Acontece que eu odeio a minha vida. Odeio o colégio em que estudo. Odeio as pessoas que o frequentam. Odeio a porra da minha família. Enfim, se eu for listar aqui todo mundo e tudo o que odeio, vamos ficar longos séculos só nisso.
Tudo em minha vida podia ser um mar de rosas, nuvens de algodão doce e unicórnios coloridos. Mas meus pais tinham que agir como uns idiotas e me colocar naquele maldito colégio para ferrar comigo.
Então, por isso, acima de tudo, eu os odeio.
Antigamente, sei lá, quando eu tinha uns dez meses de idade, eles ligavam para o fato de terem uma filha. Pensavam em educá-la, dar do bom e do melhor para ela e tê-la como coisa mais importante de suas vidas. Mas como eu disse, isso era quando eu tinha meses de vida.
Depois disso tudo mudou.
Eles não me educaram corretamente. Acham que ao me darem dinheiro e coisas caras, terei tudo o que eu quero e o que é importante (só que estão enganados). Não sou a coisa mais importante da vida deles, mas sim, o seu dinheiro, suas empresas e seus negócios.
Acho que agora você entende porque sou um pouco revoltada. Meus pais ligaram o modo foda-se para mim e eu liguei de volta para eles. E para o resto do mundo.
E agora, porque me confinaram aqui nesse colégio interno, entrei numa briga e estou levando mais uma das famosas broncas da diretora.
Ô mulherzinha repulsiva, viu?
Ela se achava muito moderna com esse seu blazer, saia que vai até os joelhos, sapatos de vovozinha e coque mal feito no topo da cabeça. Se ela tinha algum bom senso para moda? Eu tenho certeza que a mesma nem sabe o significado dessa palavra.
Bem que precisa de umas aulinhas e, quem sabe, eu não possa dar quando ela parar de berrar no meu ouvido. Né?
— Eu não sei mais o que faço com você, Megan Winchester! — esbravejou ela, num grito que me faz tapar os ouvidos.
— Meg — resmunguei em resposta, pois odeio que me chamem pelo nome idiota que meus pais, também idiotas, colocaram em mim.
A mulher continuou a berrar no meu ouvido e tudo o que eu queria era sair dali. Sempre fui uma garota problema, reconheço isso. Mas não podia fazer nada se meu instinto agressivo e problemático, às vezes, falava mais alto.
E, por falar em mais alto, não estou nem um pouco a fim de sair daqui ouvindo meus pais gritando comigo como a diretora está fazendo agora. Eu nem fiz nada demais.
A culpa não era minha que o meu dia já não tinha começado bem. Estava com uma dor de cabeça terrível e com raiva até do vento soprando contra mim. Imagina só a fúria que eu ficaria se alguém me enchesse o saco.
Saí do meu quarto, como sempre, de mãos vazias, e fui para o refeitório comer meu café da manhã. E nem era tão bom assim. Não sei como aquelas mulheres da cantina tinham coragem de chamar essa coisa de comida.
Aliás, nem sei como contrataram elas para fazerem comida nessa espelunca de fim de mundo.
Sentei na minha mesa sozinha, já que não gosto de ter amigos; isso era muito chato. Eu gostava mesmo era de ter poder sobre os mais fracos, mas até nisso a minha arqui-inimiga daqui queria competir comigo.
E por falar nela, a garota logo apareceu.
Lembra que eu disse que estava com raiva, né? Pois bem, ela veio em minha direção com aquele seu sorriso falso que me dava ânsia e eu jurei que ela iria passar sem nem olhar para mim; mas a cria de demônio teve que mexer comigo.
Incrível como essas pessoas nunca aprendem que mexer com o inimigo no território dele é uma fria.
Para falar a verdade, eu nunca fui essa garota problema e agressiva. Sempre estive no lugar dos mais fracos. Não queria me tornar o que sou hoje, no entanto, foi necessário; um grito de socorro da minha autodefesa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nunca Se Apaixone por Garotas Problemáticas | DEGUSTAÇÃO
Romantizm+16 || 𝘼𝙂𝙊𝙍𝘼 𝙀𝙈 𝙀-𝘽𝙊𝙊𝙆 𝙉𝙊 𝙆𝙄𝙉𝘿𝙇𝙀 ➷Livro 01 (antigo 365 - Nada acontece por acaso) • OBRA REGISTRADA ⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆⋆ 🦋 Megan e Dean são o completo oposto. Quando pensa que o destino cansou de pregar pegadinhas, esses do...