Capitulo 5

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Kenzie me deixou na porta de casa, ela não quis descer nem nada, disse que voltaria para escola pois os treinos começariam JÁ. Eu revirei os olhos e me despedi dela. A realidade é que eu odiava o fato de ela se juntar com Trisha. Tinha medo de ser esquecida pela minha melhor amiga. Conhecer Trisha abriria portas para Kenzie, ela conheceria um mundo novo.
Atravessei a porta e meu celular tocou.
-Mamãe? Puxa, me perdoa era para eu ir diretamente para loja, mas eu esqueci completamente. – mamãe suspirou do outro lado da linha.
-Tudo bem meu amor, mas eu não ia precisar de você aqui. Eu seu pai e Connor teremos que viajar para Portland.
-Po.. Portland? Mamãe isso fica a 2.904 milhas daqui.
-Eu sei minha filha, mas surgiu um imprevisto, você ficará bem sozinha? Eu prefiro que não vá, pois se fosse perderia aula.
-Sempre me viro sozinha mãe, vocês sempre fazem essas viagens de ultima hora. E eu nunca posso estar com vocês. – dei uma pausa. – Vocês passam em casa pelo menos?
-Sim filha, quer dizer, só seu pai e Connor, vão ai pegar as coisas, e preciso de outro favor.
-Fala! – era de se notar a frustração no meu tom de voz.
-Preciso que leve seu pai e seu irmão até o aeroporto LaGuardia.
-Só isso?
-Por enquanto só, quando seu pai chegar ele diz o que tem que dizer. Beijinhos meu anjo, nos veremos o mais breve possível, eu prometo. Eu amo você.
-É, eu também.
Desliguei o celular e fiquei olhando para ele, minha vontade era de joga lo longe. Eu estava frustrada.
Apertei o celular com a palma da mão, e depois o joguei o no sofá mesmo. Vi papai e Connor atravessarem a porta.
Era um alivio ver Connor, ele veio diretamente me abraçar, eu o levantei no colo e dei vários beijos em seu rosto.
-E ai baixinho, vai me abandonar mesmo né?
-A culpa é da mamãe Amby, eu disse a ela que queria ficar com você e ela disse que eu daria muito trabalho.
Olhei para o papai.
-Que droga de viagem é essa?
-Viagens de negócios filha, toma aqui. – disse ele me entregando um cartão no meu nome. – Esse é seu cartão, ele é sem limites, pode fazer o que quiser com ele. Alem dele sua mesada estará em sua conta.
-Opa, fico ate aliviada que meus pais super responsáveis irão viajar, mas me deixarão com um mundo de dinheiro para eu fazer o que eu quiser.
De agitado papai diminuiu o ritmo.
-Connor suba e pega o que tem que pegar.
Connor subiu.
-Sente se aqui. – disse papai guiando me ate o sofá. – Ser adulto leva a grandes responsabilidades, e isso inclui as viagens, eu e sua mãe trabalhamos com compras e vendas, e infelizmente precisamos participar de reuniões que talvez possam não ser aqui perto. Mas você ainda estuda, e tudo que fazemos é por você e por Connor.
-Esse é o problema de vocês, nunca tem tempo para os filhos, o que Connor vai fazer lá? Vão levar ele para que?
-Amber ele é o mais novo, você não daria conta, ele é uma criança.
-E você acha que eu não sei?
-Amber você está sendo infantil.
-Se exigir mais atenção dos pais é infantilidade, É, EU SOU INFANTIL ATÉ DEMAIS.
Levantei do sofá e subi as escadas correndo.
Entrei no meu quarto e bati a porta.
Abafei meus gritos no travesseiro.
O telefone fixo tocou.
-Alô? – atendi do meu quarto.
-Srta. Lee? Victoria Lee? Ligamos só para confirmar as três passagens para Portland.
-Pode confirmar. – minha vontade era de cancelar as passagens para eles não irem, mas pensando melhor, ficar um tempo sozinha me faria bem.
A moça agradeceu e eu desliguei o telefone, sai do meu quarto e peguei a chave do carro, Connor estava com pequena mala enquanto papai estava atolado com três.
-Vocês vão morar la?
-Espero que não, quero vir o mais rápido possível.

Papai ja ajeitara as malas dentro do porta malas e seguimos o caminho, deixei ele dirigir. E alias ele foi na frente sozinho, preferi ir atras junto com Connor.
E sobre eu e papai, não trocamos uma palavra se quer ate o aeroporto.

Chegando la papai saltou do carro, ele entregou a chave em minha mão e com ela havia varias notas de de vinte e cinquenta dólares.
-É só para caso se emergência. Manteremos contato com você todos os dias.
Ele beijou a minha testa e me abraçou.
-Amo você querida.
-Beleza. – eu disse sem demonstrar nenhum afeto.
Chegou a vez de me despedir de Connor, o abracei forte.
-Sempre que der tente me ligar tá? E se estiver ruim la me avisa que eu irei te buscar. Eu amo você.
Ele me abraçou e bagunçou meu cabelo como eu costumava fazer com ele.
-Eu amo você Amby.
Ele me soltou e correu para o lado do papai, segurou em sua mão e sumiram na multidão.

