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Uma semana depois...

Acordei enjoada e fui direto pro banheiro. Lucas veio atrás e segurou meu cabelo.
-Será que é o Júnior dando sinal de vida? -ele disse.
-Não sei. -eu disse antes de escovar os dentes. -E meu filho não vai se chamar Júnior. Vai se chamar Miguel.
-Lucas. Vai se chamar Lucas Júnior. -ele disse rindo da cara que eu fiz.
-É muito amor próprio. -eu disse revirei os olhos. -E também eu não estou grávida.
-Como é que tem tanta certeza? Fez algum teste.
-Não. Mas eu sinto que não.
-Você é teimosa demais. -ele disse balançando negativamente. -Eu sei que você está grávida. Se não, qual é a lógica desses enjoos? Faz o teste que eu deixo você escolher o nome. -ele sugeriu.
-Chantagista. -eu disse e ele riu. -Eu já disse que eu não estou. Mas se eu tiver eu quero o nome seja Miguel.
-Lucas. -ele ainda insistia.
-Miguel. -eu disse novamente.
-Lucas Miguel. -nós dois falamos juntos.
-Amor, faz o teste. Por favor.
-Ta bom. Eu faço. -respondi e ele sorriu. -Mas eu tenho certeza que não tem nada aqui. Deve ser alguma coisa estragada ou esse calor.
-Se não der certo dessa vez a gente já escolheu o nome, pelo menos. E enquanto isso a gente vai tentando. Eu vou na farmácia e já volto. -ele disse e me deu um beijo rápido. -Cuida bem do nosso filho.
-Para de se apegar. Você nem sabe se eu to mesmo. -eu disse levantando. -Eu vou junto. Só preciso trocar de roupa.
Troquei de roupa e fomos a farmácia mais próxima de casa. Lucas com certeza seria um ótimo pai. Ficou todo bobo planejando futuro pra uma criança que ele nem sabia se existia ou não.
Chegando da farmácia fui fazer o teste. Lucas ficou na porta do banheiro esperando. Olhei o resultado e abri a porta.
-Negativo. -eu disse e o sorriso de Lucas se murchou.
-Aff. -ele disse triste. -Nem pra fazer filho eu presto.
-T3ddy! -eu disse brava. -Pode parar. Não aconteceu porque ainda não a hora. Eu sei que você é louco pra ser pai, eu também quero muito ter um filho seu. Mas cada coisa no seu momento. Quando ele tiver que vir, ele virá.
-E até lá...
-A gente vai tentando. -o interrompi.
-Espero que ele seja realista igual a mãe. -ele disse e eu ri.
-Desculpa se às vezes eu sou muito dura. -disse e lhe dei um selinho.
-Eu admiro isso em você. -ele disse sorrindo. -Não tem que pedir desculpas. Eu esqueci de te avisar. -mudou de assunto. -Meus pais estão vindo pra cá hoje. -ele disse e eu o olhei sem reação.
-E você só me avisa agora? Lucas essa casa ta uma bagunça. -e realmente estava. Não sei como Lucas sozinho conseguia bagunçar um apê pequeno.
-Só tem a cama pra arrumar. -ele disse.
-E a louça que o senhor não lavou, a roupa que você não colocou na máquina. Essas roupas que são pra guardar. Faz o seguinte: guarda isso no guarda roupa e eu cuido do resto. -eu disse saindo do quarto. -Quando eu voltar eu quero isso arrumado, hein Olioti.
-Ta bom, mãe. -ele disse com uma cara tédio.
Comecei pela louça, depois coloquei as roupas pra lavar e por último dei uma limpada na casa. Eu espero que ele mantenha a organização.
Voltei pro quarto e ele não tinha guardado nem metade das roupas.
-É tão difícil assim? -perguntei entrando.
-Mas ta chata hoje hein. -ele respondeu.
-Não vou falar nada pra você Olioti. Um negócio simples desse e você enrolando. -eu disse ajudando ele a organizar as outras roupas que ainda faltavam. -Se eu ver seu quarto bagunçado de novo, vou te deixar de castigo mocinho. -brinquei.
-Ta bom, dona Vera. Ta bom. -ele disse e eu ri.
-Vamos almoçar o que? -perguntei já com fome de novo.
-Não sei. Eu tava pensando em comer em algum lugar.
-E eu em cozinhar. -comentei. -Mas não sei o que.
-Quer impressionar a sogra? -ele perguntou.
-Talvez. Mas to com preguiça. -respondi. -Acho melhor a gente almoçar fora mesmo e mais tarde eu cozinho alguma coisa. Pode ser? -eu disse e ele assentiu.
Assim que terminamos de organizar o quarto. Os pais de Lucas chegaram e eu fiquei com cara de paisagem, sem saber como agir ou o que falar.

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