Capítulo 5

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Ayana

Téo manteve seu aperto em meu cabelo enquanto encarava o rapaz, que aparentava estar com muita raiva.

Resmunguei e choraminguei conforme meu cabelo era ainda mais puxado. Isso foi o suficiente para que esse outro homem olhasse em minha direção. Os olhos escuros me analisaram minuciosamente e percebi que a raiva nele, assim como o aperto nas minhas mechas, só aumentava.

Ele era alto e muito bonito, seus cabelos pretos lhe caiam numa parte da testa e escondiam uma sobrancelha franzida dele. Embora eu não estivesse no meu melhor momento, senti-me um pouco bem com a encarada demorada que recebi do desconhecido.

Não seja ridícula!

O arrepio que sentira antes ainda estava presente e tive uma sensação estranha a respeito dele. Era como se eu tivesse corrido toda essa floresta para encontrá-lo.

Estranho, mas talvez seja ele quem Liana disse que me ajudaria.

— Eu acharia muito divertido queimar você, Castiel — Téo finalmente pronunciou-se, a voz parecia lâmina afiada.

O estranho – Castiel – desviou o olhar de mim e fitou meu sequestrador.

Eu não contaria com isso, caro guardião. Está em meus domínios, meu território. Meio pensamento meu e você deixa de existir — deu um sorrisinho debochado.

Fiquei com medo instantaneamente e, sem pensar, gritei e tentei escapar do aperto que ainda me mantinha perto de Téo. Este me olhou e tive a sensação que seus olhos poderiam me carbonizar num único momento.

— Fique parada — ordenou.

A outra mão, a que não estava no meu cabelo, segurou meu braço com força, fazendo com que um gemido sôfrego saísse de minha garganta.

— Solte-a — Castiel aproximou-se. — Agora, guardião do inferno — rosnou.

Eu não sabia de qual dos dois eu tinha mais medo. Só sabia que precisava sair dali o mais rápido possível.

— Receio que não — deu um sorriso debochado, ainda me encarando. — A adorável jovem terá que vir comigo — mirou o estranho e apontou para mim, sua mão ainda segurava fortemente meu cabelo.

— Téo, entenda: você terá muitos problemas para escapar daqui, principalmente carregando alguém — o moreno gesticulou e soltou uma leve risada sádica.

— Terei problemas com Solaris, caso eu volte para meu reino e esta garota não esteja comigo — devolveu, seu aperto foi afrouxando um pouco e logo descobri o motivo.

Téo podia ser muito poderoso, ter poderes e potencial que eu jamais imaginaria, mas o receio em sua voz, a cada vez que retrucava Castiel, ficava mais visível.

Porém, com uma velocidade impressionante, Téo me soltou rapidamente, apenas para se agachar na minha frente. Ele passou os braços ao redor de minhas pernas e me jogou em seu ombro direito, no qual meu abdômen passou a repousar. Não fiz nada além de soltar um gemido de dor que o impacto me causou.

Naquele momento, minha única vontade era de descansar e não ser o pivô da briga daqueles dois estranhos. E pior, sem nem saber o porquê.

— Vai continuar jogando dessa forma, então? — Castiel debochou, provavelmente por conta do que Téo acabara de fazer.

Rainha da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora