7. na curva do seu sorriso

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       Parado a dois passos de Wylla, indeciso e ansioso, percebi que eu não tinha pensado muito na situação

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       Parado a dois passos de Wylla, indeciso e ansioso, percebi que eu não tinha pensado muito na situação. Mas, felizmente, ela parecia ter pensado porque sorriu de lado para o sorriso amarelo que dominava o meu rosto e caminhou confiante até uma bicicleta azul turquesa que estava deitada no nosso gramado. Era a mesma do dia em que nos conhecemos. Exatamente a mesma. O que me deixou com uma sensação nostálgica de déjà vu.

            — Você vem? — ela perguntou, montando na bicicleta.

         Pisquei algumas vezes para me livrar da repentina sensação e peguei minha bicicleta na varanda de casa. Montei e segui Wylla para a rua. Pedalamos lado a lado por alguns minutos em completo silêncio, tirando pelo som eventual da corrente da minha bicicleta prendendo por causa de uma ferrugem que começava a surgir. Eu teria que mexer naquilo logo.

         Era difícil não olhar para Wylla. A forma como seus ombros se inclinavam para frente quando ela ficava em pé nos pedais para aumentar a velocidade. A língua umedecendo os lábios secos pelo vento frio. O rabo de cavalo verde balançando loucamente, o que fazia alguns fios escaparem e emoldurarem o rosto que começava a ficar vermelho pelo esforço e pelo frio. Seu olhar encontrou o meu quando a minha corrente prendeu ela vigésima vez e ela sorriu, o que partiu meu coração em milhares de pedaços ao lembrar de Theo.

         Não percebi onde estávamos indo até ver a ponte Pendleton se erguendo a nossa frente. Imponente e exatamente a mesma de sempre. Mas Wylla não parou no ponto onde nós nos conhecemos. Não, ela continuou pedalando. E eu a segui sem hesitação. Paramos na primeira esquina depois da ponte quase batendo num carro que tinha acabado de parar no semáforo e viramos a esquerda ouvindo o motorista resmungar algo não muito gentil. Wylla se manteve à esquerda e entrou no Pendleton Park; um conjunto de árvores, mesas de piquenique e playgrounds que ladeava a margem direita do rio que descia fluído e imparável.

         O parque estava relativamente vazio devido ao horário de aula. Mães, pais, babás e outros acompanhavam algumas poucas crianças no playground, uma família ou outra fazia piquenique em uma das mesas e um casal brincava com um golden retriever na grama perto do rio. Wylla parou, desceu e guardou sua bicicleta em um bicicletário logo na entrada. A imitei e parei ao seu lado, ambos com os olhos no parque.

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