6. florestas para se perder e mares para se afogar

304 57 282
                                        

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

      A caminhada foi silenciosa, mas não de um jeito desconfortável

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


      A caminhada foi silenciosa, mas não de um jeito desconfortável. Roman tinha enfiado as mãos nos bolsos do moletom verde escuro e caminhava próximo a mim. Nossos ombros se tocavam vez ou outra fazendo um arrepio gostoso percorrer todo o meu corpo. Uma vontade louca de chegar mais perto de seu corpo e de ficar por lá mais tempo parecia crescer cada vez mais. O tipo de vontade que parece que nunca vai embora, não importa o quanto você a suprima.

            — É aqui.

        Parei e olhei para a casa alugada de dois andares. A fachada era de um branco simples e já tinha uma guirlanda enfeitada na porta. Na varanda, a minha bicicleta e a de Charlotte estavam encostadas contra a murada, tomando todo o sereno da noite. Se meu pai visse isso, provavelmente iria nos matar. Ele já estava cansado de nos ouvir reclamando das correntes enferrujadas ao mesmo tempo em que não mexíamos um dedo para tirá-las do sereno. Era uma boa casa essa que mamãe escolheu, menor que a anterior, mas eu não via a necessidade de reclamar. Cada um tinha o seu próprio quarto e ela ainda conseguiu montar um escritório para o papai no andar de cima e um para si mesma no andar de baixo. Cada um com seu espaço e Larry, o gato, era dono de todos eles.

         Olhei novamente para Roman, que observava a casa escura pelas luzes apagadas. Os cabelos louros brilhavam sob a luz do poste da rua, parecendo mais amarelos do que realmente são na realidade. As bochechas coradas pelo frio ficaram altas quando ele sorriu e as ruguinhas ao redor dos olhos apareceram.

            — É uma bela casa. — ele elogiou e eu assenti envergonhado — Passo aqui quase todos os dias pra ir pra escola... não sabia que você morava aqui.

         Franzi as sobrancelhas por um momento.

            — Nunca te vi por aqui. — confessei. — Você mora aonde?

         Roman me olha por um instante, como se debatesse consigo mesmo se deveria mesmo me contar,  e por um momento eu penso que queria ter ficado quieto. Aquilo poderia ter soado muito invasivo apesar de não ter sido a minha intenção. Por fim, ele diz:

Linha AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora