Legado de Sangue (EM REVISÃO)

Capítulo 09.

Mesmo com a reação nada surpresa e um olhar duramente sério da senhora, não deixei-me intimidar e continuamos o que estávamos fazendo após Lucien Martínez assumir a culpa pela louça quebrada e se desculpar com o garçom que retirou o prato divido ao meio, com a comida que possivelmente estava misturada aos cacos de porcelana.

Kim Daejung não disse sequer uma palavra sobre meu comportamento além de reprovar as ações não vistas do homem mais novo que, agora, encontrava-se do outro lado da extensa mesa.

A situação já estava me dando nos nervos, pela primeira vez um homem insistente tirou minha paciência.

Não, na verdade já havia saído de casa sem...

Mais uma vez, depois de tantas cantadas misóginas e machistas, mesmo depois de tanto acariciar minhas pernas com seu pé por debaixo da mesa e levar chutes agressivos e discretos com a ponta de meu salto em sua canela, Lucien Martínez tocou uma de minhas mãos que estava sobre a mesa quando prestava atenção nas falácias sobre a possível parceria, o que me levou a revirar os olhos e respirar fundo.

— Desisto. — Esbravejei olhando para o homem sem noção posto em minha frente, levando assim a atenção de sua mãe e meu pai contra ele. - Sra. Martínez, você não pode simplesmente assinar o contrato liberando-nos de toda essa cerimônia? De qualquer forma, as parcerias com a Lion Beauty nunca fracassam.

A pergunta soou intimidadora, fazendo-a franzir o cenho. — Tratando-me assim, oque te leva a ter certeza de que firmarei um contrato ?

— Seria um bom feito de sua parte e pouparia-me dos assédios de seu filho asqueroso. — Afirmei dando uma pausa para respirar fundo mais uma vez, tentando manter a calma. — Considerando a forte e grande influência do Grupo Lion, se a herdeira legítima decidir processá-lo, todo seu império sobreviverá ?

— Do que você está falando ? Assédio? — Inquiriu o assediador levantando-se da mesa.

— Você, mais que ninguém presa pela imagem de seu filho, imagem essa que está mais podre que qualquer detento sentenciado a morte. — Ignorei o brutamontes direcionando todas as minhas palavras contra a mamãe coruja.

Ela sorriu largo e nasal, descrente das palavras diferidas contra seu único filho. — Não está passando dos limites?

— Limites ? — Sorri entusiasmada com suas palavras. — Você defende este molestador pelo simples fato de ser o seu filho, a única que desconhece os limites aqui é você.

Levantei minha destra chamando Robert de modo discreto. O mesmo dirigiu-se até a mesa e espalhou fotos contendo conteúdos sexuais, brigas generalizadas e até mesmo consumo de drogas explícitas, situações que, se público, manchariam não só a sua imagem como mãe, quanto a de toda linha de Shoppings espalhados pelo México.

Ela olhou as fotos com o corpo trêmulo, repudiando pela milésima vez todo comportamento destrutivo na qual já estava acostumada. E mesmo assim, seus olhos marejados não negavam sua reação incredulidade e sequer escondeu a negação de aceitar tal descobrimento sombrio na qual lutou tanto para esconder.