2. a garota na sacada

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         A Ação de Graças pareceu ficar igual ano após ano

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         A Ação de Graças pareceu ficar igual ano após ano. Nós nos sentávamos a mesa, dizíamos pelo o que éramos gratos, comíamos e conversávamos o dia inteiro, eventualmente ou Lori ou Lottie surgiam com a ideia de brincar de mímica e gastávamos o resto do nosso dia com potes de sorvetes e adivinhações. Eu amava a simplicidade nisso tudo. As risadas, as caretas durante a mímica, Lori se lambuzando com o sorvete e Lottie nos repreendendo por nunca entender suas mímicas, sendo que, na verdade, entendíamos sim e apenas dizíamos que não para tirá-la do sério.

         Naquele mesmo dia, quando o sol já tinha se posto e a lua brilhava no céu, Bella me mandou uma mensagem. Nela continha um endereço e um pedido para que eu fosse até lá para ver os fogos com ela e alguns amigos. Pensei por muito tempo se valia a pena levantar do conforto da minha cama quente para ver alguns fogos com pessoas que eu sequer conhecia. Ao fim, me levantei decidido a ir, afinal, Bella faria isso por mim se eu pedisse então eu definitivamente vou fazer isso por ela... mesmo que eu não queira queimar minha bunda no frio por aí.

        Troquei de roupa rapidamente, calçando meus all star azuis favoritos e vestindo uma jaqueta jeans nova que Lori tinha trazido de Londres para mim e sai do quarto. Todas as luzes da casa estavam apagadas e, por isso, silenciosamente, liguei a lanterna do celular, seguindo agilmente pelo corredor e depois escada abaixo em direção a porta de entrada. Eu estava quase lá...

           — Bretton James Fitzgerald, aonde você pensa que vai?

         Merda. Me virei devagar como se tivesse sido pego cometendo um grave delito e mirei a lanterna para o meu captor. Veronica, minha mãe, que vestia um delicado robe de seda preto e uma carranca no rosto coberto pelos cremes brancos.

            — Bretton? — ela me chamou — Eu não vou perguntar novamente.

         Sorri para ela do jeito que meu pai me ensinou quando criança, o famoso e infalível sorriso do "não me bata, por favor".

          — Bella me chamou para ir ver os fogos com ela. — contei — Eu... posso ir?

         Ela me encarou por longos segundos com a testa franzida. Aquele creme em seu rosto fazendo-a parecer um fantasma raivoso sob a luz fraca da lanterna do meu celular. Por fim, sua carranca sumiu e ela suspirou cansada, pedindo apenas para que eu tomasse cuidado. Desejei-lhe boa noite e assisti-a subir as escadas para o andar superior, percebendo somente agora que ela levava um copo de água na mão. Soltando o ar que nem sabia que prendia, me virei para a porta de entrada, destranquei-a e sai.

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