai aqui querer chorar tambem.

- Seu pai é como um enorme e assustador urso de pelúcia.

- Assim voce me ofende, mulher!

Sorrio em meio as lagrimas.

Uma tosse falsa e forçada nos chama atenção.

- O que o modelo sem massa cefálica esta fazendo aqui ainda?

- Matt!

- Desculpa, delícia. - Ele nao parece nenhum pouco arrependido com esse sorriso malandro.

Mamae revira os olhos.

- Não vai nos apresentar seu namorado, filha?

- Namorado? - Papai vai morrer de ataque cardiaco.

- Ele não é meu namorado. - Sussurro envergonhada.

- Viu. Nada de namorado mulher. - Papai cruza os braços.

- Ainda. - Henrique resmunga.

- Cala a boca menino. - Papai rosna.

- Chega! - Mamãe acaba com a briga nem começada. - Vamos todos nos sentar e conversar, porque essas lagrimas nao são so de saudade.

- Claro que são! Ela quase morre sem o papai aqui.

Mamae revira os olhos e se volta para o sofa. Eu sorrio e abraço papai.

- Saudade.

- Tambem pequena. Mas onde esta aquele individuo do Aquiles?

- Academia.

- Aquele la so pensa nisso. - Ele diz como se nao fosse igual.

Me sento longe de Henrique e ele me olha carente, mas logo se senta na poltrona atras dele.

- Quem é voce? E o que estava fazendo tão perto da minha menina?

- Cala a boca homem. - Papai a olha indignado. - Como se chama querido?

- Henrique, senhora. - Nunca vi Henrique tao sem graça e tímido assim.

- Apenas Agnes, querido.

- Voce tem que parar de ficar chamando ele de querido, mulher!

Mamãe revira os olhos.

- Quem vai começar? - Sua pergunta faz com que eu e Henrique nos entreolhamos.

- Bem...

- Antes eu prefiro subir e só descer quando tudo já estiver acabado. - Papai se levanta mas mamae o segura e o puxa de volta para o sofá. - Depois que eu quebro a cara dele, você acha ruim mulher! - Ele resmunga cruzando os braços.

- Eu realmente me sentiria mais seguro com ele longe. - Henrique sussurra com a cabeça baixa.

Bufo e cruzo os braços. O homem se transforma em uma criança na frente do meu pai.

Henrique me olha, e sinto que esta se segurando. Desvio o olhar irritada.

- O que aconteceu entre vocês? - Mamae pergunta curiosa.

- Nada. - Eu e papai dizemos juntos.

- Eu me apaixonei por ela e agi como um completo idiota.

Papai e mamãe o olham chocados.

- Voce fez minha menina chorar? - Papai rosna completamente furioso.

- Amor. - Mamãe o chama carinhosa. - Calma, meu amor.

- Calma? - Meu pai a olha apontando para Henrique. - Ele fez minha menina chorar!

- Explique. - Mamãe o olha completamente seria.

Henrique engole em seco.

- Isso é completamente ridiculo. - Resmungo mas ninguem mostra atenção em mim.

- Eu sou o vizinho da frente, a alguns meses tivemos um momento e...

- Um momento? - Meu pai rosna.

- Matt!

- Bom. - Henrique engole enquanto minha mae olha papai repreendendo. - Eu acabei sentindo coisas por ela, mas eu meio que... - Ele se cala e torce os dedos. - Eu achei que ela e Aquiles eram um casal. - Ele sussurra olhando meu pai.

Mamae segura a mão de papai.

- Compleensível. - Diz calma. - Acho que ja imagino o que houve.

- O que houve? - Meu pai pergunta meio perdido.

- Eu acabei ofendendo ela depois de passarmos a noite juntos. - Ele continua com a cabeça abaixada. - Eu ainda achava que ela e Aquiles eram um casal, um casal estranho mas mesmo assim. - Ele passa as mãos sobre o cabelo. - Eu fiquei furioso ao imaginar ela voltando para ele, dormindo abraçada com ele, dizendo palavras de amor, enquanto eu era somente um ridiculo amante com restos de carinho e atenção. Eu nao suportei a ideia dele chama-la de minha enquanto eu passava a noite sonhando com ela e desejando ser seu marido, então eu... Eu agi de uma forma horrivel e acabei magoando meu caramelo. - Seus olhos estão nos meus. Lagrimas não caidas brilharam com seus olhos carentes. - Me perdoe. - Uma lagrima cai de seu olho.

Ao Seu Lado. Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora