Capítulo 3 •

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Domingo, faltava apenas um dia para as aulas começarem. Esperei Nicolae voltar ontem à noite, mas o mesmo não apareceu. Deve estava com alguma mulher ou... Resolvendo algum problema, pois o mesmo parece ser um homem muito ocupado.

— Bom dia! – Cheguei desejando. Mas não havia ninguém na mesa, talvez eles acordem tarde. Dei de ombros olhando ao redor, era uma grande cozinha MEDIEVAL devo afirmar, até que a decoração não é decadente, eu até gostei...

Comecei a procurar ingredientes, andando distraidamente pela grande cozinha quando tropeço em algumas sacolas que estavam jogadas no chão. Praguejo mentalmente e me abaixo para pegar essas sacolas, nelas havia comidas, ingredientes e verduras. Ouch... Curiosa eu abro os armários e assim vejo que neles nada há muito estranho...

Talvez Nicolae tenha as comprado ontem, mas não sei o porquê de ter as jogado no chão, Meu Deus, nem comecei a trabalhar ainda e já estão me escravizando.

Revirei os olhos e comecei a preparar a massa. Peguei uma lata de alho amassado e misturei na massa, havia tantos ingredientes que me fazia acreditar que Nicolae saiu pegando sem se importar com o que comprava, há coisas até desnecessárias aqui.

(Minutos Depois)

— Prontinho. – Falei sorridente me auto parabenizando.

Coloquei a maravilhosidade que preparei no prato e arrumei em cima da mesa. E então sentei na cadeira esperando os outros chegarem. Uma brisa refrescante fez, mas cabelos balançar, só ai me dei conta que meu rosto estava exposto, me desesperei subindo as escadas e tropeçando em meus próprios pés, peguei minha touca preta posicionando meu cabelo em cima dos olhos e logo colocando a touca para ficar ali. Pronto!

Quando voltei estava Nicolae, Lorie e... O homem que vi ontem estava sentado na cadeira. Nicolae de frente para Lorie.

— Bom dia! – Dessa vez meu “Bom dia” não fora muito animado. Puxei a cadeira me sentando diante ao cabeludo (O homem de ontem o qual não sei o nome.).

— Bom dia, Valentina. – O único a responder fora Nicolae que estranhamente levantou de sua cadeira esperando eu sentar na minha, parecia um meio alienígena de cavalheirismo.

Olhei para os outros; Lorie estava de cabeça baixa encarando a comida como se fosse algo anormal para seu dia a dia.

— Você não vai comer? A comida esta verde ou algo do tipo? – Perguntei com o cenho franzido, porque para uma criança não querer comer uma maravilha dessas, só pode ser isso.

— Nicolae, eu não quero isso. – Disse me ignorando e olhando para seu irmão.

Nicolae me olhou estranho e logo disse:

— Não gostamos de Pão de alho, Valentina. – Sua voz seria dava a impressão de que ele estava me repreendendo.

Fazendo uma careta a piralha levanta e diz:

— Ela é nojenta, não pedi para vir ao mundo para isso. – Com audácia me olhou logo subindo as escadas batendo os pés, seguida por seu irmão que corre atrás dela para tentar apagar o incêndio que a mesma criou.

Não entendo esse projeto de Annabelle; hora sou a senhora Frankstein mais linda, hora sou nojenta, decida-se minha querida – Pensei.

— Deus tenha piedade, como eu iria adivinhar que eles não gostavam de pão de alho?! Algo maravilhoso, feito para ser saboreado. – Falei comigo mesma me esquecendo de que o cabeludo permanecia quieto em seu canto como uma coruja observadora.

— Você vai comer isso? – Perguntara o cabeludo também fazendo uma careta.

Poxa, ele também esta nessa?! Enfiei o pão na boca mastigando com gosto fazendo um “Hmmm” e lambendo os lábios.

— Não sei como seus namorados conseguiam lhe beijar. – Disse o cabeludo me surpreendendo.
Olhei para baixo respirando fundo e digo:

— Pois eu também não... Nunca tive um. – Dei de ombro dando um mínimo sorriso.

Um clima tenso tomou conta do local, eu sentia seu olhar sob mim e mesmo assim continuava a mastigar meu pão silenciosamente.

— Eu não sinto pena de você. – Falou ele me fazendo sentir algo estranho, raiva, tristeza? Eu não sei.

Ele se levantou e fez menção de sair, quando eu mastiguei meu pão mais rápido fazendo um sinal com a mão para ele esperar enquanto eu o engolia.

— Qual é o seu nome? – Perguntei o fazendo arquear as sobrancelhas com um sorriso largo.

— Esta interessada? – Perguntou convencido.

— Não. Apenas quero saber o nome das pessoas que vivem na casa a qual eu provavelmente irei trabalhar. – Dei a resposta digna de um Oscar

— Dimitri. – Soltou essas palavras entre dente, parece que minha resposta não o agradou.
(Mais tarde)

Ainda não havia falado com Nicolae, o mesmo entrou no quarto de Lorie e não ousou sair, mas pelo que ouvi parecia que estavam brincando, uma brincadeira bem macabra onde sangue e cabeças eram citados, preferi não me meter, se não a única cabeça que rolaria ali seria a minha e alem do mais, não posso abaixar a guarda para essa estranha família, não posso confiar neles. Ficarei aqui por enquanto, até juntar um dinheiro e conseguir alugar uma casa, já me imagino procurando um novo emprego e começando minha vida.
Mais uma vez explorando esse castelo sombrio, me vejo fascinada por alguns quadros que decoram os corredorres, uma em especial me chamou mais a atenção que os outros. Era uma mulher sentada em algum tipo de trono rodeada de homens estranhos que pareciam servi-las. Senti uma conexão muito forte com aquele quadro, tanto que meu coração batia tão rápido e eu não sabia o porquê, estendi minha mão tocando no rosto da mulher da pintura, meus olhos instantaneamente se encheram de lagrimas e eu juro que pude ouvir um choro de pura culpa e tristeza.

—Iezabel?! – Ouço uma voz muito próxima de mim falar. Soltei a respiração que eu segurava e deixei meu corpo cair sobre alguém que estava atrás de mim.
Com os olhos bem abertos vi incríveis orbes caramelo a me encarar. Pisquei meus olhos diversas vezes para sair do transi, o homem me segurava firme e algo me dizia que eu o conhecia de algum lugar... Esses cabelos loiros e pele pálida não me são estranho.

— Você não é a Iezabel. – Seu rosto se fechou e ele foi perdendo o brilho de seus olhos que o iluminava aos poucos ele me soltou me permitindo recuperar o equilíbrio.

Alguém se aproxima de nos.

— Drogo, nos temos que ir. – Era um homem de cabelos preto azulado e uma expressão melancólica que quando me olhou congelou, logo olhando para o homem ao meu lado, cujo nome é Drogo.

— Não é ela. Peter. – O suposto homem chamado Drogo disse, levando assim Peter cosigo.

Um vazio preencheu meu peito e de repente senti uma tristeza a qual nunca pensei que sentiria novamente.


NOTAS FINAIS:

A PEDIDO DE UMA LEITORA, POSTEI O CAPÍTULO 3.

(AGORA SÓ SEXTA!)

Bartholy - Até a última gota. | Is It Love? |Onde histórias criam vida. Descubra agora