Capítulo 7

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Castiel

Já era quase noite e eu estava em casa com Ayana, que não havia acordado ainda, e isso só me deixava mais nervoso.

Toda aquela pressão de ter que procurar pela escolhida havia acabado, mas era o que ainda estava por vir me deixava mais aflito.

Era um jogo, cujo jogadores eram perversos e sedentos pelo poder. Fariam de tudo para alcançar seus objetivos, não importando quem machucassem no processo. Um exemplo é Ayana.

Téo literalmente se jogou de um penhasco para fugir com ela e, mesmo que a tenha protegido com seu corpo, a escolhida saiu bastante ferida, tanto que ainda está desacordada na cama.

O pensamento me fez olhá-la.

Quando você vai acordar, menina?

Vários pensamentos passaram pela minha cabeça, que parecia querer explodir. Não demorou muito para que eu tomasse uma atitude.

Ela provavelmente vai acordar faminta...

Me retirei do quarto e fui até a minha cozinha. Peguei algumas frutas e um copo de néctar. Então, me dirigi novamente ao pequeno e estreito corredor que ligava ao meu quarto, onde a loira estava repousando na minha cama.

Antes de entrar no quarto, bati na porta com esperança de ouvir algo em resposta do outro lado, porém nem se quer um ruído foi produzido. Então logo abri a porta e vi que ela ainda estava deitada.

Seu rosto parecia mais calmo e descansado. Algumas de suas madeixas deslizavam pelo rosto, que estava com pequenos arranhões providos da ira e loucura de Téo, com o qual eu acertaria as contas no próximo encontro.

Percebi que fiquei parado na porta. Diante disso, logo adentrei no quarto, e coloquei o lanche dela próximo à cama. Dei mais uma olhada nela e percebi que só tendo a sua presença ali, já me sentia reconfortado.

Eu ainda teria de explicar à ela a existência desse mundo, o que podia ser meio complicado. Lembrei de ouvir histórias de pessoas que saíram e entraram do mundo em que vivemos, e, se eu não estava enganado, tinha um mercador que contava histórias sobre ambos os mundos. Ele fazia isso especialmente para cativar e incentivar os clientes a comprarem seus produtos.

Talvez eu devesse fazer uma visita à cidade para descobrir um jeito de explicar para a Escolhida o seu papel. Ou talvez devia evitar esse plano, já que as pessoas na cidade não tinham noção de que teríamos uma nova protetora, e isso podia causar um certo pânico, ainda mais pela atual rainha não ter conhecimento algum.

Decidi que a ideia de levá-la à cidade deve ser evitada por enquanto. Reunir alguns livros e montar uma pequena aula me pareceu a melhor opção. Ou poderia levá-la até ruinas também.

Várias ideias me vieram à cabeça quando percebi que a minha hóspede, e futura Rainha, estava me encarando assustada.

Ambos ficamos algum tempo parados, encarando um ao outro sem dizer uma única palavra. Eu podia afirmar que alguma coisa não estava certo com ela.

Talvez esteja sentindo alguma dor?

Ela parecia, entretanto, assustada. Aparentava que estava com medo de mim, o que deixava a situação, inexplicavelmente, estranha.

Logo resolvi quebrar o silêncio, para tentar descobrir o que a estava aflingindo:

— Como você está? — perguntei com um tom de voz sereno, mas no momento em que comecei a falar, ela se encolheu um pouco. — Aconteceu alguma coisa? — foi uma pergunta idiota a ser feita para alguém que acabou de ser sequestrada, mas eu não sabia abordar o assunto de outra maneira.

Rainha da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora