Meu primeiro corte

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Cheguei em casa, minha mãe não tinha chegado ainda. Resolvi comer só uma maçã e fui novamente para o meu quarto, como sempre!

Tudo naquele dia estava tão estranho, diferente...Eu não sei dizer o que esta diferente, mas que tem algo estranho tem! Como se eu ja tivesse vivido aquele momento, eu senti saudades de algo que não aconteceu, ou talvez já tenha acontecido.

Sabe, eu não tô sabendo lidar com esse vazio, por mais que já faça parte de mim. Ele vai, mas cada vez que vem, ele volta mais forte.

Já sei, vou arrumar meu quarto, ta uma bagunça aqui.
Comecei trocando o lençol da cama e arrumando-a, tirei as tranqueiras da mesinha, o lanche da noite passada e tirei todo o pó. Varri o chão, arrumei o guarda-roupa, limpei e organizei os livros e pronto. Quando vi já erra 2:30 tinha que estar 3:00 no park.

Melhor me trocar e ir, coloquei uma calça preta rasgada, e uma camiseta de manga longa, fiz um coque, peguei minha mochila e fui.

Chegando no park...

Resolvi caminhar um pouco, respirar um ar livre, chega de ficar trancada no quarto, na verdade não! Porque vou sair daqui e me trancar novamente. Você acaba acostumando com tudo isso.

A visto as meninas e eles veem até mim.

Gi:Ufa, vamos para baixo daquela árvore, o sol tá demais.

Karol:Melhor irmos mesmo.

Vamos em direção a árvore.

Gi:Vamos começar?

Paloma:Vamos sim.

Melhor fazermos rápido, quanto antes melhor, assim não fico muito por aqui nesse lugar cheio de pessoas com alma vazia.

Fizemos o trabalho quando vi já era 5:30.

Karol:Vamos tomar um sorvete.

Pegamos as coisas e fomos comprar o sorvete. Peguei de morango, elas pegaram de uva.
Voltamos para árvore.

Paloma:Preciso ir.

Gi:Mas já?

Karol:Fica mais, agora que acabamos o trabalho, vamos aproveitar.

Paloma:Preciso ir de verdade.

Gi:Agora que o Vitor chegou - Ela aponta para ele, que não vê a gente.

Paloma:Não tô nem ai pra Vitor.

Karol:Por que não?

Gi:Você sempre gostou dele.

Paloma:Porque sim, não gosto mais.

Gi:O que está acontecendo? Você está agindo diferente ultimamente.

Karol:É algo pessoal?

Paloma:Gente não é nada com vocês, só estou cansada.

Karol:Ta bom então.

Gi:Sabe que pode nos contar qualquer coisa, não sabe?

Paloma:Sim, vou lembrar disso.

Me despeço delas e vou para casa!

Saindo do park...

Chego em casa e vou direto para o quanto me deito e olho para minha mesa de estudos vejo minhas coisas lá, vou em direção á mesa e me sento na cadeira, tento estudar. Mas que droga, não consigo entender nada . A ponta do lápis se quebra, vou apontar, e no mesmo instante se passa um turbilhão de pensamentos na minha cabeça.

Foi aí que tive a idéia de tirar a lâmina do apontador e me cortar, sim, eu fiz isso! Fiz meu primeiro corte.
Cada corte retrada cada vez que penseu em suícidio, cada vez que me magoaram e que eu me senti um lixo.

Fiz 7 cortes no total, foram grandes, doeu. Mas dói ainda mais aqui dentro, o motivo dói mais que os cortes, tudo dói mais. Me cortei pra ver se me sentia mais viva, pra doer aqui fora e esquecer a dor de dentro.

Eu quero chorar mas não consigo, cortei minha perna, assim ninguém notaria, se cortasse o braço ia ficar na cara. Não quero que ninguém saiba, se não iriam me julgar, não entenderiam.

Eu me machuco por fora, pra aliviar a dor que está aqui dentro! Estou me sentindo um lixo, sei la. Sei que é errado, sempre dizem:Não faça seu primeiro corte, mas eu vou parar, só queria aliviar a dor por um instante só, por um segundo.

Gente, peço mil desculpas por ficar tão afastada assim de vocês, fiquei muito tempo sem postar e tenho uma explicação. Estou passando por uma fase difícil, estou depressiva e tomando vários remédios, mas estou me tratando. Estou desanimada com essa coisa de livros, mas prometo que vou tentar não abandona-los novamente, não por muito tempo. Peço muita compreensão e paciencia de vocês!

Com amor, Ohana❤

Suicida por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora