A CARTA E OS PRESENTES- ULTIMO CAPITULO

38 6 8
                                    

Peguei o papel branco sobre a mesa de centro e o abri e comecei a ler. Enquanto lia as palavras, mais lagrimas caiam dos meus olhos.

Na carta estava escrito o seguinte.

"Querido Michael, foi tanta coisa que aconteceu nos ultimos meses, que eu nao sei nem por onde começar. Mas bom, ja que comecei a escrever, vou terminar.
Foram tantas coisas boas e ruins, que nos aconteceram, creio que isso só serviu para nos fortalecer ainda mais.
Meu plebeu, quero que saiba que eu vou continuar te protegendo, te guiando e enxugando as suas lagrimas, de onde quer que eu esteja, tambem quero que saiba que estarei pronto para te ouvir e te aconselhar no que for preciso.
Eu tenho uma confissao pra você, alguns dias antes de ir ao shopping com voce e com as garotas, eu fui ao medico. Minha doença havia se agravado e o medico disse que nao poderia fazer muita coisa, eu lhe perguntei quanto tempo tinha e ele disse que talvez 3 meses. Quero que saiba que nao terminei o relacionamento porque tu me traiu, e não, nunca te odiei, não tem como te odiar Michael. Eu terminei o nosso namoro, porque queria que fosse forte quando eu fechasse meus olhos, queria que acostumasse com minha ausencia na sua vida, sei que vai ser dificil, mas nao quero que fique triste, quero que saia, que conheça pessoas novas, ria, que conheça um novo alguem. Que tal o Pierre? Ele é legal, e voce se esqueceria de mim.
Eu sei o que deve estar pensando, que fui um egoista, mas foi melhor assim.
Nosso romance começou errado, no primeiro dia, lembra eu te ofendi, te disse palavras duras. Lembra? Mas é porque eu não sabia o que estava acontecendo. Eu te queria por perto e longe ao mesmo tempo. Nós passamos por muita coisa juntos.
Sabe? A morte é o despertar do sono profundo chamado vida. Aqui, Michael Thompson te deixo este presente e esta carta me despedindo do meu amor. Sentirei saudades de onde eu estiver.
Por favor, ao ler esta carta, nao chore. Estarei te observando, nao se esqueça do seu sentimento por mim, mas esqueça do meu rosto, do meu jeito.
Te amo e te amarei. Espero que encontre seu caminho.
Sempre meu
Sempre seu
Sempre nosso.
Adeus."

Eu estava chorando, meu coração se apertou quando li as palavras de Thomas no papel branco, escrito a mão. Eu então peguei o embrulho que estava no sofá e entao o abri, la continha uma caixa, na mesma tinha dois portas retratos do Thomas e de mim, tres vidros de perfume,  1 correntinha com dois pingentes com as nossas iniciais, uma camisa, um bone e uma caixinha ao fundo, nela continham duas alianças de ouro, com nossos nomes. Ele iria me pedir em casamento, as lágrimas só insistiram em cair. Na outra caixa, continha aquele sobretudo que haviamos comprado no shopping, tres calças e mais dois portas retratos nosso.

Olhei para dona Stella e para Luck, agora a conversa eram com eles.

- Voces sabiam? Sabiam disso? - Perguntei com a voz embargada e com decepção no olhar, ninguem fala nada, ate que Luck tomou a frente.


- Sim Michael, sabiamos disso. Mas foi ele quem nos pediu para esconder de voce, ele nao queria te preocupar. - Ele nao queria me preocupar? Eu era o namorado dele. Eu tinha o direito de saber.


- Eu era o namorado dele, entende isso? Eu tinha o direito de saber. Voces dois deveriam ter me contado. Agora sabe o que acontece Luck? Quebra de confiança, nem no meu melhor amigo confio mais. Escondeu de mim por meses e quer que eu diga o que? Obrigado por esconder algo de mim Luck? Nao, nao mesmo. Voce me traiu, isso foi o que voce fez. - Falei com lagrimas nos olhos, me senti um lixo, sabe? Eles me esconderam isso, algo importante.

Meu coração nao estava aguentando liguei para Pierre e o convidei para sair. Obvio que meu francês nao era uma das melhores companhias para aquela noite, mas eu precisava de alguem, precisava me desabafar com alguem. Pierre no mesmo instante aceitou.

Não demorou muito e ele havia chego na mansao, e eu ainda continuava a chorar, meus sentimentos doiam, eu estava passando mal, precisava sair dali, ele me viu naquele estado e eu logo o abracei forte, ele sussurrava palavras confortantes, saimos da mansao, e fomos andar um pouco, pois precisava de ar puro.

Quando saimos da mansão, eu fiquei em silencio, eu nao queria falar nada, apenas precisava de uma companhia naquela noite, minha vida sempre foi, e sempre sera um caos.

"O que sera que fiz pra merecer isso? Por que tenho esse karma? Droga!"

Era tudo o que eu conseguia pensar, eu sinceramente nao queria mais viver, eu queria tirar essa dor do meu peito.

Eu olhei para Pierre e então falei dando lhe uma ideia.

- Vamos à algum bar? - Perguntei, Pierre me olhou e assentiu em sinal de positivo, e entao fomos a um barzinho. Bebi, bebi ate nao conseguir lembrar do meu nome.

Foi um erro eu ter ido aquele bar, preferiria ficar em casa, eu ainda estava sentindo a falta de Thomas, dessa vez ele não iria voltar, nunca mais, a vida me pregou peças, mas essa foi a pior delas.

No outro dia, eu fiquei com uma ressaca do cão, não sabia onde estava. Mas eu ainda estava vestido como sai ontem. Me sentei na cama, e Pierre apareceu com uma bandeja com pao, manteiga biscoitos, suco de laranja, e um comprimido pra dor de cabeça, eu ri e agradeci. Comi tudo, e tomei o remédio, em seguida, fui ate o banheiro e quando vi que estava só, comecei a chorar as lagrimas não paravam.

- Oi, como ta ai?- Falei como se tivesse conversando normalmente com Thomas.- Bem, depois de que voce se foi, eu fiquei mal, tipo bem mal. Eu queria que você voltasse pra mim. Mas enfim, era isso. Eu quero dizer que a gente vai se ver ai, vamos aproveitar muito. Vamos passear por ai sossegadamente, eu te amo quero que saiba disso. Lembre se do nosso bordão

Sempre meu

Sempre seu

Sempre nosso.

Depois desci as escadas, e fui ate a cozinha, não havia ninguém, acho que Pierre pensou que eu voltei a dormir. Peguei um papel e uma caneta, e então comecei a escrever.

"Oi, se você estiver lendo isso, é porque provavelmente eu já esteja morto, então nem tente me trazer a vida. Sabe? Eu percebi que aqui não é meu lugar, então acho que é isso. Adeus e muito obrigado a todos."

Enquanto eu escrevia, lagrimas e mais lagrimas escorriam dos meus olhos, meu coração palpitava forte, minha respiração acelerada. Fui ate a gaveta de talheres, e apontei diretamente para o meu pescoço, fechei meus olhos, e então enfiei em meu pescoço. Minha vista se escureceu, e minha vida foi embora. Agora era tudo ou nada.

O Príncipe e o PlebeuOnde histórias criam vida. Descubra agora