Prólogo

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- Foi ótimo te reencontrar amiga. - Kaya, minha melhor amiga, falou enquanto me abraçava na porta da minha casa. - Agora que voltei a morar aqui vamos nos ver todos os dias, sempre que possível.

- Vamos sim, amei está com você hoje. - Falei a abraçando alegre. - Vamos marcar para nos ver logo, já sinto saudades.

- Vamos. - Me deu beijinhos no rosto. - Deixe-me ir, minha mãe está me esperando com brownie quentinho.

- Golpe baixo Kay, você sabe que sou apaixonada por esses doces. - Bufei e nós duas caímos na risada.

Kaya entrou no carro e deu partida deixando um aceno leve. Fomos ao shopping, rimos e comemos muito, coisa que não fazíamos a bastante tempo e foi ótimo reencontrar minha amiga, desse jeitinho leve e descontraído. Kaya se mudou para cá há quase quatro anos, por conta do trabalho do seu pai e passou dois anos consecutivos morando aqui, foi nesse período que nos conhecemos e foi amizade a primeira vista.

Ano passado seu pai foi transferido para outro lugar e passamos um ano inteiro sem nos ver. Agora Kaya resolveu voltar, arrumou um emprego por aqui e resolveu que essa vida de pular de galho em galho não era para ela. E hoje nos reencontramos.

Eu estava parada no jardim de casa, ainda sorrindo atoa pensando no quanto era maravilhoso tê-la de volta. Percebi que já estava tarde, a rua estava deserta e meus pais provavelmente me aguardavam na sala para uma bela bronca.

Caminhei até a entrada, mas não tive tempo de chegar nem perto da porta. Quando dei por mim, já estava caída no chão, meus ouvidos doíam por conta do barulho ensurdecedor. Olhei para o lado, ainda zonza e desorientada.

- Não! - Sussurro em desespero.

Era a pior imagem que poderia ter visto em toda a minha vida. A minha casa, a casa em que meus pais estavam, a casa que continha a minha vida estava completamente destruída.

O fogo consumia todas as paredes, móveis e completamente toda a estrutura.
Meus pais.
Eles estavam lá dentro.
Minha cabeça parecia que iria parar a qualquer momento.

Estava tentando me manter de olhos aberto, quando vi uma figura vestida de palhaço caminhando em minha direção.

- Gostou da surpresinha, minha linda? - Perguntou e não precisei olhar para seu rosto para saber que era ele.

Ele tinha nas mãos um bastão de ferro e se aproximava. Pensei que seria meu fim. Tentei me levantar, lutar, queria matá-lo mas foi em vão. Fechei os olhos e esperei pelo pior, mas o que veio foram sirenes e gritos, provavelmente dos vizinhos.
Nunca esquecerei daquele dia da minha vida.

Desmaiei.

Continua...

ElyséeOnde histórias criam vida. Descubra agora