• CAPÍTULO 4

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E normal sentir um vazio no peito? Como se algo estivesse faltando em você e por algum motivo você nunca havia percebido, até algo... Alguém lhe relembrar isso, isso é normal?
Bem, normalmente não sinto isso, mas estranhamente, nessa tarde, esse sentimento me veio à tona. Talvez tenha sido por causa do ocorrido hoje à tarde, aqueles homens estranhos e assustadoramente bonitos... Trataram-me como um nada, como um engano ou sei lá. Provavelmente são os irmãos Bartholy que faltava conhecer.
Dei de ombros tentando relaxar e parar de pensar sobre o ocorrido, afinal, nem sei se realmente trabalharei aqui... Nicolae esta adiando tanto nossa conversa que me faz pensar que talvez esteja me analisando para ver se sirvo mesmo ou... Quer me fazer de escrava, trabalhar sem pagar.
Ainda no corredor, dou uma ultima olhada no quadro da “rainha gótica servida por homens” logo seguindo em frente. Não quero explorar essa mansão por agora, vai que apareça outro homem brotando do chão para me insultar ou destratar novamente.
Preciso de ar fresco, é isso que preciso! Sai mansão a fora, nunca prestei atenção no Jardim que por um acaso é enorme e muito bonito. Havia um parque só para Lorie, com escorregas, gangorras e etc... O sonho de qualquer criança.  Olhando para o outro lado é possível ver um canteiro de rosas, essas que pareciam normais até eu me aproximar e ver o formato em que essas rosas foram colocadas. Parecia algum tipo de símbolo.

Suspirei avisando a mim mesma o quão estranho esse lugar é. Convenci-me que tudo isso era coisa da minha cabeça e nada mais. Continuei minha exploração, esse lugar pode ser bastante sombrio quando quer, mas também consegue ser muito bonito.

(...)

Anoiteceu e eu decidi que só irei começar a trabalhar aqui quando tiver uma conversa sensata com o Nicolae.

Desci do quarto em que estou hospedada indo direto a sala de jantar, talvez eles tenham feito algo ou sei lá. Chegando lá parei subitamente, não havia nenhuma pessoa, nenhum ser vivo na cadeira. Será que todos saíram para jantar e se esqueceram de mim? Que absurdo! Família estranha!

Exasperada eu saio com fome em direção ao quarto onde eu estava por mim eu durmo com fome e amanhã mesmo depois da escola vou à procura de um emprego com mala e cuia. Pego todos meus pertences que estavam espalhados pelo chão. Onde eu estava com a cabeça para me meter com esses loucos? Vai que vão me matar e deixaram a casa livre para... Sei lá!

Quando termino tento deixar tudo como estava, sou uma bagunceira e isso eu assumo. Cansada eu suspiro, ouço vozes do outro lado da porta, mas me sinto sonolenta o bastante para prestar atenção em algo.

Abro meus olhos e fecho tentando vencer o sono, o quarto estava escuro e então algo aconteceu... A lamparina acendeu e ligou e nesse intervalo de tempo pude ver o rosto do homem que me confundiu com alguém, hoje mais cedo.

Tum... Tum... Tum esse era o som do meu coração que batia desesperadamente.

— O... O que você esta fazendo aqui? – Perguntei gaguejando. Apenas vi a face do homem sem expressão sumindo aos poucos...

— Senhor me proteja de todo o demônio que aqui estão presentes. – Pedi quase que perdendo a sanidade. Será que esse lugar é amaldiçoado? Talvez os Bartholy sejam uma família fantasma

Eu preciso Dormir, mesmo estando assustada, minha mente esta é muito perturbada.

(...) DIA SEGUINTE

Logo que amanheceu eu tratei de me arrumar. Pondo roupas de frio e puxando minha "mala" para perto de mim juntamente a uma mochila nas costas.

Com toda cautela eu saio da mansão nas pontas dos pés pronta para esperar um ônibus que possa me levar à universidade.

