Capítulo 36 - Nomes, tintas e sorvetes.

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- Tony - cantarolei depois que ele atendeu. - Você por acaso não tem uma escada, tem?

- Escada? - ele perguntou surpreso. - Pra que você quer uma escada? Pelo amor de Deus, Elisa, o que exatamente você está fazendo?

- Eu? Nada. Imagina - comentei olhando para as latas de tintas aos meus pés. Eu estava tão entediada que tinha chegado à conclusão de que pintar os quartos dos bebês seria uma ótima distração.

- Elisa...

- Eu já disse que não é nada - argumentei esbarrando nos pincéis e no rolo de tinta e derrubando tudo.

- O que foi isso?

- Os pincéis caindo.

- Pincéis caindo? – repetiu parecendo incrédulo e eu ri.

- Bem, eu resolvi que seria legal pintar os quartos dos bebês, mas claramente essa foi uma péssima ideia, eu não sou boa com esse tipo de coisa.

- Não é boa com esse tipo de coisa? Só pode estar brincando, você me pede uma escada e está preocupada em não saber pintar uma parede? Você está grávida, nem pense em subir em uma escada. Eu prefiro ver você e os bebês inteiros quando eu chegar em casa, por favor.

- Ok, já entendi. Vou voltar para a segurança do sofá e ver minhas séries enquanto engordo mais comendo as delícias que a Jane faz.

- Melhor assim.

- Você está dizendo que é melhor eu ficar gorda Anthony? - perguntei incrédula.

- Não foi o que eu disse. Eu só falei que você na segurança do sofá é o melhor.

- Nem você acredita nisso - reclamei prestes a chorar, às vezes eu tinha uns surtos de choro que nem eu entendia.

- Lisa, pelo amor de Deus, você está chorando? Não chora Ok? Se é tão importante pra você assim pintar o quarto deles, eu te ajudo, certo?

- Não é sobre o quarto. É sobre eu estar gorda como uma porca, daquelas que as pessoas engordam para o natal.

- Você não está gorda, Ok? - ele perguntou suspirando do outro lado da linha. - Eu não já disse isso pra você várias e várias vezes? Você está linda, é linda. E que tal fazermos assim: como amanhã é sábado, nós podemos tentar pintar os quartos ou então contratar alguém que realmente saiba o que está fazendo.

Eu acabei rindo da sua proposta. Viu? Nem eu me entendo.

- Tem certeza de quer gastar sua preciosa folga se sujando de tinta?

- Sinceramente não sei, mas como minha outra opção é deixar você fazer isso sozinha, prefiro ajudá-la.

- Então você só está querendo me vigiar, é isso?

- Elisa - ele grunhiu meu nome e eu gargalhei.

- Tudo bem, parei. Vou ficar ansiosa por amanhã! Boa sorte com o trabalho - desejei depois de me recuperar e quase conseguia ver Anthony revirando os olhos do outro lado da linha.

- Obrigado. Tchau, Elisa.

- Tchau, Tony - me despedi e desliguei.

Observei a bagunça de pincéis no chão do quarto da garotinha, não havia mais nada aqui além dos pincéis e das tintas. Os móveis já haviam chegado, mas Anthony preferiu não montá-los antes de o quarto estar pronto. Arrumei a bagunça que eu tinha feito e desci as escadas para encontrar o mais completo silêncio, eu nem conseguia acreditar que já havia uma semana que eu estava na casa de Anthony, e era um déjà vu total eu estar sozinha aqui em uma sexta feira. Anthony e Marco tinham ido para a empresa e Jane depois de fazer o almoço foi visitar sua irmã para se certificar de que nada mais tinha acontecido.

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