Voltei para casa em um silêncio absurdo, por mais que estivesse tudo calmo, em minha mente estava tudo muito turbulento. Só conseguira pensar em Herman e em Kayron, e para piorar encontrara Kayron na lanchonete hoje mais cedo. Mas o mais assustador daquilo tudo foi a asa que Herman tinha, eu sabia que anjos eram reais, mas não sabia que eles podiam circular na terra.
O mais engraçado dessa história toda é que eu enfrentei Kayron e ainda o desafiei dizendo "você pode tentar."
Deve mesmo ter sido um sonho, não iria desafiar alguém assim, na verdade eu iria. Mas estava tudo confuso, eu tinha a total certeza que saira de casa para correr.

Estacionei o carro e entrei em casa, tranquei a porta dando duas voltas, peguei meu celular e disquei um numero.

-Alo? – respondeu a pessoa que atendeu o telefone.
-Ethan? – ouvi varias vozes de fundo e umas risadas alto
-Não, mas de me um momento que vou chamar. – angel telefone para você, pensei que fosse sua mãe,mas a voz do outro lado da linha é bem sexy.
Desencostei o celular do ouvido e revirei os olhos em sinal de impaciência.
-Alô? Tem alguém ai. – disse Ethan pegando o telefone.
-Já era hora ein.
Senti que Ethan sorria ao ouvi minha voz.
-Russell? Uau, isso sim é um milagre.
Pensei se aceitava o deboche dele.
-Então angel, eu aceito a sua proposta sobre hoje a noite.
Ele sorriu.
-Não Russell, não me chame assim.
Ri ironicamente.
-Ué por que não?
- Se eu te contasse o motivo teria que te matar, passo ai às 7p.m.
Eu nem tive tempo de responder, ele desligou. E eu não acreditara no que estava fazendo, eu ia sair com um completo estranho.
Confesso que estava fazendo aquilo porque eu estava frustrada, porque eu sabia que esse "em breve"dos meus pais duraria uma eternidade. Ate porque eles já fizeram isso, mas antes tinha a companhia de Chloe, nossa empregada. Agora nem isso.
De tanto pensar nas coisas estranhas que vinham acontecendo comigo desde que Ethan veio a ser meu parceiro, acabei pegando no sono no sofá mesmo.

Acordei com o despertador, marcava 6:15p.m, levantei no pulo.
-Caramba, tenho que me arrumar. – falei para mim mesma .
Peguei meu celular e subi correndo, entrei no meu quarto e bati a porta atras de mim.
Joguei meu celular na cama e fui até meu armário. Abri e procurei uma roupa, eu precisava de algo diferente, não que eu quisera impressiona lo, mas estava enjoada das mesmas roupas.
Peguei um short jeans meio rasgado, e uma blusa básica salmão, e de acompanhamento minha jaqueta de couro preta. Abaixei me para pegar meu coturno embaixo da cama. Pronto já havia escolhido a roupa,
Precisava de um banho só para tirar a canseira de hoje cedo.
Já no banho, deixei a agua cair sob meus ombros e o resto do corpo, enfiei minha cabeça em baixo do chuveiro, passai a mão no cabelo jogando o para trás.

Desliguei o chuveiro e me sequei no box mesmo, sai enrolada na toalha, mas havia algo estranho no corredor.
Eu não ouvira passo algum mas sentira a sensação de estar sendo observada por alguém, olhei em volta e ignorei o frio que sentira na barriga aquele momento.
Corri para meu quarto e tranquei a porta, vesti minhas roupas o mais rápido que pude, enrolei a toalha no cabelo para tirar o excesso de agua e comecei a me maquiar.
Não usei nada tão chamativo, apenas o necessário que eu sempre usava para sair de casa. Finalizando a maquiagem fui ate o banheiro escovar meus dentes. Assim que sai do quatro vi uma sombra na parede que desapareceu assim que notou minha presença.
Meu coração estava acelerado, caminhei devagar ate chegar ao banheiro, escovei meus dentes e voltei para o quarto.
Peguei uma bolsa pequena e coloquei o necessário la dentro. Peguei meu celular para ver a hora que por sinal marcava 6:45p.m ate que não estava atrasada.
Tirei a toalha do cabelo e desembaracei o, dei varias batidas para deixa lo com volume não tão exagerado, passei um batom, e para finalizar um perfume.
Pegue a bolsa e enfiei o celular la dentro sem checar mais uma vez a hora. Desci a escada e logo a campainha tocou.
-No horário. – disse Ethan apontando o relógio de pulso na minha cara.
-Não fez mais que sua obrigação.

Sai de casa e tranquei a porta, pensei em deixar a chave embaixo do tapete de "bem vindo" mas enfiei a chave na bolsa e me direcionei ao carro.
Ethan veio conduzindo uma land rover preta, nunca vira antes um estudante do 2º colegial com um carro daqueles, afinal os pais conscientes jamais dariam um carro daquele aos seus filhos.

Ele abriu a porta do carro para mim.
-Belo carro. – disse me acomodando no banco.
Ele correu pela frente do carro e logo sentou se ao meu lado.
-Gostou? Você deve estar se perguntando o quão loucos meus pais são por me dar um carro desses né? – disse ele me olhando.
-Na verdade nem pensei nada. – mentira! pensei comigo mesma.
Ele apenas sorriu sem humor e seguiu caminho.

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