Apagão
Hoje deu-se um apagão nas minhas ideias
Isso assustou-me, foi coisa séria
Puxava conversa com a minha mente, não surgia nada tão eloquente
Fiquei órfão dos meus pensamentos, imaginei até o seu passamento
Pensei até em fazer promessa,
rezei uma prece
O que fazer quando isso acontece?
Pois o poeta não merece nenhum recesso de sua criação
Muito menos esse tipo de estagnação
Isso deixa o poeta sem seu chão, de pé no chão
Com uma mão na frente do papel mas sem nenhuma palavra caindo do céu, evento cruel
O poeta chora, implora, pede de volta sua imaginação
Promete confessar cada refrão que ficou entalado na garganta
Sem saber se isso adianta, o poeta levanta, sacode a poeira
Afinal é só uma nuvem passageira
Logo mais tudo voltará ao normal
O poeta sempre sobreviverá a qualquer temporal
A bonança da poesia sempre volta a galopes
Vão dizer que é pura sorte é nada
Apenas uma pequena parada
A mente recriando-se, descansando para voltar nova em folha
São apagões temporários se fazem necessários