Quinze minutos Depois consegui chegar à universidade, a mesma era grande e tinha um grande campus. Pessoas iam e viam pra lá e pra cá, muitas já com um grupinho... Queria ser social assim. Olhei para o papel que estava em minhas mãos, lá dizia onde e qual era a chave do meu armário, e tinha todas as aulas ali também. A primeira aula era História; puxei minha mala comigo e adentrei a universidade, eram tudo tão grande, corredores rodeados por armários,
Pareciam aquelas universidade de filmes, perfeita!

Contente eu avancei, as pessoas me olhavam com uma expressão estranha... Talvez seja porque eu estou com uma mala ou porque estou com a touca preta que fixa meu cabelo por cima dos olhos... Bem, vamos concordar isso não é muito normal de se ver, mas... Pelo que eu vi até agora, o que é normal nessa cidade?!

Distraída com meus pensamentos acabei por tropeçar e cair em cima de alguém... Olho para baixo e vejo uma menina de pele dourada com um sorriso divertido na face.

— Ah, me desculpe, me desculpe – Digo olhando para a cara da menina — Você esta bem?

Perguntei cutucando o rosto dela a fazendo sorrir.

— Estou! Mas é que você esta me esmagando – Ela começou a rir dizendo isso, logo me levantei envergonhada a ajudando a se levantar.

— Me Desculpa, sou nova aqui e muito distraída.

— Não se desculpe esta tudo bem, também sou distraída. A propósito, me chamo Sarah, prazer em conhecê-la. – Ela estendeu a mão para que eu possa apertar

— Valentina. Chamo-me, Valentina.

E dai começamos a conversar sobre coisas aleatórias, descobri que Sarah sempre vem a essa universidade e que já mora em Mystery Spell há um tempo, ela é muito espontânea e divertida.

Depois da aula de história tivemos um projeto para que possamos nos conhecer, esse que durará uma semana. Isso foi aplicado pela própria direção da universidade para que possamos nos comunicar.

(...)

— Loan, volta aqui. – Ouvi uma voz escandalosa gritando um menino de cabelos negros e porte forte que estava vindo em minha direção.

— Novata? – Perguntou abrindo um grande sorriso.

Ele é bonito, mas tem uma loira furiosa vindo atrás dele. Olhei para os lados tentando ignorar o que estava acontecendo; Sarah havia passado na biblioteca para ajudar na organização dos livros, ela fazia isso antes de começar a estudar aqui, segundo ela, um dos funcionários dessa universidade é parente dela.

— Loan, eu estou falando com você. – A loira me olhou com desprezo ficando de costas pra mim diante do tal de "Loan"

— Cala a boca, Samantha. Já disse que não temos nada e eu posso pegar quem eu quiser. – Disse o homem me deixando com raiva.

O que tem de beleza tem de babaca, respirando profundamente eu virei meus calcanhares puxando minha mala comigo e saindo daquele lugar.

Vou tentar achar a biblioteca para fazer companhia a Sarah. Entrando em um corredor comecei a andar, estava tudo deserto. As pessoas estavam tudo se preparando para assistir o jogo de basquete dos calouros.

De repente senti um clima não muito bom, meu coração voltou a bater desesperadamente, parecia o mesmo sentimento que tive a noite... Comecei a correr, o barulho das rodas de minha mala ecoavam por todo lugar. Eu estou ficando louca, olhei para trás e não vi ninguém, ao me virar para frente novamente me bato em um peitoral firme... Ainda ofegante eu olho para cima encontrando os olhos amêndoas que me atormentaram por essas horas... Drogo.

Ele estava tão próximo e me olhava nos olhos, sua boca se abre e o mesmo diz:

— Pobre coitadinha... – bom som por mim Aquela voz rouca era ouvida em alto.

Bartholy - Até a última gota. | Is It Love? |Onde histórias criam vida. Descubra agora