• Capítulo 5

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— Pobre Coitadinha... – Essas foram suas palavras antes de me olhar de cima a baixo pousando seus olhos na minha pequena mala, logo arqueando a sobrancelha de maneira questionadora

— Não te interessa. – Tratei de responder algo que não foi perguntado por palavras, mas sim por um simples olhar.

Respirei fundo pondo a mala ao meu lado e cruzando meus braços enquanto batia meus pés impacientemente no chão.

Drogo ainda me olhava com aqueles olhos Âmbar, parecia estar surpreso com algo e mesmo vendo a minha falta de paciência continuou parado diante de mim.

— Não sei se sabes, mas você esta na minha frente, saia, por favor. – Peço tentando manter a calma. Já acabam as aulas, preciso procurar um lugar antes de escurecer.

— O que pensa que esta fazendo? – Tenho certeza que ele se refere a minha mala.

— Saia! – Exclamei estendo minha mão sob seu peito tentando afasta-lo para sair do meu caminho, mas o que ele faz me surpreende.

Drogo põe sua mão sob a minha pressionando ali como se quisesse me mostrar algo, mas de nada vejo...

Apenas penso nessa sua aproximação perigosa. Seu braço ao lado de minha cabeça, deixando me presa em sua gaiola sob esse olhar perigoso de um caçador olhando para sua presa.

— Você não vai a lugar algum. – Pude sentir seu halito fresco em meu rosto... Desviei meu olhar do seu com a respiração acelerada, não sabia o que estava acontecendo ali.

— Drogo, o que esta fazen... – Seu toque em minha bochecha me endurece por completo, desde o trágico acidente nunca fui tocada assim...

— Se você não fosse você, eu diria que era ela... São tão parecidas.

Pisco algumas vezes confusa, do que ele esta falando, e quem é ela?!
Quando eu iria abrir a boca para questionar eu ouço uma voz familiar chamando por mim...

— Valentina... É você? O que esta fazendo com esse menino? – Questiona Sarah me olhando de forma estranha.

Os dois começaram a se olhar de uma forma não muito boa, o clima começou a pesar e de repente me peguei sendo sufocada pelo ambiente.

— Vocês se conhecem? – Perguntei vendo Drogo se afastar de mim ainda me observando.

— Valentina nada que vem desse menino é bom, vamos. – Sarah agarrou meu braço puxando-me para perto. Drogo arrancou a mala de minha mão e olhando nos meus olhos disse:

— Vamos!

— Não tens para onde ir, Valentina? – Sarah questionou.

Abaixei meus olhos meio envergonhada dizendo um “sim” baixo.

Drogo olhou para a minha cara incrédulo. Ahh o que ele queria? Estou em uma mansão cheia de homens... E dois deles se aproximaram de mim como se quisesse me comer viva para alem daquela mansão ser muito estranha, ah não sou louca, aprendi muita coisa com filmes de terror.

— Valentina trabalha para a minha família. – Dissera Drogo levantando o queixo de forma provocativa.

— Pois não é o que parece. Isso é verdade Valentina? – A mulher olhava para mim , vendo que não respondi ela soltou meu braço decepcionada, com um mínimo sorriso no rosto.

— Tome cuidado... A família Bartholy não carrega uma boa historia consigo.
Seu aviso me causou calafrios, e o silencio de Drogo praticamente me matou... O que será que ela quis dizer?!

— Sarah... – Quando chamei por seu nome a mesma já havia me dado às costas...

— Vem! – Puxou meu braço de maneira grosseira.

— Me larga garoto. – Pedi, mas Drogo não me dava ouvidos...

— Se você tem um trato não devia quebra-lo. – Referiu se a meu acordo com Nicolae.

— Do que esta falando?! Seu irmão estava ocupado demais para discutir sobre esse “trato”. Eu não tenho o tempo todo do mundo e... Para onde esta me levando? – Perguntei ao me ligar que ele me puxava para fora do campus.

— Falar com meu irmão.

— Mas ainda temos aula! – Exclamei vendo seus olhos se revirarem no tédio.

Parou em frente a uma Ferrari. Fiquei impressionada com um carrão daqueles... Tentei não parecer chocada e com maestria tentei abrir a porta daquele troço, mas não obtive sucesso.

Peguei aquele loiro aguado olhando pra mim com um sorriso debochado no rosto, não sei o que ele fez, mas logo abriu a porta do carro permitindo-me entrar.

O caminho ate a mansão foi silenciosa por demais... Eu odeio o silencio, mas confesso que com o tempo consegui conviver com ele.

(...)


— Ela iria embora. – Dissera Drogo que tinha feito questão de reunir toda a família para falar o quão “infiel” em palavras eu sou.

Achei isso ridículo... Eu tenho meus motivos para sair dessa mansão. Ou eles acham que sou uma escrava?!

— Não gostou da gente, Valentina? – Peter se dirigiu a mim de uma forma melancólica.

— Talvez não façamos o tipo de pessoa que ela costuma andar. – Dessa vez Dimitri falara.

Por Deus! Eles estão a me deixar mal.

— Deixem nos conversar a sós. – Pediu Nicolae educadamente. Todos saíram, ate mesmo Drogo com um sorrisinho besta no rosto.

— Valentina... – Nicolae chamou minha atenção pegando em minhas mão fazendo me olhar para ele.

— Sim?

— Não quer ficar conosco? Sei que não confia em nos, mas nessa cidade pequena todos nos conhecemos... Mystery Spell é um lugar difícil de encontrar um emprego, aqui estamos a lhe oferecer isso e muito mais. Não quero lhe ver morando de baixo de uma ponte. – Sua voz era calma, como se me explicasse tudo mais para o meu beneficio do que ao dele.

—Não sei se é uma boa ideia... Não causei boa impressão, parece que há pessoas aqui que não gosta de mim e esse lugar... Hoje ouvi que sua família não carrega uma boa historia e... – Nicole me interrompe, pois eu já estava contando nos dedos às coisas que me impediam de ficar.

— Não se ligue em boatos, você ouvirá muitos, mas são apenas boatos. Quanto a não gostarmos de você...
Isso não é verdade, se Lorie gostou
de você quem nos somos para não gostarmos?! – Fez uma pergunta retórica com um sorriso nos lábios...

— E então...?
Respirei fundo pronta para falar a minha decisão.

— Eu concordo, mas... Com uma condição. – Ele olhou para mim questionador. – Quero dois dias de folga e o resto da noite livre.

— Os dois dias de folgas eu posso concordar, mas para que as noites livres? – Me olhou com um pouco de malicia.

— Oh, nada disso. Quero as noites livres para estudar! O que mais seria? – Apertei os olhos o encarando.

— Nada. Então estamos concordados. Você recebera um salário, e um plano de saúde em um hospital dessa cidade. Amanhã você começa – E ao dizer isso ele faz um sinal com a cabeça dando fim a nossa conversa... Mas ele nem disse o quanto que eu receberia.

Acabei de perceber que será um pouco difícil para lidar com essa família, mas irei manter meu plano de seguir nessa mansão, pelo menos por enquanto.

Bartholy - Até a última gota. | Is It Love? |Onde histórias criam vida. Descubra agora