Save Myself

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*
"Eu dei todo o meu oxigênio a pessoas que podiam respirar.
Eu dei todo o meu dinheiro e agora nós nem nos falamos mais.
Eu dirigi por milhas e milhas, mas será que vocês fariam o mesmo por mim? "








Uma noite dessas eu, sem querer nada, estava sentindo uma baita dor no peito. A minha boca estava seca; sentindo uma baita ânsia de vômito. É claro que senti a leve tontura, enquanto me sentava na pequena cama de solteiro do meu quarto vazio.
Vazio. Um quarto como eu. Todas as minhas coisas se resumem ao vazio.
Eu estava sozinha — bem aqui — , onde ninguém poderia me ver chorar. Para algumas pessoas eu apenas estava de mau humor, então simplesmente preferi dormir.
Mas havia algo a mais... estava me afogando nas minhas próprias lágrimas; nos meus próprios sentimentos; nos meus próprios pensamentos e dor.

" — Você pode conversar comigo, quando quiser." — disse alguém, uma vez que minha dor estava no pique.
Mas eu não saberia o que fazer, como eu não soube. Todos estavam dormindo. Minha mãe, uma vez, reclamou que nunca conversava comigo, mas juro que procurei por ela.
Eram três da manhã e bati em sua porta. É nessa hora que dizem: " — Cuidado com o barulho nessa hora da matina. Os demônios sempre ouvem você. "
Eu concordo. Os meus demônios me ouviram implorar ajuda para minha mãe.

" — Não consigo dormir. " — sussurrei. E então ela murmurou algum tipo de xingamento e disparou a dizer: " — Claro, já é madrugada. Quase sua hora de levantar. Porque diabos iria dormir agora?"

Então eu saí dali em passos vagos, carregando toda minha dor para o outro canto da casa, — esse que é vazio e que me encaixo muito bem.

Meu celular estava por cima das cobertas, então simplesmente passei a procurar alguém para conversar.
Mas quem iria me ouvir uma hora daquelas?

Ninguém estava lá, quando disseram estar a qualquer momento. Eu não sabia o que fazer, então procurei por ajuda online. A minha cabeça martelava por suicídio. Mas eu não queria, por Deus! Tenho tanto pela frente...

Silêncio...

Então encontrei um site, onde marcava que tinham sessenta pessoas a minha frente.
Eu esperei. Porém, nesse meio tempo, percebi o quão sozinha eu estava.

Apenas estou dizendo que, não importa o quão ruim a coisa está. O quão machucado alguém está. Não prometa sempre estar lá. Não prometa isso, pois ele poderá precisar de você em uma hora inválida.
Tudo é inesperado... assim como o suicídio, — que começa por dentro.










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