Elysée demorou uma eternidade com Marine, não me importei em esperar (o que era realmente estranho já que eu odiava lojas e compras demoradas), mas sabia que a minha sereia sairia de lá mais linda do que nunca. Sentei em uma poltrona de couro macia e peguei o celular, para checar as notícias e ouvir os sermões de Lauro claro, porque sabia que a qualquer momento ele me ligaria questionando o porquê da minha falta ao trabalho.
Estava distraído quando uma outra vendedora apareceu com um carrinho de bebidas, nele tinha Bourbon, gelo e um copo. Ela o arrastou e estacionou ao meu lado.
- Para o nosso cliente Vip. - Sorriu simpática e saiu assim que agradeci.
- Obrigado.
Eu adorava aquela loja. As vencedoras de lá sempre eram extremamente simpáticas e não estavam o tempo inteiro se atirando para cima de mim, coisa que acontecia nos lugares com frequência. Fora a discrição, sempre que eu ia, elas faziam questão de se manterem em seus lugares. Nas outras lojas sempre rolava um flash amador para jornais ou revista de fofoca.
Fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo e não cheguei a conclusão nenhuma. Uma coisa era certa, eu tinha muitas perguntas a fazer. Uma delas era: Por que tem gente querendo matar Elysée ou Marie (como ela se apresenta para os outros)?
Ela era completamente misteriosa e me despertava o espírito de liberdade e eu gostava disso, mesmo não sabendo o tamanho do problema que eu estava entrando, mas eu não queria sair, não enquanto Elysée não estivesse a salvo.
Eu desenvolvi uma afeição por ela desde o momento em que grudei meus olhos nela no Havaí. Ela tem algo que me instiga a está com ela, do seu lado, protegendo, cuidando e defendendo, coisas essas que eu nunca senti vontade de fazer por ninguém nem por Lara, que está esperando um filho meu.
Talvez Elysée tenha entrado na minha vida por questões premeditadas. Primeiro, nosso encontro no Havaí, depois em Milão e o seu silêncio não me deixa muito seguro sobre ela, mas no fundo, eu tenho certeza que ela é a vítima nessa história toda e que eu devo um voto de confiança a ela. Estava pensando sobre os fatos quando meu celular vibrou.
- Alô?! - Atendi sem ao menos olhar na tela quem era.
- Onde você está Nicholas Steiner? - Rosnou entre dentes deixando claro sua fúria. - Tivemos uma reunião importantíssima na qual você não compareceu. Lara saiu do Hospital, no qual você também estava e você sumiu, não deu nenhum apoio, nada. William está uma fera e se continuar assim não haverá casamento e só para que você não esqueça, nosso rombo nos cofres da empresa cresce significativamente a cada dia seu idiota imprestável. A, só para lembrar, seu casamento está marcado para daqui a quatro dias.
Tudo o que eu não precisava era de um sermão e de que Lauro descobrisse sobre Elysée, não podia deixar ninguém saber sobre ela e sua ligação comigo, não enquanto sua cabeça estivesse a prêmio e eu não pudesse a defender. Precisava me informar, sabe o que estava acontecendo, tirar ela do fundo desse poço e depois pensar no resto. Eu não lembrava do casamento, Elysée me fazia esquecer essa merda de vida que eu vivia, mas agora sim, era uma realidade e eu precisava aceitar. Daqui a quatro dias Lara carregará meu sobrenome e eu carregarei aquela mala nas costas.
- Eu me senti mal Lauro. - Falei calmo e pacífico, não queria iniciar uma briga com Lauro Steiner por telefone. - Tive uma forte dor de cabeça, procurei por Caio, acabei encontrando William que me irritou, aumentando ainda mais minha dor de cabeça. Foi ai que Caio me aconselhou a voltar para casa e me deu um forte remédio para dormir. Apaguei e não consegui chegar a tempo. - Inventei uma história qualquer. Sei que estou velho para mentir para papai, mas com Lauro Steiner nada era simples e fácil, então teria que ser assim.
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Elysée
RandomEla é diferente de tudo o que já vi e conheci. O que ela significa para mim? Renascimento. Ela é o meu escape. Não que seja a segunda opção, ela é a primeira e única. Ela é meu anjo da guarda. Seus olhos, são os melhores remédios que eu poderia to...