Não havia reparado antes, mas Kenzie e eu estávamos vestidas quase iguais, aquilo já era um tanto quanto estranho. Eu a olhava e me via nela, talvez fosse coisa da minha cabeça, então mais uma vez apenas ignorei os fatos e sai pela porta deixando os para trás.
Já ia entrando no meu carro quando Ethan se pronuncia.
- Vamos no meu carro.
Eu o olhei e deslizei para o banco do meu carro, ignorando qualquer coisa que ele estivera falando.
Como de costume antes de sair ajustei os retrovisores e coloquei o cinto, dei partida e pude ver Kenzie e Ethan ficando para trás.
Talvez eu estivesse muito enfurecida pelo fato dos dois saírem juntos, eu até poderia apostar dizendo que estava com ciumes, mas era arriscado demais eu assumir isso para mim mesma. Enquanto eu negar a ideia de TALVEZ ter ciumes, esse sentimento péssimo possa sair de mim.
Afinal, se ninguém sabe, não existe!
Liguei o som em uma radio qualquer e deixei a musica tocar enquanto pegava a estrada até o parque. Eu nem havia perguntado se Ethan sabia chegar lá, e nem havia avisado Rachel que já havia saído de casa, E NEM SABIA aonde iríamos nos encontrar quando chegássemos lá.
Sem contar que teria que inventar uma desculpa muito boa para eles quando eles notassem que eu era a única sem par ali. Apesar que nunca me importei de ser a "sozinha" do role, né. Afinal as meninas sempre tiveram um par e eu sempre estava agarrada a um livro ou ao meu celular.
Um pouco antes de chegar ao meu destino parei em um posto de gasolina para encher o tanque, gasolina nunca era demais.
O posto estava deserto, também não me admira isso, aqui era afastado de tudo, e as pessoas talvez só paravam aqui em ultimo caso.
Olhei de um lado para o outro para ter certeza antes de sair do carro, tirei a chave da ignição e me dirigi até a loja que tinha ali mesmo no posto.
As luzes eram baixas, cenário de filme de terror.
-O que será que vem agora? É agora que eu sou golpeada na cabeça e arrastada para um buraco fundo? – pensei comigo mesma.
Fui até o caixa e peguei umas pastilhas.
-Dinheiro ou cartão? – o moço do caixa se prenunciou.
-Cartão –falei em voz baixa ainda olhando de um lado para o outro.
-Essas jovens de hoje em dia – disse ele coçando aquele mundo de barba que ele tinha em seu rosto – todos tem cartões de credito e tudo mais, na sua idade eu tinha que ralar para conseguir alguma coisa.
Eu não disse nada apenas coloquei o cartão na maquina e enfiei as pastilhas no bolso da calça.
- Coloca a senha, ou será que tem um empregado para isso também? – ele disse em tom arrogante.
Meu sangue ferveu aquela hora, eu tinha um pavio curtíssimo, minha vontade era de mandar ele tomar no cu, mas tive calma e permaneci com a boca fechada. Digitei a senha e retirei o meu cartão, ele me entregou a nota, e quando fui pegar ele segurou meu pulso.
Eu pude ver em seus olhos que ele esbanjava malícia, senti meu coração acelerar, eu não sabia o que deveria fazer aquele momento, havia uma garrafa de dreher no balcão, a bebida estava menos da metade. Eu pensei em golpeá lo na cabeça com a garrafa e correr para o carro, mas eu não sabia quanto tempo ia gastar para chegar até o carro, porque estava em choque. Eu não consigo fazer nada sob pressão, tudo trava.
Eu continuei olhando o nos olhos, senti tudo esfriar naquele momento, as luzes piscaram varias vezes, eu achei que aquela fosse a deixa para eu sair, corri para a porta o mais rapido que pude, ela não era tão longe do caixa assim, mas com o medo e a necessidade que eu senti de ir embora tudo se tornava mais difícil.

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Angel
Teen FictionAmber Lee Russell, é uma garota de 16 anos que mora com os seus pais e seu irmão mais novo. A história se passa em Brooklyn NY, após um acidente e o sumiço misterioso de seus pais, Amber e suas melhores amigas Kenzie e Rachel enfrentarão muitas difi...