colour my life with hope of loving you

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Jackson não sabia por que ele voltara a ver tudo em preto e branco.

Em um mundo onde encontrar sua alma gêmea dava cores ao seu mundo (literalmente), perder sua alma gêmea (como Jackson perdera) significava mergulhar na escuridão completa. Ele não devia ter voltado a como ele era antes. Ele preferia ser cego do que voltar ao que era antes. Qual o sentido de ver qualquer coisa (em preto e branco ou em cores) sem sua amada do lado?

Por dois anos ele viveu em amargura, se isolando de todos, se amaldiçoando por ser o diferente do seu grupo de amigos, o cara que perdeu a namorada em um acidente e não parou de enxergar. Até o dia em que Jaebum não aguentou mais ver o sofrimento do amigo. Junto com Youngjae, o fez sair da cama, se arrumar e acompanhá-los até o parque de diversões que abriu na cidade, junto com Yugyeom e Bambam. Jackson não sabia bem que utilidade teria ele em meio a dois casais felizes além de servir de castiçal, mas seus amigos eram convincentes, não tinha como não dizer não a eles.

Acabou que, ao chegar no parque, Jackson acabou sozinho mesmo. Jaebum e Youngjae foram até as barracas de tiro ao alvo, Yugyeom e Bambam correram para a roda gigante e Jackson se viu parado, no meio do parque, sem destino nenhum em mente. E quando ele pensava em voltar para a casa e se esconder debaixo das cobertas (de onde nunca deveria ter saído, para ser honesto), ele sentiu um esbarrão atrás de si. Uma garotinha havia tropeçado e batido nele. O rapaz se virou preocupado, querendo saber se ela havia se machucado ou algo do tipo, e estava prestes a perguntar isso a ela, quando ouviu uma voz vindo na direção dos dois.

-Jihae, não corra desse jeito. Quase machucou o rapaz...

Jackson levantou o olhar e cambaleou, meio atordoado.

O outro rapaz que correra na direção da garotinha era bonito, isso ele não podia negar. Os cabelos rebeldes, os olhos radiantes, o sorriso tímido, o ar de sério, o cara era um pacote completo. Fizera até o coração de Jackson falhar uma batida, algo que não acontecia há tanto tempo, mas não foi isso que o atordoou.

Ele podia ver o castanho daqueles cabelos e olhos, o leve tom rubro dos lábios que emolduravam aquele sorriso. Ele podia ver todas as luzes e cores ao redor dele, em uma explosão sensorial que quase deixou Jackson tonto. Ele fechou os olhos por um tempo e quando os abriu novamente pôde ver o belo garoto com uma expressão nervosa e ao mesmo tempo encantada. Os olhos dele brilhavam ainda mais intensamente.

-Não se preocupe. Ela não me machucou. -Jackson falou, estranhamente tímido- Ela está bem, e eu também.

-Essa bonitinha aqui sempre some, tenho que ficar de olho nela o tempo todo. -O rapaz bagunçou os cabelos da garotinha, que resmungava- Bom... Eu... Preciso ir. Deixei um grupo de crianças movidas a açúcar sozinhas em um parque de diversões. Se descobrem isso minha carreira como monitor vai por água abaixo. -Falou, puxando a garotinha pela mão- Obrigado, eu acho...

Jackson via o belo rapaz se afastar devagar, ainda olhando para ele, como se não quisesse ir embora ainda. E naquele momento a mente de Jackson trabalhava a mil por hora. Céus, ele havia encontrado outra alma gêmea? Algo como aquilo já tinha acontecido antes? Será que ia ser definitivo? Ou ia ser só algo a mais que pudesse partir o coração dele de novo? E quem era aquele cara? Tantas perguntas, com certeza. E Jackson não havia resposta para nenhuma delas.

-Espera, rapaz! -Jackson gritou, chamando a atenção do garoto, que se virou e sorriu aquele mesmo sorriso tímido que fizera o coração de Jackson falhar- Eu... Eu não sei o seu nome...

-É Mark. -Agora o garoto que devolvera as cores para Jackson tinha nome. Um nome tão bonito quanto o dono dele.

-Mark, eu sou Jackson. -Ele gritou de volta, fazendo Mark e a garotinha ao lado dele rir. Ele soava bem exagerado quando gritava, e Mark meio que gostava disso.

-É um prazer te conhecer, Jackson. -Mark gritou, se virando para voltar para o grupo que estava monitorando- A gente se vê por aí, eu espero.

-Eu também! -Jackson gritou de volta, esboçando um sorriso que há muito tempo não surgia em seus lábios.

Ele não tinha se preocupado tanto em pedir o telefone de Mark ou saber onde ele morava. Se aquele lance de almas gêmeas fosse realmente verdade, se Mark realmente fosse sua alma gêmea definitiva, não precisaria esperar muito. Eles iam voltar a se encontrar.

Do outro lado do parque, indo em direção às crianças, Mark olhava tudo em volta, tão encantado quanto as crianças que estavam sob sua proteção naquele momento. Ele sempre ouvia falar em como as cores surgiam em sua visão quando se encontrava sua alma gêmea, só não esperava que fosse ser tão maravilhoso, tão mágico quanto descreviam. E tudo isso vinha do rapaz loiro de olhar melancólico e jeito exagerado que tinha conhecido a poucos minutos atrás.

Jackson.

Mark murmurou para si mesmo o nome do rapaz, fazendo para si uma promessa silenciosa de que o encontraria de novo. Não sabia como nem quando, mas se Jackson fosse sua alma gêmea, o destino ia fazer eles se reencontrarem.

Mas dessa vez ia ser pra valer. Sem despedidas.

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