Pisquei perdida e confusa encarando um teto branco que não era o do meu quarto. Tentei me sentar, mas um par de braços me impediu.
- Nada disso - a voz de Anthony me alcançou e eu consegui focalizar seus olhos escuros.
- O que aconteceu? - quis saber com a voz rouca.
- Você desmaiou e quase matou a gente do coração - foi Edu quem respondeu, ele estava de pé perto do pé da cama e exibia um lindo sorriso pra mim.
- Desmaiei? Por quê?
- Queda de pressão - uma enfermeira que até então eu não tinha notado respondeu. - Você está grávida, não devia ficar se preocupando assim, não faz bem nem a você nem aos bebês - ela sorriu. - Seus amigos fizeram a maior confusão na recepção para que você fosse atendida, eles estavam realmente preocupados.
Olhei para os morenos e nenhum deles me olhou nos olhos, mas mesmo assim sorri, a enfermeira garantiu a eles que eu já estava melhor, mas que ficaria em observação o resto do dia (não gostei muito dessa parte) e depois saiu.
- O que aconteceu com você, Anthony? - perguntei assim que ela fechou a porta. - Eu ainda não entendi, você se envolveu ou não naquele acidente?
- Você devia descansar - ele deu um meio sorriso. - A enfermeira disse que se irritar não vai fazer bem nem a você nem aos bebês.
- Irritada eu vou ficar se você não me der a droga de uma explicação!
- Tudo bem - ele ainda sorria. - Naquela hora em que eu estava falando com você e tudo aconteceu, eu estava longe da confusão, mas o engarrafamento estava horrível e os carros próximos de mais, quando o idiota furou o bloqueio os carros foram batendo uns nos outros como peças de dominó, eu só dei o azar de estar lá no meio. Eu estava falando com você, e os carros bateram e o idiota causou a explosão. O pessoal que se machucou foi só quem estava perto o suficiente para ser atingido. Felizmente eu não fui uma dessas pessoas, mas perdi o celular com a batida e depois os policiais tiraram todos dos carros com medo de uma segunda explosão e nos trouxeram pra cá e com tudo isso eu não consegui te ligar outra vez - não sei se era pelo alívio evidente de que nada tinha acontecido realmente, mas a única coisa que eu consegui notar foi que essa é a primeira vez desde que eu conheci Anthony, que ele disse tantas palavras de uma só vez. Acabei sorrindo sozinha.
- Qual a graça? - quis saber e eu neguei com a cabeça.
- Nada não.
- Com licença - a enfermeira pediu entrando outra vez no quarto. - Só queria informar que seu irmão e a esposa dele chegaram e querem vê-la. Mas não podem ter mais que três visitantes por quarto.
- Miguel e Lena estão aqui? - perguntei surpresa e dessa vez Anthony não conseguiu impedir que eu me sentasse.
- Ele te ligou várias vezes, então achamos melhor atender e dizer onde você estava - Edu deu de ombros e depois olhou de mim para Anthony. - E acho que já vou indo, ainda tenho que buscar a moto lá estacionamento do shopping. Tchau, Lisa.
Eu abri a boca para pedir que ele não fosse ou ao menos tentar explicar esse meu comportamento estranho, mas quando percebi que não sabia o que diria a fechei outra vez suspirando.
- Tchau, Edu.
- A gente se vê - ele deu um último aceno e saiu do quarto acompanhado da enfermeira que parecia bem interessada nele. Eu não podia culpá-la, Edu era mesmo um gato.
Acabei rindo sozinha outra vez, olha no que eu estava pensando. Anthony me olhou arqueando uma sobrancelha e eu dei de ombros.
- Você não vai querer saber qual é a graça - garanti. Ele abriu a boca para protestar, mas a minha família, por que era isso que aqueles dois escandalosos eram, invadiram o quarto e Miguel já chegou falando.
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Contrato de Amor ✓
عاطفيةO dia de Elisa já estava sendo uma porcaria, ela tinha sido demitida do emprego de garçonete por jogar um copo de cerveja em um cliente - pela quarta vez -, seu aluguel estava atrasado e se isso já não fosse ruim o suficiente naquele dia ela tinha e...