Algumas Dúvidas

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—oi meu amor.

—oi.

Cameron me dá um beijo leve e depois beija a minha cabeça, ele me estende uma caneca de chá e me sinto um pouco grata por ter dormido, não faço ideia de que horas são, mas estou mais calma e relaxada, me lembro que estava chorando muito quando terminei meu banho, Cameron tomou banho comigo, depois viemos para cama e adormeci abraçada a ele, entre o choro e o soluço, mas só de olhar na janela já sei que anoiteceu.

Dormimos muito mal ontem essa é a verdade, estou cansada emocionalmente, Tudo o que aconteceu no meu emprego, Cameron, Brenda e agora isso do senhor Handerson me lotou demais.

—está mais calma—Cameron estende a mão e toca minha face me analisando com carinho—eu preparei sanduíche.

—não estou com fome Cameron...

—mas vai comer—interrompe—você está se negligenciado Faith, percebi que emagreceu nesses dias.

—e isso não é bom?—pergunto e ele fecha a cara—está bem, eu como.

—é bom mesmo—responde—você não me disse o que aquela gente queria com você.

—é complicado—bebo um pouco do chá, está doce e quente, me endireito.

Não estou pronta para falar disso com ele, mas fico frustrada de pensar em ficar calada quando sei que devo lhe contar a verdade.

—nunca te contei Cameron, eu não sou filha única, acho que nunca falei da minha família com você não é mesmo?

—não, não falou—ele fica sentado de frente para mim.

—eu tive um gêmeo quando nasci, mas ele morreu algumas horas depois do parto—revelo e o semblante dele se enche de surpresa—eu achava que ele havia morrido até hoje.

—porque?

—Mosés Handerson alega que é o meu irmão gêmeo, ele me procurou hoje para falar isso, que meu irmão não morreu e sim foi trocado na maternidade com uma criança sem vida por uma enfermeira, e que esta mulher, o pegou do hospital e o abandonou num lar adotivo.

—irmão gêmeo?

—sim.

—aquele cara que não tem nada a ver com você?

—éramos de placentas diferentes Cameron, você também não viu minha mãe, fiquei assustada ao pensar algo.

—o que?

—ele é idêntico a ela, tem os meus olhos, a mesma forma de sorrir, o nariz...

—sua mãe é branca?

—sim, meu pai é negro.

—sério? Que barato!

Só mesmo você pra rir de tudo isso, e também me fazer rir de tudo isso.

—Cameron isso é sério.

—eu sei que é sério, é que não pensei.

—meus pais são diferentes, nuna te disse?

—eu já suspeitava.

—sou mestiça.

—você é linda.

Cameron toca minha face com o indicador e me beija devagar, estou derretendo de novo por conta desse moleque insolente.

—ele te disse isso?

—me mostrou documentos provando que de fato é meu irmão, fiquei tão apavorada, nunca pensei que meu irmão estivesse vivo.

—e agora meu amor?

—boa pergunta.

—não é pra menos que está tão nervosa.

—aconteceram algumas coisas na sua ausência também Cameron.

Ele me encara mais sério.

—Brenda tentou se matar—digo.

—sua ex amiga?

—sim, ela tomou remédios e teve uma overdose, eu estava com ela no hospital esses dias.

—você deveria ter me ligado querida, poxa, que barra.

—nem me passou pela cabeça.

—por isso não atendeu minhas ligações?

—eu não atendi porque eu vi as fotos com a sua ex quando estava no hospital, fiquei muito magoada.

—mas nada do que viu é verdade, eu gosto só de você, você é a minha namorada Faith.

—não quero discutir por conta disso, não estou bem.

—está bem.

Cameron me beija de novo, agora com tanto carinho que mal sei descrever.

—te adoro—ele fala—você é tudo para mim Faith, senti muito sua falta.

—também senti sua falta Cameron.

Estou com um pouco de receio apesar de tudo.

—eu estou com medo disso Cameron, e se de fato for verdade?

¬—não adianta ficar nervosa—fala—tem que pensar com calma sobre isso.

—eu sei—afirmo—só que é meio impossível acreditar que de fato ele seja meu irmão.

—eu imagino que seja bem complicado mesmo.

Não faz ideia, isso deu um nó na minha cabeça.

—tenha um pouco de paciência, tudo vai se resolver.

Eu só espero que sim.

Quando Cameron me beija não quero mais pensar em nada, eu só quero dar um tempo nos problemas, ele é o meu porto seguro, meu refúgio... meu amor.




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