Capítulo 5

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– Hansen.

Sinto meu coração errar a batida quando o som de sua voz ecoa dentro daquela sala pela primeira vez. Meu corpo inteiro congela, não consigo mover um único músculo. Normani está aqui, bem na minha frente. Ela é real.

Fora das minhas fantasias. Fora da tela daquele computador. Em carne e osso.

Seu sorriso torto se espalhando por seu lindo rosto lentamente. O cabelo castanho escuro e liso na altura de seus ombros, que estão cobertos por uma camisa preta de mangas compridas. Ela usa calça jeans e botas, daquelas estilo cowboy. Como se pudesse prever meus pensamentos, ela tira um chapéu de trás de seu corpo e o coloca sobre a mesa. Suas unhas são curtas e estão pintadas de esmalte incolor, porque posso enxergar o brilho de onde estou. Seu dedo anelar e médio cobertos de anéis.

Eu reparo em cada mínimo detalhe da mulher parada a minha frente, mas o que mais chama a minha atenção, obviamente, é a maldita máscara cobrindo metade de seu rosto. Preta como sua camisa. Não consigo tirar meus olhos dela, enquanto Normani dá alguns passos decididos em minha direção. Quando estamos perto o suficiente, ela segura minha mão com a sua, que está gelada, e leva até a boca para dar um beijo em cada um de meus dedos.

Eu posso senti-los trêmulos, mas Normani não parece se importar com isso. Ela os beija de novo, deslizando a ponta de seu nariz sobre eles e fechando seus olhos, como se estivesse registrando meu cheiro.

– Você existe.

Você existe. – Eu respondo, admirando aquele sorriso agora de mais perto. É um pouco perturbador, de tão bonito.

– Você veio para mim. – Sua voz rouca e baixa envia pequenos calafrios e arrepios por todo o meu corpo. Minha pernas ficam levemente bambas e tenho que me segurar nela com as duas mãos. – Calma, menina. – Normani ri baixinho e apoia sua mão firme em minha cintura. Consigo sentir a ponta de seus dedos, assim como o relevo de cada um de seus anéis forçando contra minha carne. - Venha cá.

Ela envolve minha cintura com as duas mãos e me puxa para os seus braços. Não consigo fazer nada além de retribuir aquele abraço, jogando os meus braços ao redor de seu pescoço e enterrando meu rosto entre seus cabelos macios e cheirosos. O cheiro é tão bom que me faz gemer. As mãos de Normani se apertam com mais vontade ao redor de meu corpo e ela quase tira meus pés do chão com a força daquele abraço.

Eu penso em um milhão de coisas que desejei dizer a ela durante todo esse tempo vivendo esse relacionamento a distância, mas minha voz não sai. Ou talvez ela esteja presa, sufocada pela enorme quantidade de sentimentos distintos que passam pelo meu corpo. Quero apertá-la mais forte em meus braços, quero sentir seu corpo se fundir ao meu, deixar que esse cheiro gostoso tão dela me tome por completo.

Quero tanto, e quero tudo ao mesmo tempo.

Quero fazer tantas coisas, que acabo imóvel, deixando que ela me toque da forma que deseja. Suas mãos encontram o caminho para dentro de minha camisa, e quando sinto o toque daqueles dedos gelados em minha barriga e costas, meu corpo todo fica mole em seus braços, ao seu mercê.

– Ah meu Deus, como você é linda, babygirl. – Sua voz é apenas um sussurro. Seus lábios pressionados contra minha orelha enquanto, ainda agarrada à mim, Normani dá pequenos passos para a frente, me levando até me encostar em sua enorme mesa de madeira grossa.

Eu tenho certeza de que havia muitas coisas em cima dela quando entrei por aquela porta, mas de repente não há mais nada, e eu estou sentada sobre ela, com as pernas abertas, Normani encaixada bem no meio delas. Quero me mover e fazer alguma coisa, mas estar perto dela é quase como receber ordens que não posso ouvir. Eu apenas deixo que ela faça como e quando quer.

1501Onde histórias criam vida. Descubra agora