- Vamos Lena, tenha piedade de mim e me ajuda - choraminguei para minha amiga e ela riu.
- O problema e o irmão são seus, se vira - ela disse como a boa amiga que era.
Eu estava a quase uma hora tentando fazer Helena me ajudar em vão. A verdade era que desde ontem quando Anthony me deu o contrato eu estava tomando coragem para falar com Miguel sobre ele. Meu irmão postiço ia ficar irado, disso eu tinha certeza, mas eu tinha que contar, afinal uma hora ou outra ele iria descobrir.
- Mas o noivo é seu - tentei outra vez e Lena me soprou um beijo.
- Desculpe, não posso fazer nada, mas esse é a sua hora - comentou saindo do meu apartamento - Ele está vindo aí. Oi amor - o cumprimentou com um beijo como se não tivesse acabado de assinar minha sentença de morte. - Lisa quer falar com você - anunciou apontando pra mim e seguindo para o seu próprio apartamento do outro lado do corredor, mas antes de fechar a porta atrás de si a ouvi sussurrar um "Boa sorte".
Miguel entrou no meu apartamento e jogou sua maleta no sofá para logo em seguida começar a tirar o paletó e a gravata, ele odiava esse tipo de roupa, e segundo ele esse era a única parte do seu trabalho que se ele pudesse mudaria. Mas quem podia culpá-lo? Principalmente dada à mãe que tem, tia Cassy é o maior exemplo de hippie que existe, com suas saias longas, cabelos ao natural e vários colares coloridos. Ri me lembrando dela e isso fez eu me acalmar um pouco, isso até o moreno a minha frente me olhar de forma curiosa.
- Então Lisa, qual o problema?
- Por que você acha que é um problema? - quis saber e ele sorriu.
- Elisa meu amor, as poucas vezes na vida que vi você enrolando pra me falar alguma coisa, sempre terminava em problema.
- Também não é assim - me defendi e ele revirou os olhos.
- Se você diz... Mas então, o que você quer? Minha noiva está do outro lado do corredor me esperando, tenho mais o que fazer - comentou e eu fiz uma careta ao imaginar o que podia ser esse "mais o que fazer". Eca!
- Tudo bem então - comecei depois de me recuperar da minha pequena crise de nojo. - Você se lembra do "cara do carro legal" que me fez uma proposta de emprego mês passado? - perguntei fazendo aspas no ar.
- O maluco que te pediu pra ter um filho dele? Lembro sim, por quê?
- Então... E que, eu meio que...
- Lisa? Qual o problema? - Miguel perguntou me olhando com curiosidade e eu quase podia ver as engrenagens do seu cérebro se movendo para tentar juntar as peças do quebra-cabeça.
- Certo - tomei coragem, - Lá vai! Depois daquela coisa toda mês passado eu achei que não tinha ficado grávida, mas a verdade é que descobri há alguns dias que eu realmente, com todo o meu azar, acabei mesmo grávida de um desconhecido. Então agora eu tô no meio de uma espécie de contrato com ele por que o filho é dele e eu sou só a "barriga de aluguel". Ai preciso que você dê uma olhada no contrato pra mim, é isso.
- O que!? - ele exclamou tão alto que eu acho que Helena do outro lado do corredor ouviu, na verdade acho que os vizinhos do andar de baixo ouviram também. - Mas que brincadeira é essa Elisa Banks? - ele perguntou sério com toda a sua pose de irmão mais velho. Dei um passo pra trás, eu sabia que isso não ia acabar bem.
- Quisera eu que fosse uma brincadeira - murmurei e Miguel me olhou feio. - Tudo bem, eu admito que dessa vez eu me meti em uma confusão um pouco grande de mais, mas não me olha assim, OK? Eu já estou me sentindo mal o suficiente, e em todos os sentidos da palavra se quer saber.
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Contrato de Amor ✓
RomanceO dia de Elisa já estava sendo uma porcaria, ela tinha sido demitida do emprego de garçonete por jogar um copo de cerveja em um cliente - pela quarta vez -, seu aluguel estava atrasado e se isso já não fosse ruim o suficiente naquele dia ela tinha e...