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Oito horas da manhã e eu já tinha distribuído curriculos em todos os lugares possíveis e imagináveis. A manhã seria longa.
Deixei o barzinho que Letícia tinha me falado, por último.
Entrei e fiquei procurando alguém da administração, até que achei uma moça no caixa.
-Bom dia. Em que posso ajudar? -ela disse simpática.
-Bom dia. Fiquei sabendo que vocês estão contratando moças.
-Ah, claro. Só um minutinho, vou chamar meu chefe e já volto.
Eu estava de costas e meio distante, mas eu reconheceria aquela voz em qualquer em lugar. Me virei de frente e quase não acreditei. Era ele bem ali na minha frente. Caio, meu ex namorado.
-Oi Ingrid. Precisa de ajuda?
-Eu estou esperando o chefe dela.
-Sou eu mesmo. Ela disse que você queria deixar um currículo.
-Sim, mas eu acho que eu mudei de ideia.
-Você não pode fugir de mim pra sempre.
-Ah, agora sou eu a fugitiva? Engraçado. Desculpe mas não tenho tempo pra ficar jogando conversa fora. Com licença. -disse com raiva e saí. Nem percebi que Lucas estava em minha frente. Só fui perceber quando eu esbarrei nele.
-Hey, aonde você vai apressada desse jeito? O que houve?
-Nada. -respondi e entrei no carro e Lucas entrou em seguida.
-O que houve lá dentro? -Lucas perguntou.
-Quer mesmo saber? -perguntei.
-Claro.
-O Caio.
-O que tem seu ex?
-Ele é o dono do bar. Por isso saí correndo de lá. Como eu era burra. -disse encostando a cabeça na janela do carro. -E ainda veio me dizer que eu não posso ficar fugindo dele pra sempre, como se a culpa fosse minha. Mereço ouvir esse tipo de coisa. -olhei para Lucas e ele apenas me ouvia, sem falar nada.
-Desculpa meu amor. -eu disse e ele sorriu pra mim.
-Vem cá. -ele disse e me puxou para seu colo. -Você não tem culpa se esse babaca não te deu valor e não precisa me pedir desculpa, você não pode ficar guardando esse tipo de mágoa. Isso só nos faz mal. -disse e deu um beijo em minha testa.
-Eu te amo. -disse lhe dei um beijo rápido. -Não consigo mais me ver sem você. Só de pensar já bate um desespero. Obrigada por ser a melhor pessoa do mundo. -eu disse e Lucas me beijou. -Agora vamos almoçar? To morrendo de fome.
-Eu sabia que todo esse romantismo era puro interesse. -ele brincou e eu ri.
-Que calúnia. Sou a namorada mais romântica do mundo.
-Aham, e também a que arrota alto e me chama de embuste 24h.
-Mas você é um embuste. Um embuste do bem. Meu neném embuste.
-Muito obrigada pela parte que me toca. Eu também te amo muito. -fez drama.
-Drama queen. -eu disse e ri da cara que ele tava fazendo.
-Quero só ver, se um dia eu morrer.
-Credo, amor. Vira essa boca pra lá menino, eu hein. -disse fazendo sinal da cruz. -Você não vai morrer. Ainda vai ter que me aturar por uns 600 anos.
-Não sei, não. Eu ando sentindo umas palpitações. Acho que desse ano eu não passo.
-Lucas, para de graça. -eu disse séria.
-Eu só to brincando, meu bem.
-Isso não é brincadeira que se faça. Se você morrer, nem sei o que eu faço.
-Eu te buscaria por que não consegueria viver sem você lá do outro lado.
-Muito fofo. Mas chega desse assunto. Já perdi pessoas importantes demais e não vou perder você.
-Vai querer comer o que? -Lucas perguntou encerrando aquele assunto horrível.
-Qualquer coisa. -respondi ligando o rádio.
-Não sabe viver sem música mesmo, né? -ele comentou.
-Não e nem sem você. -respondi.
-Pra quem queria ir com calma. Agora tá aí toda apaixonada.
-Vem, cá. -eu disse e ele me olhou. -Cala a boca. -eu disse o imitando e ele riu.
-Palhaça. -ele disse rindo.
-Aprendi com o meu namorado.
-Falo nada. -ele disse se fazendo de ofendido.
-Só me beija, quê? -eu disse e ele estacionou o carro em frente ao restaurante.
-Mais tarde. -ele disse descendo do carro e abrindo a porta para mim.
Entrelaçamos nossos dedos e entramos no restaurante. O almoço estava maravilhoso. Antes da sobremesa Lucas foi até o banheiro. Deixando seu celular comigo. O celular dele apitou e eu fui ver quem era. Mensagem de Maria Julia. Ótimo! O dia tava bom demais pra ser verdade. Na mensagem ela chamava Lucas pra gravar. Não sou de proibir Lucas de fazer nada, até por que a vida é dele. Mas eu não confio nessa garota. Principalmente depois do que ela fez com ele.
-Toma. -eu disse entregando seu celular. -Mensagem da Maria Julia.
-Você respondeu.
-Não.
-Por que?
-Não sei se você vai gravar com ela, como eu iria responder?
-Calma. Eu só fiz uma pergunta.
-Eu to calma. -forcei um sorriso.
-Se eu não te conhecesse, até me enganaria que sim. Mas acontece que não.
-Se me conhece assim tão bem, já sabe o que eu penso disso, né?
-Amor, é só um vídeo.
-Lucas, ela não te faz bem e você sabe disso.
-Aquilo é passado. Eu já to em outra e você sabe disso.
-Eu sei, mas não confio nela. Nem um pouco.
-E em mim você confiança?
-Lucas, a questão não é essa. Eu não confio nela porque ela te fez mal e tem cara de quem vai fazer de novo.
-Eu que fui burrro e,,,
-Ta vendo? Você nem chegou perto e ela já tá te afetando. O que você disse pra mim aquela hora que saímos do barzinho? O mesmo vale pra você. Você não tem que se culpar por quem não te merece. E você não vai pra lá sozinho, eu vou com você.
-Quê? -ele perguntou.
-Isso aí que tu ta ouvindo. Manda mensagem pra ela que daqui você vai pra casa dela e eu vou junto.
-Não sei se isso é uma ideia.
-Você não queria me assumir? Começa por ela. Já falou?
-Calma. -ele disse digitando. -Pronto. Eu disse que daqui meia hora chegarmos lá.
-Ok. -disse e me calei.

Permaneci quieta durante todo o trajeto da casa de Maria Julia. Às vezes Lucas comentava alguma coisa e eu só assentia.
-Oi T3ddy. -Maria Julia disse sorridente e o cumprimentou com um beijo no rosto.
-Oi Maria. -ele disse e sorriu também. -Essa é Ingrid. Minha namorada. -ele disse e Maria Julia ficou boquiaberta.
-Oi Ingrid, prazer. -disse sorrindo e me cumprimentou com um beijo no rosto também.
-Oi Maria. -sorri...



















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