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- Então você  aparece do nada dizendo que é dona de um sítio que eu conheço como sendo da minha família desde que tenho memórias, depois descobrimos que é a minha "mãe" a qual eu nunca vi na vida e quer pegar a minha guarda sem me dar a minima possibilidade de escolha - digo um pouco alterada - Não temos nada a conversar se só você pode decidir, eu só queria vir ver o seu rosto para ter uma noção de como é a pessoa que eu mais odeio na vida.
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Memórias vem a minha cabeça em um piscar de olhos. Talvez eu nunca supere isso. Talvez este seja o marco da minha decadência. Talvez isso seja exatamente o que me faltava para atingir o fundo do poço, conhecer o lado mais obscuro da vida.
São tantas coisas a se pensar. "Talvez", "talvez", "talvez"... Nada concreto.
Tudo que me resta agora é um pedaço de pedra com seu nome. Sua lápide. E alguns números idiotas.
Sua essência, suas memórias, todos os seus sorrisos, suas lágrimas que um dia sequei, sua integridade, seu futuro, seu coração; agora inexistentes. O nosso futuro.
Será que alguém algum dia poderá preencher esse vazio que cresce cada dia mais no meu coração?.... Eu ainda tenho coração?
Se eu tivesse que morrer para ele voltar eu o faria infinitas vezes, de todas as formas mais dolorosas.
Tudo para ele ter de volta sua essência, suas memórias, seus sorrisos, suas lágrimas, sua integridade, seu futuro, seu coração.
Para que as pessoas pudessem ter a graça de sua presença. Ele era um exemplo.
Agora é só mais uma memória, vaga, que ao tempo vai ser apagada.
A morte é tão fútil, tão ignorante.
O ser humano é tão frágil, com todas as suas fraquezas e alto-humilhações. Um fantoche na mão da vida; muito bem manipulado pelas situações ao ser redor.
Eu sou um exemplo disso; cega de ódio estava, não enchergava nada além das minhas dores e acabei destruindo tudo.
Ele foi manipulado pelas minhas atitudes e agora... bem, agora não existe mais ele.
O sangue que corria pelo seu corpo já não é mais nada.
O propósito disso tudo é descobrir quem é o mais forte? Quem irá aguentar mais tempo? Porque eu deixo claro que não sou essa pessoa. Que fui manipulada pela vida. Pela morte. Que sou mais um fantoche antigo e sem uso.
Que vendo agora o sangue jorrando e escorrendo pelos meus braços posso dizer que fui mais, fui um fantoche da minha dor, do meu arrependimento.
Tudo muito merecido, concordamos.
Agora se acaba mais uma vida, se vai mais uma essência, mais memórias se vão, sorrisos, lágrimas, mais uma integridade, mais um futuro destruído, mais um coração inexistente.
O arrependimento não me consome, enquanto me sinto cada vez mais fraca, só agradeço.
Meus olhos se fechando lentamente e as memórias de momentos bons, ruins, me consomem. Flashbacks. Memórias que serão apagadas.
Tudo gira e por fim os meus olhos se fecham me entregando por completo a escuridão, ao vazio.
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Oi gente! Eu sei que para algumas pessoas isso parece o fim e o que vou dizer vai ser considerado spoiller, mas não. A Mackenzie não vai morrer, apenas foi levada pela dor em um impulso. Afinal, como acabaria tão rapido?
Imagina!
Mas confesso (de novo) que chorei (de novo).
Foi um pouco pesado para mim escrever isso, acho que não estou acostumada e me sinto como se eu estivesse decidindo a vida de uma pessoa real e não de uma personagem!
Espero que estejam gostando!

Não se esqueçam de deixar a ☆

             ♡

Mackenzie ••• EM ANDAMENTO •••Onde histórias criam vida. Descubra agora