DOIS

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Estava, mesmo, suspensa

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Estava, mesmo, suspensa. Pendurada cerca de meio metro do chão. Sua primeira reação foi tocar o assoalho com a ponta dos pés. Mas logo percebeu que todo o esforço seria inútil. Por mais que se esticasse, por mais que se contorcesse, nunca atingiria o piso ou a parede - que também estava afastada, mesmo estendendo bem os braços pálidos e esguios. Tudo em seu campo de visão se encontrava distante demais do seu alcance.

"Basta! Que diabos estou fazendo aqui?!" Reclamava em sua mente aturdida, buscando simular qualquer situação válida que pudesse explicar aquele momento assombroso.

Meneou levemente a cabeça e teve a impressão de que algo comprimia sua garganta. Deslizou as mãos abaixo do queixo e sentiu uma espécie de corda que contornava seu pescoço e cruzava em sua nuca, seguindo retilínea acima da cabeça, até onde não conseguia mais tocar.

Imediatamente enfiou as mãos entre a suposta corda e o pescoço. Como não havia espaço, seus dedos forçavam a abertura, arrastando parte da pele fina. Minúsculas faixas de vermelho vivo se misturavam às lágrimas, que desciam volumosas.

Lutou por algum tempo, que lhe pareceu uma eternidade. Mas todo grande esforço fora em vão. Urrava de dor e sofrimento quando viu que suas unhas se despedaçavam, encharcadas no próprio sangue.

Confusa e exausta, largou o corpo, agora bem mais pesado, sentindo a garganta latejar e a face formigar. Que situação mais temerosa e inexplicável! Novamente, por que diabos estava ali?

Olhou mais uma vez em volta e percebeu que os inúmeros solavancos haviam modificado sua posição no aposento. Estava, agora, voltada para a lateral direita, de frente à única janela. E foi bem ali, que pode ver sua imagem terrivelmente refletida na vidraça.


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