Tudo Bem

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Me sinto uma zumbi sonolenta, me jogo no sofá, Beans vem rápido para cima de mim, acordei com cólica, não queria perturbar o Cameron, acho que ainda nem amanheceu, deixei ele dormindo coberto até o pescoço, vim para sala.

Fico de bruços e fecho os olhos procurando alguma posição, mas sei que não vou encontrar, quando a minha menstruação vem é como se eu estivesse sentando numa faca toda pontuda, sinto cólica muitas vezes no primeiro dia, depois melhoro.

Acho que por isso ando bem mais sensível.

Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo, a viagem do Cameron, a internação da Brenda, a aparição do Timmy, do Handerson, e tudo o que vem acontecendo está me deixando pilhada, nem quero lembrar que mais tarde terei que ir de novo no jornal.

Já fico cansada só de pensar em tentar achar uma solução pacífica para isso, e até lá, preciso de um emprego, não só disso, preciso acima de tudo conversar com Mosés Handerson, porque de tudo isso é o mais sério.

—Faith?

Permaneço deitada, Bens está deitado perto dos meus pés, depois de alguns instantes, Cameron fica diante de mim abaixado, eu não fiz barulho, não sei porque ele acordou.

—o que foi? O que faz aqui?—pergunta ele sonolento.

—te acordei?—pergunto sem jeito.

—acordei porque você não está na cama—responde ele e toca a minha face, fecha a cara—você está fria.

—é a cólica—digo constrangida—eu estou naqueles dias.

—ah, você menstruou—conclui ele pensativo—já tomou remédio?

—não tem remédio para cólica melhor do que ficar parada e tentar não respirar por mais de um segundo—falo e ele sorri—pode voltar para cama, eu fico bem daqui a pouco.

—vem pra cama comigo, vou preparar um chá e umas bolsas de água quente—Cameron beija a minha cabeça—vem amor.

As vezes da vontade de arrancar as bochechas dele e colocar ele num pote, de preferência bem pequeno e bem longe daquela agente indecente dele. Me levanto coberta de dor, parece que estão espremendo meus ovários.

—está doendo muito?

—um bocado, tem mês que é tranquilo, mês passado foi assim, eu até fiquei bem, não sei se por conta do que houve com a Brenda, quase não senti nada, acabou bem depressa, mas tem mês também...

—eu posso imaginar—ele segura a minha mão—vem comigo.

Sorrio, sigo Cameron em silêncio, ele puxa os cobertores e me deito na cama de bruços, ele toca minha cabeça, depois se senta na cama e começa a calçar o par de tênis, ele já usa uma calça de moletom.

—eu não demoro.

—Cameron não precisa ir na farmácia, eu vou melhorar.

—e vai continuar a sentir dor?

—passa.

—não curto ficar te vendo sentir dor, eu volto logo, já são 06:12.

—você é muito teimoso.

—é o mínimo que posso fazer pela minha garota.

Garota.

Sorrio, ontem a noite foi muito bom, foi uma noite quente e depois quieta, não fosse por essa cólica chata eu estaria bem melhor.

Plus Size (Livro II)- DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora