Eu sou Kim Soojin e convido-lhe para assistir a herança de meu legado sangrento, frio e doloroso.
☢️ Contém menções e uso de drogas explícitas, violência verbal e física, linguagem inapropiada, torturas, mortes e conteúdo sexual. Vale ressaltar que...
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— Parada cardíaca, afastar.— Gritou uma mulher vestida com trajes hospitalares empurrando um carrinho com desfibrilador.
As vozes ecoavam distantes, como quase em tom de sussurro. Algumas não compreendida e um choro familiar soava de fundo.
— Estamos perdendo-a...
— 120, afastar!
Fora as últimas palavras que, mesmo distorcidas, ainda consegui ouvir antes de sentir a agonizante desconexão de minha alma sair e meu corpo. Tudo ficou mudo oque era embasado, de repente ficou tudo escuro... Nenhuma voz, nenhum sussurro, nnhum movimento. Apenas o bipe infinito do monitor multiparâmetro de sinais vitais.
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— Querida, você pode me ouvir ? — Indagou uma mulher com cabelos coloridos em tom de marrom chocolate, amarados em um rabo de cavalo e com sua maquiagem borrada.
Não sabia onde estava, em que situação me encontrava e muito menos tinha noção de como vim parar neste lugar.
— Soojin, se estiver me ouvindo, aperte a minha mão.— Apelou ela entre soluços. Apesar de seu desespero, seus cabelos estavam perfeitamente alinhados e suas olheiras entregavam suas noites de sono bem dormidas.
Meu corpo estava dormente, não sentia nada além dos meus olhos. Por mais que eu tentasse mover um músculo sequer, era inútil. E afinal, quem era esta mulher ?
— Com licença, Sra. Kim, a paciente está em estado de choque, não force-a demais. Ela ainda precisa de repouso. — Alertou um médico moreno dos olhos perfeitamente escuros.
— Eu... Eu só preciso saber se minha filha sente dor, ela sobreviveu por um milagre...— Disse ela ainda entre soluços antes de ser interrompida por um barulho vindo da porta.
Não conseguia mexer meu corpo, queria levantar dali o mais rápido possível, vê-la chorar, com seus olhos marejados e com restos de maquiagens borradas por seu rosto estava me angustiando de alguma forma... E como assim ela me chamou de filha? Se ela é a minha mãe, por quê não estou lembrando dela ?
— Quem...— Tentei falar mas a única coisa que saía de minha boca quente ressecada eram apenas sussurros.
— Querida, você lembra do que aconteceu ? Hum ? — Insistiu ela.
— Você...— Sussurrei quando na verdade queria que aquilo saísse da mesma altura que um grito.
De repente um filme passou por minha cabeça, estava lembrando de tudo antes de acordar ali, do que fizeram comigo e como eu havia parado naquele lugar, sem sentir um milímetro sequer de meu corpo, apenas dores. Não consegui identificar as pessoas envolvidas mas as risadas ficaram gravadas em minha mente.
Era realmente assustador, as gargalhadas altas, as intimidações, os tapas e socos que havia recebido daquelas pessoas me deixaram enojada, com raiva... Muita raiva.
