Capítulo 29 - Compras e conversa de bêbado.

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- Ok, aquela história toda de conquistar o Anthony foi uma péssima ideia - resmunguei.

- Se você diz... - Lena sorriu roubando minhas batatinhas de churrasco, ela não pareceu nem por um instante surpresa quando eu disse que gostava do Anthony. Era realmente tão óbvio assim?

- Você não está ajudando, Helena.

- Já disse que minha obrigação não é ajudar, é jogar na sua cara que eu tinha razão esse tempo todo quando disse que você estava caidinha pelo seu chefe gostoso - ela proferiu e eu a olhei feio puxando o saco de batatinhas da sua mão. - Hei! Divide a comida com as amigas.

- As amigas, não estão merecendo nada - debochei e ela revirou os olhos.

Duas semanas depois daquele fim de semana louco, surpreendente e assustador e eu e Anthony estávamos na mesma. Isso é claro se existir um "nós", a gente havia trocado mensagens durante todo esse tempo e realmente parecíamos mais próximos, mas era só isso, nem vê-lo eu vi nesse meio tempo e como a boba apaixonada que tinha me tornado, eu estava morrendo de saudades. Eu também continuava conversando com Edu, ele e a Vic estavam tentando outra vez e de acordo com Caitlin eles estavam indo melhor do que gostavam de admitir.

- Mamãe! Que tal uma passadinha em nossa loja? – uma vendedora morena sorridente quase me matou do coração interrompendo meu devaneio e até Lena deu um pulo para trás. Ela pareceu sem graça. Eu ainda não estava acreditando que tinha deixado minha amiga me convencer a vir com ela ao shopping em pleno sábado à noite quando eu podia estar em casa vendo série confortavelmente. Ela disse que precisava de uma lingerie nova para fazer uma surpresa para Miguel. Às vezes eu gostaria de ficar surda no meio das conversas com Lena, por que já não aguentava mais essa melação toda, e com o meu irmão ainda por cima. Eca! – Desculpe. – a vendedora sorriu. - Mas você não gostaria de umas compras para o seu bebê? – ela sorriu apontando para trás de si. Era uma loja de bebês e gestantes incrivelmente fofa cuja só a atmosfera dizia "Compre tudo o que puder e um pouco mais!".

- Acho que isso não é uma boa ideia – sussurrei dando um passo pra trás e Lena me segurou com um sorriso enorme.

- Por que não?

- Você sabe por que.

- Isso não é desculpa, e você comprar um sapatinho pra elas não é crime. É presente e eu também quero dar um. Ai meu Deus! Já pensou nelas em vestidinhos iguais?

Instintivamente a imagem de duas garotinhas fofas de cabelos escuros com roupinhas iguais preencheu minha mente. Eu evitava pensar nos bebês justamente por isso. Quando acabasse eu seria a única a sofrer. Mas mesmo assim não pude evitar sorrir.

- Tudo bem, um sapato e só.

- Claro – Lena garantiu acompanhando a vendedora e eu tenho certeza de que ela nem ouviu o que eu disse.

A loja era linda e tudo incrivelmente fofo, era difícil não imaginar uma garotinha linda toda vez que eu via um vestido cheio de babados, mesmo que eu não soubesse se eram mesmo duas garotinhas. Me encantei com um par de sapatos brancos incrivelmente fofos de crochê. E pensar que os pesinhos deles caberiam ali. Caramba! Era pequeno de mais. Peguei dois parzinhos e os apoiei na barriga.

- O que vocês acham? – perguntei na expectativa e suspirei. Já era para eles estarem se mexendo, não? Em umas das minhas navegações na internet li que já dá pra sentir os movimentos dos bebês a partir da 18ª semana, então como a louca ansiosa que era estava atenta a qualquer pequeno detalhe.

- Eu amei – Lena me quase me matou do coração e eu dei um pulo. – Desculpa, é que eu acho muito fofo quando você fala com elas. E que tal esse presente da tia Lena? – minha amiga perguntou sorrindo e eu pisquei surpresa. Ela tinha um par de macacões vermelhos nas mãos, eram tão fofos que eu pude facilmente visualizar dois bebês gorduchos dentro deles. Mas aquilo não estava certo.

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