Capítulo 3

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A Viagem Perdida

O último chamado já havia soado por todo o aeroporto. Alyce tentava transportar sua mala rumo ao avião. Ela estava animada em passar suas férias no Brasil. Nem sempre Atlanta (E.U.A.) era um bom lugar para permanecer durante as férias. O Brasil era um ótimo destino, já que seu litoral era preenchido por lindas praias e uma das sete maravilhas do mundo está presente em seu território. Já dento do avião ela presencia o deslumbrante nascer do sol. Ela não resistiu e tirou uma foto, postando-a em seguida em sua rede social com uma legenda relacionada a viagem.
Vencida pelo sono, Alyce dormiu durante todo o percurso e só acordou quando o avião já estava pousando no território brasileiro. Ao pisar no chão, ela sentiu o clima tropical que Rio lhe proporcionava. Aquele clima todo lhe agradara muito, bem melhor do que o exasperoso frio presente em Atlanta. Por mais que se encontrasse em um país estrageiro, ela se sentia muito bem. Depois de pegar suas malas ela e sua família entraram num táxi que os levaram até o hotel onde ficariam hospedados. A cada construção que passava pela janela do carro ela ficava cada vez mais ansiosa. Por um momento, pensou ter visto a estátua do Cristo Redendor, mais chegou a conclusão que era apenas aluscinação causada pela ansiedade. Ela precisaria apenas esperar até a tarde para conhecer pessoalmente o ponto turístico.
O Rio de Janeiro, sem dúvidas, era o melhor lugar para morar. Seu clima e suas convidativas praias formavam uma junção perfeita. O que ainda assustava Alyce eram as favelas. Ela ouvira histórias de pessoas que morreram queimadas, das tantas mortes resultantes das invasões, sem falar do alto tráfico de drogas circulando nas comunidades. Tirando isso, o Rio era o local adequado para viver.
À caminho do Cristo Redentor, Alyce não tirava os olhos da janela do carro. O trânsito estava cheio de automóveis, porém, calmo. Muitas praças e parques eram avistados. Seus olhos começaram a arder e, automaticamente ela piscou, sendo tomada pela sensação de alívio. Só então percebeu que ficara muito tempo sem piscar. Voltando o olhar para a janela, notou que não havia mais tanto carro circulando na rua. Achando ser coisa de sua mente ela piscou continuamente, mas, ao encarar o vidro novamente, percebeu que não era sua mente. Seu corpo pesou um pouco pra frente, indicando a perca de velocidade do carrro. Ela olhou para frente e percebeu uma movimentação suspeita. Quando subiu os olhos um pouco mais, ela percebeu com um amontoado de casas, denominado favela. Rapidamente ela ordenou o taxista parar, assustando o mesmo. Seus pais a olharam incompreensivel, pedindo-lhe explicações. Ela apenas sussurou "Favela não.. ", em um tom que apenas seus pais escutaram.

Aquele era o único caminho para ir até o Cristo Redentor. Muitas vezes, as pessoas deixam de descobrir lugares belos por onde passamos durante a vida, por uma barreira fácil de vencer. As pessoas que vivem numa favela não é porque querem, nem todos os moradores traficam, a morte de alguém, geralmente, e consequência de um ato errado praticado no passado. Existem muitas pessoas boas na favela, assim como em qualquer outro lugar. Em todo lugar existem pessoas boas e ruins. Não deixe o preconceito te impeça de ver as belezas que a vida nos proporciona!

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